O velejador sul-coreano Wonwoo Cho foi internado na última terça-feira, dias após começar a competir na Baía de Guanabara durante a disputa do evento-teste de vela. Wonwoo foi internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, com quadro de febre, calafrios, vômito e desidratação. O técnico Danny Ok apontou a poluição das águas como responsável pelo problema de saúde. Ele recebeu alta e voltou a competir pela classe RS:X já nesta quarta-feira.
Segundo Danny, o Wonwoo já se sentia mal desde a última segunda-feira. Ele suspeita de infecção por vírus.
– Mais de dez anos de esforço e tempo de vida podem ser jogados fora em um dia. Isto não é uma situação de emergência, mas é muito decepcionante. Ele tem estado doente desde a noite passada (segunda-feira), com febre alta, vômito, calafrios e agora está totalmente desidratado. Parece que ele foi infectado por algum vírus em algum lugar no local de competição que deveria estar supostamente seguro e limpo como um local olímpico – disse o técnico Danny Ok nas redes sociais.
Após ter recebido alta, Wonwoo voltou para a Baía de Guanabara e terminou a sua participação com um 14º lugar, seu segundo melhor desempenho em nove regatas. Na terça-feira, o sul-coreano aparece como DNF (“did not finish” ou “não terminou a regata” em tradução para o português), mas não é possível afirmar se ele realmente tentou competir. Na classificação geral, o sul-coreano terminou em 23º dentre 28 atletas.
– Espero que isso não aconteça de novo não só para nós, mas não é bom para todos os velejadores que competem no mesmo terreno. Além disso, COI (Comitê Olímpico Internacional) e Isaf (Federação Internacional de Vela) devem considerar como a questão de segurança será melhorada para o próximo ano. Comentem e compartilhem velejadores e técnicos. Talvez não possamos resolver todas as questões, mas podemos minimizar os riscos – finalizou o técnico nas redes sociais.
Desde sábado, quando o evento-teste começou, o departamento médico da Federação Internacional de Vela (Isaf) recebeu dois casos de mal estar – além do coreano, um israelense que voltou a competir normalmente um dia depois de pedir atendimento. De acordo com a entidade, o número está bem abaixo da média para uma regata com 326 atletas e 68 oficiais técnicos na água. Ainda segundo a Isaf, não há qualquer evidência que os problemas tenham sido causados pela água. O Comitê Rio 2016 garante que os atletas não serão expostos a qualquer risco de saúde e informa que a principal prioridade é proteger a saúde e o bem estar dos atletas que virão competir aqui.
Na segunda-feira, um vídeo publicado por um site americano mostrou um líquido marrom escorrendo e desaguando dentro da Marina da Glória. O veículo cogitou a possibilidade de ser esgoto, mas a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) garantiu tratar-se de um despejo ilegal de água e produtos de limpeza usados por um condomínio ou clube da região, que teria sido escoado pela galeria pluvial.
DIA DE POUCO VENTO E DE SCHEIDT, MARTINE E KAHENA NO TOP 3
Em um dia com poucos ventos, Robert Scheidt subiu de quarto para terceiro lugar na classificação geral com a quarta posição na sétima regata. Martine Grael e Kahena Kunze perderam a liderança da 49erFX ao terminarem em 14º lugar. Elas estão atrás das italianas Giulia Conti e Francesca Clapcich. Na RS:X, Ricardo Winicki, o Bimba, se classificou para a medal race em oitavo, mas não tem chance de medalha na regata que reúne os dez melhores e vale pontuação dobrada. Patrícia Freitas terminou a fase de classificação em 11º, a uma posição da regata de medalha.
Nas demais classes, o Brasil está em oitavo na Laser Radial com Fernanda Decnop; na Finn, Jorge Zarif é o 14º; na 470 feminina, Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan estão em 12º; na 470 masculino, Henrique Haddad e Bruno Bethlem estão em 13º; na 49er, Marco Grael e Gabriel Borges ocupam a 11ª colocação; e na Nacra 17, Samuel Albrecht e Isabel Swan estão em 15º.
Atualizado às 11:15 com a posição da Isaf e do Comitê Rio 2016.