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Agência federal aponta necessidade de investimentos em captação de água

A crise no abastecimento de água deu trégua em Guarapuava. Na quinta-feira, 13, a Sanepar suspendeu o racionamento que realizou por aproximadamente duas semanas entre os bairros da cidade. Mas a pergunta que ficou ao guarapuavano era se os transtornos poderiam ser evitados com investimentos. Um estudo realizado pela ANA (Agência Nacional de Águas), autarquia do governo federal responsável por regular o setor de abastecimento e saneamento básico, indicou, em 2010, a necessidade de investimentos em captação de água em Guarapuava em R$ 27 milhões para atender o consumo em 15 anos. A Sanepar diz que está realizando os investimentos para acompanhar a demanda.

Intitulado Atlas de Abastecimento de Água, o documento tem por objetivo subsidiar propostas para políticas públicas na área de saneamento básico para suprir as necessidades dos municípios brasileiros até 2025. À época em que foi publicado, o estudo desenhava uma demanda urbana de 447 litros por segundo de captação de água em Guarapuava para 2015. O volume equivaleria a um consumo de 239 litros por habitante ao dia, o que daria para encher 59.750 copos d’água (de 250 ml) diariamente.

Em reportagem publicada no Diário na edição de 3 de fevereiro de 2014, a Sanepar informou que a média diária de consumo da cidade no final do mês de janeiro foi de 26,6 milhões de litros de água, o que equivaleria a 170 litros por habitante ao dia – ou 42.500 copos. Essa demanda ocorreu num momento em que o excesso de calor e a falta de umidade elevaram o consumo na cidade, levando a companhia a fazer o rodízio dos bairros que ficariam sem água para equilibrar o sistema.

Na época em que o estudo foi divulgado, com informações coletadas da própria Sanepar em 2009, a ANA propunha a ampliação do sistema de captação de água do Rio das Pedras, com a inclusão de estações no Rio Bananas. Com as obras sugeridas pela agência federal, entre elas a implantação de estações elevatórias e nova adutora, integrando os dois mananciais, projetava-se que a capacidade para tomada de água do sistema subiria de 200 l/s para 540 l/s. Esse patamar é considerado suficiente para atender a demanda da população por um prazo de 15 anos.

Entre as obras propostas pelo estudo da agência federal para atender o crescimento da demanda nos próximos anos estavam a implantação de uma nova estação elevatória junto ao Rio Bananas, associada a uma nova adutora, para atuar paralela à existente. O Rio das Pedras também requeria mais uma estação elevatória e adutora, além de um módulo de tratamento.

Sanepar
Em novembro do ano passado, a Sanepar anunciou que poderá investir R$ 25,1 milhões em obras no sistema de esgotamento sanitário e R$ 32,1 milhões no sistema de abastecimento de água. Os recursos serão financiados pelo PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. A equipe técnica da empresa está trabalhando nos projetos. Na ocasião, a companhia também citou investimentos em andamento, desde 2012, nos sistemas de água e esgoto que somam mais de R$ 15 milhões. E ressaltou a construção de 45 quilômetros de rede coletora de esgoto para atender os bairros São Cristóvão, João Paulo II, Conradinho e Adão Kaminski para beneficiar 2 mil famílias.

Quanto ao diagnóstico da ANA, a Sanepar informou que possui um estudo recente contratado pela companhia, no qual os dados populacionais se aproximam com o diagnóstico da agência federal. Porém, o trabalho contratado pela empresa não aponta a necessidade de captação através do Rio Bananas, diferente do que propõe a agência federal. Aliás, a companhia paranaense nunca iniciou a captação neste manancial, diferente do que dá a entender a ANA no Atlas do Abastecimento, ao propor que o mesmo seja ampliado.

O estudo da companhia paranaense aponta apenas para a necessidade de manter o Rio das Pedras, considerado “de ótima vazão” pela empresa. Para o atendimento da demanda prevista para 2015, a Sanepar tem planos para ampliar o sistema de captação neste manancial. Um estudo técnico preliminar encontra-se em andamento, no valor de R$ 400 mil, para subsidiar o projeto. A projeção é de que, com as obras que irão acontecer, atenda-se a demanda da cidade por, no mínimo, 20 anos.

Fonte: Diário de Guarapuava
Veja mais: http://www.diariodeguarapuava.com.br/noticias/guarapuava/11,49346,18,02,agencia-federal-aponta-necessidade-de-investimentos-em-captacao-de-agua.shtml

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