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Após crise, Daerp resolve colocar a ‘mão no bolso’

(Ribeirão Preto – SP ) O Daerp vai abrir os cofres e mudar a forma de compra de equipamentos para atender a demanda de falta de água. A autarquia deve divulgar nos próximos dias licitação para adquirir até 50 novas bombas para os poços artesianos.

A medida – que pode custar mais de R$ 3 milhões –  foi tomada após a crise de abastecimento na semana passada e atenderá aos pedido dos servidores, que cruzaram os braços anteontem por falta de equipamentos.

Desde 2012, quando foram comprados dez bombas, a autarquia não adquire equipamentos novos. No ano passado foram abertas duas licitações. Após problemas, uma foi cancelada e a outra – de 15 bombas – homologada apenas em janeiro. A entrega deve ocorrer no final do mês.
Segundo Ivo Collchio, superintendente interino da autarquia, na nova licitação serão adquiridas 25 bombas imediatamente.
O restante ficará “reservado” na empresa vencedora e será fornecido conforme a demanda. Isso agilizará o processo de reposição dos equipamentos.
Zerado
Ontem havia apenas uma bomba de reserva no depósito do Daerp. Sem produtos, a autarquia demora para reativar os poços queimados. Doze bombas tiveram problemas apenas em janeiro, e o Daerp precisou recorrer a rodízio entre os poços e a pedidos de “favor” para os fornecedores.
Anteontem, por exemplo, funcionários foram até Bauru levar uma bomba para ser reparada na empresa Ebara “em caráter emergencial” – ele foi instalado ontem à tarde no poço Santa Tereza. Ivo Collichio negou problemas financeiros no Daerp para o estoque de bombas ficar zerado.
“Houve falha de gestão e falha humana”, disse, explicando que o engenheiro responsável pelo pedido de conserto não informou à superintendência da situação – alertada pelo A Cidade desde outubro do ano passado.
 
Falta d’água dá uma trégua

Após três semanas, a crise de abastecimento por  uma série de problemas em poços deu uma trégua ontem. Após a paralisação na terça-feira, os servidores voltaram a trabalhar.
Apesar de ao menos dez bairros de Ribeirão Preto possuírem problemas crônicos de falta de água, o problema foi intensificado no dia 16 de janeiro, quando 60 mil pessoas ficaram sem água nos Campos Elíseos.
Duas semanas depois, cinco poços pararam de funcionar em três dias.
Na madrugada de ontem, o Daerp terminou o conserto de quatro deles.
O poço do São Bento II, que abastece os Campos Elíseos, deve ser reativado neste final de semana.
“Enfim, a crise deu uma trégua”, disse por telefone o superintendente do Daerp, Marco Antônio dos Santos.
O A Cidade apurou que ele ficou desgastado junto a prefeitura, e pode sair da autarquia no final do mês. Em nota, a administração municipal nega ter discutido o assunto.
Daerp promete raio-x

O Daerp vai abrir nas próximas semanas licitação para contratar uma empresa para realizar um “raio-x” no sistema de captação e reservação de água.
“Será feito um cadastro e diagnóstico de todos os equipamentos que temos”, diz o superintendente em exercício Ivo Colichio.
Ele explica que atualmente os ajustes feitos no sistema ocorrem de forma empírica, pois as gestões anteriores da autarquia não investiram no planejamento futuro. Boa parte da rede de distribuição de água, por exemplo, existe apenas na memória dos servidores mais antigos.
Segundo relatório divulgado no ano passado pelo Instituto Trata Brasil, com dados de 2011, o Daerp tem o sexto pior índice de investimento em relação ao total arrecadado entre os cem maiores operadores de água do Brasil.
Ivo diz que também estuda terceirizar parte da manutenção dos poços artesianos. “Não temos material nem equipamento para atividades mais complexas”, afirma. Um dos serviços, por exemplo, seria a utilização de câmeras subterrâneas para verificar o estado dos poços.
A falta de equipamentos é reclamação constante nos servidores do Daerp.
Um em cada cinco poços poderia melhorar

Com as novas bombas, o Daerp deve realizar um mutirão de trocas de equipamentos pela cidade. Isso porque ao menos 20% dos 109 poços da autarquia operam com capacidade abaixo do ideal – por estar com bomba imprópria ou velha.
O poço Avelino Palma, por exemplo, poderia bombear 70 mil litros por hora a mais do que atualmente se estivesse com a bomba ideal.
Situação semelhante ocorre nos poços Monteiro Lobato – que deve ter a bomba trocada no final de semana -, Palmares, Avelino Palma e Parque das Oliveiras. Ontem, a troca de bomba de um poço no Parque Ribeirão aumentou a produção em 90 mil litros por hora.
Segundo Ivo Collichio, o Daerp também irá padronizar o modelo de bombas utilizado nos poços – resultando em um reparo mais rápido. Hoje são doze tipos diferentes.
Fonte e Agradecimentos: http://www.jornalacidade.com.br/politica/NOT,2,2,922485,Apos+crise+Daerp+resolve+colocar+a+mao+no+bolso.aspx
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