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Risco de desabastecimento de água na indústria preocupa regional do Ciesp

O racionamento de água na zona industrial de Sorocaba começou na segunda-feira e pode afetar a produção das indústrias do lugar. Para evitar que o problema incida em interrupção das atividades, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Sorocaba vem acompanhando e monitorando a questão. Segundo a instituição, todos estão buscando alternativas para evitar uma paralisação, o que poderia acarretar prejuízos. O Ciesp destaca, ainda, que diversos caminhos e soluções definitivos devem ser encontrados, uma vez que a escassez ou abundância de água reflete na atração de novos investimentos para a cidade.

O vice-diretor do Ciesp em Sorocaba, Erly Domingues de Syllos, afirma que a situação do abastecimento de água nas regiões do Iporanga, Aparecidinha, Éden e Cajuru está crítica. O problema é que a represa que alimenta esses lugares está com nível muito baixo, diz ele, o que incidiu na necessidade de buscar alternativas na região.

De acordo com Erly, o Ciesp tem acompanhado a questão da falta de água junto ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba. Também é feito um levantamento das empresas da cidade e suas necessidades relacionadas à utilização desse recurso. “Vamos fazer mapeamento para verificar quais são as empresas que consomem um pouco mais (de água) e quais as que têm um sistema mais de rotina”, diz. Verificar a situação individual de cada empresa é essencial, ele acrescenta, para evitar uma possível parada da empresa por falta d”água.

O vice-diretor esclarece que as indústrias têm procurado alternativas para evitar a ocorrência de falta d”água. A criação de poços-artesianos e a compra de caminhões-pipa são meios utilizados para suprir essa carência. Porém, afirma Erly, muitas empresas não têm poços e existe ainda a necessidade de uma medida eficaz para esse problema, como a interligação do sistema de abastecimento de Sorocaba e construção de novas usinas.

Erly ressalta que, para o ano que vem, uma linha de financiamento para a cidade, junto a órgãos internacionais, deve possibilidade a abertura de usinas e estações de tratamento de água. “E fazer a interligação de todo o sistema, porque a Itupararanga tem água, mesmo sem chover”, conta. Segundo ele, com a interligação de todo esse sistema, a região industrial não deve passar pelo problema que vem ocorrendo.

Atração de investimentos

A escassez de água tem reflexos na atração de novas empresas para a cidade, acredita o representante do Ciesp. Um exemplo disso é o que tem ocorrido em Campinas nos últimos meses, quando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deixou de emitir novas outorgas para indústrias que se instalam naquela região, explica Erly. “Tem empresas que já têm deixado de investir na região de Campinas em função disso.”

Para ele, esse não é um problema que pode ocorrer em Sorocaba. Contudo, a execução de medidas que afastem o risco de falta d”água pode servir como meio para atrair novos investimentos. “Isso acaba mexendo na atração de novos investimentos para a cidade e Sorocaba tem vantagem nisso, sem dúvidas”, conclui.

Reutilização de água

As empresas também podem fazer uso de medidas importantes para reduzir o problema da escassez de água. “Principal ponto das indústrias é fazer um sistema de captação e tratamento e captação de água, não para consumo, mas para descargas, por exemplo, e outros fins”, afirma Erly.

A reutilização desse recurso é uma das alternativas que, por requerer grande investimento, é empregado por um número muito pequeno de empresas, ressalta ele. O representante do Ciesp, contudo, destaca que a medida é cara, principalmente, pela baixa adesão. “Quando for utilizado em larga escala, o custo vai diminuir”, diz.

Porém, mesmo que esse custo não diminua, para José de Toledo Filho, presidente da Hábil – Solução em tratamento de água, ele pode refletir em redução de despesas no futuro. “O problema não é a quantidade de água, que é a mesma desde o começo, mas a conscientização. E o reúso da água é muito importante”, opina.

Segundo Toledo, cerca de 90% das empresas de Sorocaba fazem o tratamento de água. Mas as que fazem o reúso são poucas: em torno de 30%. “Um sistema de reúso compensa, pois é um investimento que vai ser pago logo, já que a água é cara hoje”, avalia. Ele afirma que, dependendo do caso, uma empresa que reúsa 80% da água que gasta na planta cobre esse investimento em 3 anos. O valor a ser despendido pode variar bastante, ele diz, indo de R$ 500 mil, R$ 1 milhão a R$ 10 milhões. “A Motorola, instalada em Jaguariúna, investiu R$ 10 milhões, mas em um sistema que trata praticamente 100% da água”, finaliza.

Fonte: Cruzeiro do Sul

Veja mais: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/557856/risco-de-desabastecimento-de-agua-na-industria-preocupa-regional-do-ciesp

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