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O potencial estímulo de US$1,5 trilhão que os investidores não estão percebendo

Os governos do mundo precisam implementar um plano B para reviver uma economia mundial medíocre.

Relutantes em gastarem para resolver seus problemas, até mesmo com custos de fazer empréstimos baixíssimos e as advertências dos bancos centrais de que o dinheiro barato não pode impulsionar uma expansão por conta própria, talvez os líderes políticos desistam da demanda e tentam incentivar a oferta no futuro próximo.

Aumentar a produtividade e a competitividade das economias elevaria as chamadas taxas de crescimento potencial, permitindo que as expansões se acelerem mais antes de gerar tendência de crescimento mundial caia de cerca de 3 por cento na última década para 2,4 por cento até 2020.

“O lado da oferta está tomando o lugar do lado da demanda e logo veremos evidências concretas disso”, disse Martin Malone, estrategista de políticas macroeconômicas globais da corretora Mint Partners Ltd., com sede em Londres, em entrevista por telefone.

Malone observa três formas com as quais os políticos procurarão melhorar a saúde econômica: a promoção do comercio, a participação das mulheres na força de trabalho e investimentos em infraestrutura.

Ele estima que uma revolução total do lado da oferta possa bastar para adicionar 2 pontos porcentuais extras ao crescimento global por ano. A taxa equivale a cerca de US$ 1,5 trilhão, montante superior ao do atual programa de compra de bonds do Banco Central Europeu, e na visão de Malone, um sinal de compra para as ações e de venda para os bonds.

Reformas estruturais

Freqüentemente, as promessas de implementar reformas estruturais fracassam porque os políticos percebem que seus efeitos no curto prazo poderiam custar-lhes poder. A chamada terceira flecha do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ainda não levantou vôo.

Malone é mais otimista. Ele observa uma mudança de tom enquanto os líderes do G7 se preparam para se reunir na Alemanha nesta semana em meio a uma maior estabilidade política do Reino Unido até a Índia. O Ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, por exemplo, promete apresentar um plano de produtividade no mês que vem.

“É melhor iniciar reformas estruturais agora em vez de esperarmos um momento que se presume melhor, mas nunca se materializará”, disse o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, depois da reunião dos chefes das finanças do G7 na semana passada. “As reformas estruturais precisam de tempo  para render seu resultado pretendido ou desejado, portanto devemos agir agora”.

Quanto ao comércio, Malone observa que os legisladores americanos estão prestes a aprovar uma lei de comércio de via rápida que deveria abrir caminho para vários acordos comerciais, entre elas a Parceria Transpacífico com outros onze países. O resultado seria não apenas uma demanda mais forte, mas também mais pressões competitivas e investimentos interfronteiriços.

Infraestrutura

No que tange à infraestrutura, Malone observa esforços para dobrar os US$ 2 trilhões gastos atualmente no setor e para financiar projetos que aumentem a capacidade produtiva e atraiam dinheiro para setor privado. A China está liderando a criação de um Banco Asiático de Infraestrutura em Investimentos, de US$ 100 milhões. Em resposta, o Japão e o Banco Asiático de Desenvolvimento planejam aumentar os fundos para projetos similares na região para cerca de US$ 110 bilhões nos próximos cinco anos. O presente da União Europeia, Jean –Claude Juncker, também expôs um plano.

“Estamos nos focando no que irá acontecer”, disse Malone. “A verdade é que temos que observar algo e nos concentrar naquilo que não vimos ainda, e isso é a reforma do lado da oferta.

Ele não está sozinho. No JPMorgan, o economista-chefe para os EUA, Michael Feroli, sustenta que o pleno emprego nos EUA e uma tendência de crescimento que poderia ficar aquém da sua estimação já pessimista de 1,75% auguram esforços do governo  para impulsionar o crescimento da força de trabalho e os investimentos.

Na Europa, analistas do Royal Bank of Scotland Group PIc disseram a clientes na segunda-feira que a região poderia administrar melhor suas dívidas liberalizando as normas tributárias para investir mais em educação e pesquisa, revivendo a produtividade.

“Os tempos estão mudando”, disse Feroli a clientes em um relatório na semana passada.

 

Fonte: InfoMoney

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