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Volume de água é reduzido em 20% no lago de Sobradinho

A estiagem que reduziu para 20% o volume de água do lago de Sobradinho fez “emergirem” as ruínas da antiga cidade sertaneja de Remanso, a 708 km de Salvador. A seca fez recuarem entre 6 km e 7 km as margens de uma região alagada para a construção do maior lago artificial do mundo, em 1974.

Remanso, como as vizinhas Pilão Arcado, Casa Nova, Sobradinho e Sento Sé, teve a antiga área municipal desapropriada e moradores transferidos para atender ao projeto de construção de uma hidrelétrica.

A seca tem reflexo negativo na agricultura e ovinocaprinocultura (leia boxe ao lado), principais atividades econômicas. “Estamos no terceiro ano de emergência por causa da seca”, disse o prefeito Celso Silva e Souza (PT).

Ele destacou que, em 2014, neste mesmo período do ano, a reserva era de 40%: “Isso nos preocupa, pois os piores meses de seca vêm por aí, a previsão é de tempos ainda mais difíceis”.

Ação no MP

Souza pretende entrar com uma ação no Ministério Público Federal (MPF) contra a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). “Procurei a companhia, para ajudar o município a readequar a estrutura para captação e tratamento de água que serve à população de Remanso, mas recebi uma negativa”, afirmou.

Para o prefeito, a transferência da sede do município, por conta da Chesf, quando da formação da barragem, “responsabiliza a companhia em adaptar a estrutura para a nova situação”. Souza disse que, originalmente, a cidade ficava na beira da calha do rio São Francisco, bem mais próxima do curso d’água.

Segundo ele, quando da transferência, o sistema de abastecimento foi projetado para 10 mil habitantes. “Hoje, temos quase 50 mil pessoas dependendo deste sistema. Do jeito que está, podemos ficar sem água daqui a dois meses”, teme.

Souza informou que o Serviço Autônomo da Água e Esgoto (Saae) é responsável pela previsão e cobrou ajuda da Chesf para instalar bombas flutuantes, com motores mais potentes.

O município está a cerca de 60 km da margem do lago de Sobradinho, mas isso não ameniza a situação para os moradores, conforme informou o secretário de Agricultura de Remanso, Alair Paes Landim. Ele explicou que, quando o rio tem o movimento natural, as terras da planície ficam encharcadas no tempo de chuva.

Vazão baixa

“Depois que a água volta para o leito normal, nestas áreas antes inundadas brota capim e as culturas anuais (mandioca, milho e feijão) são plantadas”, explica.

Como o rio não está sendo realimentado com água suficiente nos últimos anos, nestas áreas não nasceu quase nada, informou.

O São Francisco atravessa situação hidrológica desfavorável notadamente há três anos, resultando no menor nível do reservatório nas últimas décadas.

 

Fonte: A Tarde

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