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Agências internacionais anunciam linhas de financiamento para projetos em infraestrutura na Câmara Francesa

Os novos modelos de financiamento a estudos de viabilidade de projetos de infraestrutura, apresentados por representantes do Banco do Desenvolvimento da América Latina (CAF) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), deixaram os empresários franceses e brasileiros do setor produtivo bastante animados com a retomada do crescimento da economia.

Para o presidente da Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB-SP), Roland de Bonadona, o empresariado francês, embora veja sinais da retomada do crescimento da economia brasileira, ainda precisa de mais do que meramente confiança. “As empresas precisam também de maior previsibilidade e um cenário institucional mais estável a longo prazo”, ressaltou.

Durante encontro, Jean Claude Bernard, chefe do serviço de economia da embaixada francesa, anunciou que o FASEP, fundo de financiamento do governo francês específico para estudos de viabilidade de projetos na área de infraestrutura, possui capacidade para investir cerca de 20 milhões de euros ao ano em países emergentes como o Brasil.

“Há no Brasil uma boa oferta de crédito para os projetos de infraestrutura já montados, mas existe um grande gargalo no sistema de financiamento de estudos de viabilidade. E é exatamente nessa etapa inicial que o FASEP torna-se fundamental”, disse Bernard.

Victor Rico, representante do CAF no Brasil, lembrou que o Brasil é atualmente um dos países que mais tem recebido recursos do banco latino-americano para as áreas de infraestrutura. “Nos últimos quatro anos, o CAF destinou cerca de 9 milhões de dólares para projetos de infraestrutura no Brasil”, comentou. “Em 2015, o CAF celebrou um acordo com o governo francês para apoiar projetos de infraestrutura na América Latina com foco no setor público”, acrescentou.

O executivo revelou ainda que o CAF já investiu cerca de 200 milhões de dólares em infraestrutura nos últimos quatro anos, dos quais 12,2 milhões foram destinados aos países latino-americanos.

Já no caso da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), a aporte de recursos ao Brasil é da ordem de 1,7 bilhão de euros em projeto de infraestrutura. Segundo o diretor da agência no Brasil, David Willecomme, somente em programas na área de mudanças climáticas, o País recebeu cerca de 1,2 bilhão de euros. “Nossos investimentos têm foco em projetos ligados ao desenvolvimento urbano, inclusão social, energias renováveis e saneamento”, disse. “Um exemplo de financiamento da AFD é a construção da linha 13 do metrô de São Paulo, com aportes de 300 milhões de euros”, complementou.

O Cônsul-Geral da França no Brasil, Brieuc Pont, afirmou que pretende reforçar a presença francesa em setores estratégicos da economia brasileira, sobretudo nas áreas de infraestrutura, como transporte, energia e saneamento. “A ideia é construir uma agenda positiva na relação entre os dois países”, comentou.

Fonte: Revista Exame

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