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Ações da Sabesp caíram três vezes mais do que as da Petrobras

As ações da Sabesp voltaram neste começo de semana a sofrer queda na bolsa de valores. A empresa, que sofre com a histórica crise do reservatório do Sistema Cantareira, o principal do estado de São Paulo, fechou o dia a R$ 21,35, com uma queda de 3,17%.

As ações da Petrobras, por outro lado, voltaram a subir. A valorização de 6,38% nesta segunda-feira estabeleceu o preço de R$ 15,85 para os papeis da empresa, o segundo melhor desempenho do dia na Bolsa de Valores.

Comparado o desempenho na bolsa dos valores de ambas as empresas nos últimos 12 meses, as ações da Sabesp caíram 30%, três vezes mais que a queda da Petrobras no mesmo período.

Há uma clara diferença no tratamento editorial da mídia tradicional em relação às duas empresas. Mesmo com o imenso risco de a população do estado de São Paulo vir a ficar sem aǵua ainda neste ano, já que pela primeira vez na história o nível da reserva da Cantareira está em 13%, o problema da Sabesp não é tratado como resultado de má gestão tucana. Mas como um problema divino. Já na Petrobras, tudo é desgoverno petista.

A estiagem pode prejudicar ainda mais o cofre da empresa caso se concretize o cenário anunciado pelo Grupo Técnico de Assessoramento do Cantareira, instituído emergencialmente pela Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), que antecipou de agosto para julho a possibilidade de esgotamento do volume útil do reservatório. A partir de então, seria necessário o aproveitamento do chamado “volume morto”, que fica abaixo do nível de captação e exigiria investimentos de R$ 80 milhões em equipamento de bombeamento.

Além da queda do valor das ações da empresa, outro enfoque descartado pela narrativa midiática é que embora o início de ano pouco chuvoso tenha surpreendido os responsáveis pelo sistema, o alerta já constava no artigo 16 da portaria que em 2004 concedeu outorga à Sabesp para exploração daquele sistema por 10 anos: “Providenciar estudos e projetos que viabilizem a redução da dependência da Sabesp em relação ao Sistema Cantareira, considerando os Planos de Bacia dos Comitês PCJ e AT, no prazo de 30 meses”.

O plano entregue em 2006 foi considerado insuficiente pelo DAEE, e a partir de 2008 começou a ser elaborado um Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista. Entregue no ano passado, o documentou voltou a alertar para a possibilidade de falta d’água e recomendou a construção de novas barragens – as primeiras delas devem entrar em funcionamento apenas em 2018. A eficiência gerencial tucana desprezou todos os alertas. E agora passa a conta pro divino. São Pedro, em breve, estará sendo convocado para uma CPI. Ele que se cuide.

Fonte: Revista Fórum
Veja mais: http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2014/04/07/acoes-da-sabesp-cairam-tres-vezes-mais-que-acoes-da-petrobras-nos-ultimos-12-meses/

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