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Crise hídrica no DF: aos poucos, racionamento cresce

O Distrito Federal vive um momento de recordes negativos: as temperaturas estão altas e os reservatórios cada vez mais vazios.

Se o nível continuar a diminuir, a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) não descarta a possibilidade de aumentar o período de racionamento. Ontem mesmo, Planaltina, Sobradinho e Vale do Amanhecer foram surpreendidos pela falta d’água não incluída no cronograma oficial.

Apesar da medida emergencial, a Caesb afirma que os percentuais têm se mantido acima das metas desde maio, quando as curvas de acompanhamento de cada barragem foram previstas em conjunto com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).

Nesta semana, os volumes do Descoberto e de Santa Maria atingiram os menores níveis já registrados na história: 13,7% e 27,3%, respectivamente.

Mas a Caesb, por enquanto, não faz alarde:

“A meta para o mês de outubro de é 9% para o Descoberto e 23% para Santa Maria. Se for considerado que a meta para o mês de setembro para o Descoberto era 14%, e para o Santa Maria era 26%, e que já estamos em 11 de outubro (ontem), os reservatórios ainda não ficaram abaixo da meta prevista para o mês passado”, afirma, em nota, a Caesb.

No ano passado, a realidade era outra. A barragem do Descoberto estava, no dia 30 de outubro, com 22,42% do volume útil, enquanto Santa Maria apresentava 42,21%. Em novembro de 2016, os níveis eram de 41,04% em Santa Maria, e 22,34% no Descoberto.

Por conta da situação crítica, a Adasa “intensificou esse monitoramento e passou a fazer projeções diárias para os níveis dos mananciais, aumentou a fiscalização dos irrigantes da Bacia do Descoberto e oficiou a Caesb para que a retirada de água do reservatório fique dentro da média prevista na curva”, alega, em nota, a agência.

A Adasa recomenda que os brasilienses reduzam ainda mais o desperdício de água.

“No entanto, muitas pessoas não chegaram a sentir o racionamento porque moram em prédios com reserva de água. Por isso, talvez ainda não tenham feito todo o esforço que poderiam fazer. O acirramento da crise acende um alerta para que toda a população efetivamente adote hábitos de uso racional e economize”, aponta.

Sem chuva até o dia 22

Se depender do tempo para trazer alguma melhoria aos reservatórios, a situação ficará ainda mais complicada. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os próximos dias serão de muito sol.

Até o dia 22 de outubro não há previsão de chuvas para o Distrito Federal. “Esse é um modelo muito otimista, mas a possibilidade é pequena. Brasília passa por um atraso na estação chuvosa”, aponta a meteorologista Ingrid Peixoto.

Enquanto as chuvas não vêm, o calor e a umidade baixa vão prevalecer na capital. “Voltou a atuar sobre a região Centro-Oeste uma massa de ar quente e seca, que vai manter o tempo estável, ou seja, sem previsão de chuva.

Com isso, diminui a nebulosidade, aumenta a temperatura e baixa a umidade relativa do ar. Isso é preocupante para os reservatórios, pois a umidade que está retida no solo vai evaporar com facilidade”, alerta.

Segundo a meteorologista, a média de temperatura para a capital no mês de outubro era de 28 ºC.

“Estamos há dois dias com temperaturas com 5 ºC acima da média. Se manter assim, vai elevar ainda mais. A previsão é de que pelo menos até o dia 27 de deste mês fique acima dos 32 ºC”, afirma Ingrid.

Na terça-feira passada a capital bateu o recorde do ano: os termômetros marcaram 34,1 ºC. No mesmo dia, a Defesa Civil decretou estado de alerta, após três dias com a umidade abaixo dos 20%.

Fonte: Jornal de Brasilia

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