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Novo laudo aponta esgoto como um dos responsáveis pela mancha escura no Rio Perequê

O laudo de pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) apontou o esgoto doméstico como um dos responsáveis pela proliferação de microalgas que causou uma mancha escura no Rio Perequê no mês passado. O resultado das análises de amostras de água recolhidas no rio, entre Porto Belo e Itapema, foi divulgado nesta quinta-feira e indica ainda a perspectiva de repetição do ocorrido.

A proliferação de microalgas que causou a mancha no rio teve origem na Lagoa de Perequê, segundo o laudo. O relatório apontou que a situação foi provocada pela junção de quatro fatores: alta concentração de nutrientes inorgânicos, água parada, sol e calor.

— O único desses fatores que muda e que é de ação humana é o excesso de nutrientes na água, os outros são fatores naturais — afirma a pesquisadora de Univali, Camila Burigo Marin.

Conforme avaliação, a grande concentração de nutrientes é fruto do lançamento de esgoto doméstico no rio — em vários trechos os pesquisadores encontraram valores elevados de coliformes fecais. Ainda, segundo o laudo, a situação deve se agravar e se repetir nos próximos anos com o aumento da urbanização desordenada acompanhada pela falta de planejamento do saneamento básico.

— A microalga foi só um alerta do ambiente, o problema real é aporte do efluente não tratado e jogado in natura no rio. E esse esgoto provém dos dois municípios, inclusive vários moradores nos abordaram para falar que os vizinhos jogavam o esgoto no rio — comenta Camila.

De acordo com o relatório da universidade, no pior dos cenários a proliferação das algas pode levar a redução drástica da concentração de oxigênio dissolvido na água e, consequentemente, morte de animais no rio e em seus afluentes, bem como o aumento da ocorrência de doenças de contato com a água, como viroses, hepatite, salmonella, entre outras.

Os resultados dos estudos indicaram também que o lançamento de esgoto ocorre em diversos pontos no Rio Perequê, nos municípios de Porto Belo e Itapema. Na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de Itapema, no entanto, foi diagnosticada eficiência de remoção de 99,999% para coliformes totais.

Ligações clandestinas

Equipes do Corpo de Bombeiros, Fundação Ambiental e Vigilância Sanitária de Itapema voltaram ao Rio Perequê nesta quinta-feira para fiscalizar ligações irregulares de esgoto — no fim do mês passado uma operação lacrou 30 pontos clandestinos.

Desta vez os fiscais encontraram apenas duas ligações irregulares de esgoto.

Fonte: O Sol Diário
Foto: Lucas Correia/Agência RBS

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