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Obra para tirar esgoto do Mangue fica para 2018 no RJ

Em meio à crise do estado, uma obra importante para ajudar na despoluição da Baía de Guanabara sofreu mais um adiamento. O Tronco Cidade Nova — que levará até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Alegria, no Caju, parte dos rejeitos de moradores de Catumbi, Centro, Cidade Nova, Estácio, Rio Comprido e Santa Teresa — só deve ser concluído em setembro de 2018. Apesar de vizinhos aos canteiros de obras terem percebido que o movimento de operários é muito pequeno, o governo garante que os trabalhos estão em ritmo normal.

As empreiteiras Passarelli e CTC Engenharia formam o consórcio responsável pela execução do projeto, orçado em R$ 81,4 milhões. Devido a disputas judiciais envolvendo a licitação, a obra só começou em julho do ano passado. O prazo para a conclusão originalmente era de 18 meses, mas a entrega dos 4,5 quilômetros de rede coletora vai atrasar nove meses, segundo o novo cronograma.

Dados do Portal Transparência do governo do estado mostram que o último pagamento ao consórcio ocorreu em março de 2015. Até o momento, só foram pagos R$ 11,1 milhões, 13,7% do total do contrato. No entanto, a Secretaria estadual do Ambiente diz que 24% das obras já foram realizadas e nega atrasos no pagamento. “Os recursos empregados nessas atividades são oriundos de um convênio firmado entre o estado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)”, informou o governo por nota.

CANTEIRO PARADO

Quando ficar pronto, o Tronco da Cidade Nova vai coletar o esgoto de cerca de 163 mil moradores da região, que hoje é despejado no Canal do Mangue e deságua na Baía de Guanabara. A previsão é que a nova rede aumente o volume de material recebido pela ETE Alegria em 700 litros por segundo. Hoje, a Baía de Guanabara recebe em torno de 18 mil litros por segundo de rejeitos sem tratamento.

A obra foi dividida em sete canteiros. Em um deles, na Rua do Teleporto, na Cidade Nova, manilhas esperam o avanço das galerias, escavadas por um equipamento conhecido como tatuzinho. No local, vigias contaram que a máquina quebrou antes da Olimpíada.

O governo diz que o aparelho encontrou uma rocha e precisou ser retirado. “Essas atividades são absolutamente corriqueiras numa obra como essa”, afirmou a nota, destacando que os custos de reparo estão incluídos no valor do contrato.

A menos de um quilômetro dali, na Rua Melo e Souza, em São Cristóvão, um gerador funcionava no canteiro sem qualquer sinal de trabalho recente. Dono de uma pequena lanchonete vizinha ao local, Anderson do Nascimento Lima se queixa da paralisação:

— A obra está parada há pelo menos quatro meses. É um problema, porque o tapume vira esconderijo para criminosos e usuários de drogas.

De acordo com o ambientalista Sérgio Ricardo, membro fundador do Movimento Baía Viva, a conclusão do tronco coletor dobraria a quantidade de esgoto tratado pela ETE Alegria, a maior do sistema no entorno da Baía. Ele disse ainda que essa obra deveria ter sido construída há 20 anos.

— A ETE Alegria foi projetada para tratar cinco mil litros por segundo, mas hoje só trata mil — explica ele.

Fonte: Extra

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