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Vitória quer saber de onde vem esgoto que polui praias da capital

Secretário diz que apenas 6 dos 25 pontos estão próprios para banho. A Praia de Camburi continua completamente imprópria para banho.

O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, assinou uma portaria determinando que a secretaria de Meio Ambiente da capital realize um estudo para identificar a origem do esgoto que está poluindo toda a Praia de Camburi e o restante da orla da cidade.

Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo nesta quinta-feira (18), o secretário Luiz Emanuel Zouain disse que o último estudo, finalizado na quarta-feira (17), aponta que apenas seis dos 25 pontos da capital estão próprios para banho.
“Infelizmente as notícias não são animadoras. Normalmente a gente recebe os dados do ponto de vista bruto, depois trabalhamos tecnicamente com a equipe, para depois elaborar definitivamente para o site e divulgar. Dos 25 pontos, infelizmente hoje apenas seis estão próprios para banho”, disse Luiz Emanuel.

Na análise divulgada no dia 11 de fevereiro, a Praia de Camburi estava com todos os pontos impróprios para banho. Segundo o secretário, a situação continua. “Camburi continua com todos os impróprios para o banho. A situação piorou. A gente indica as pessoas não entrem na Praia de Camburi por enquanto”, afirmou.

A balneabilidade examina a presença de coliformes fecais na água. E quando está imprópria é por apresentar níveis acima do normal devido ao esgoto que é despejado no mar. “Para se ter uma ideia, o limite máximo para ser considerada própia é de 1000 unidades de coliformes fecais. Em alguns pontos de Vitória encontramos 3000 unidades”, completou Luiz Emanuel.

Portaria
Foi dado um prazo de 30 dias para que a secretaria de Meio Ambiente de Vitória localize a origem do esgoto. A medida foi tomada após o exame de balneabilidade de Camburi, feito na semana de 4 de fevereiro, classificar toda a extensão da praia como imprópria para banho.
O prefeito Luciano Rezende destacou que há uma grande emissão de resíduos feita pelo Canal de Camburi e o da Vale, mas ainda não é possível afirmar a procedência desse esgoto.

Na avaliação do prefeito, a solução para o problema passa por uma discussão que envolva toda a Grande Vitória, já que há muito esgoto de outros municípios sendo despejado nos canais, o que acaba afetando a orla de Vitória.

“Temos emissões grandes feitas no Canal da Vale e no Canal de Camburi, vindas de outros municípios nesses canais. Por isso deve ser tratado como uma discussão metropolitana”, disse o prefeito em entrevista à Rádio CBN Vitória.

Luciano Rezende acrescentou ainda que Vitória tem 90% de cobertura de rede pública de esgoto e 81% de adesão ao sistema. No entanto, destaca, há divergências entre esses dados e a quantidade de esgoto presente na baía de Vitória.

“Os dados não batem. Nós temos o nossa secretaria de Meio Ambiente falando uma coisa e outras publicações falando outra. Por isso, é que eu determinei que, em 30 dias, o secretário me dê os números exatos, para que a gente possa identificar de onde vem esse esgoto e cobrar a responsabilidade das emissões não só de Vitória, mas também do entorno”, frisou.

A prefeitura informa que avançou no trabalho de ligação à rede pública de esgoto com 2.905 pontos que estão aptos para ligação à rede de coleta de esgotamento. A equipe de fiscalização, em uma primeira etapa iniciada no ano passado, notificou 700 imóveis para fazer a ligação.
Desse montante, multou 74 por não terem interligado seus imóveis. Desde a segunda-feira (15), começou nova etapa de notificações e pretende acionar 400 imóveis.

Tratamento defasado
As Estações de Tratamento (ETEs) da Cesan não tratam corretamente o esgoto e a tecnologia utilizada pela companhia está ultrapassada. É isso o que afirma o secretário de Desenvolvimento da Cidade e Meio Ambiente de Cariacica, Claudio Denicoli.
Em entrevista à Rádio CBN Vitória, Claudio Denicoli disse que, mesmo se houvesse a universalização do tratamento de esgoto, as análises de balneabilidade na região metropolitana continuariam detectando problemas por causa da fragilidade do sistema que estaria em desconformidade com a legislação.

“O modelo que a Cesan utiliza é o de lagoas de estabilização. Esse modelo é o mais simples que existe para tratamento de esgoto. É um tratamento secundário, cujos resultados não são adequados ao que a gente precisa”, disse.
Claudio Denicoli também criticou a falta de manutenção das Estações de Tratamento (ETEs) da Cesan. “Há ETEs que existem há 30 anos e de onde nunca foi retirado o lodo que lá se sedimentou. Então, a eficácia está lá embaixo, a eficiência é mínima”.

Cesan
Por meio de nota, a Cesan afirmou que as ETEs operadas pela Cesan estão devidamente licenciadas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).
Em relação às lagoas de estabilização, a companhia alega que diversos acadêmicos do Brasil reconhecem que esse processo de tratamento é adequado.
*Com informações de Rafael Barros, do jornal A Gazeta.

Fonte: G1
Foto: Guilherme Ferrari/ A Gazeta

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