Mais duas pessoas, além do ex-secretário da Casa Civil de Ribeirão Preto (SP) Layr Luchesi Junior, foram presas na manhã desta segunda-feira (12) na Operação Sevandija. Eles são o ex-superintendente da Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto (Coderp) David Mansur Cury e o engenheiro civil Jorge Carlos Amin.
Os três deixaram a sede da Polícia Federal por volta de 9h30 e foram levados ao Centro de Detenção Provisória de Ribeirão. Agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão no Palácio Rio Branco, sede da Prefeitura de Ribeirão.
A PF informou que as prisões preventivas de Luchesi Junior, Cury e Amin foram expedidas pela Justiça após a conclusão da primeira fase do inquérito. O inquérito foi encaminhado ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que ofereceu denúncia à Justiça na sexta-feira (9).
“A primeira fase encerrou com o oferecimento das denúncias e o recebimento delas pelo juiz, e o início do processo criminal com relação aos primeiros fatos. Tudo o que foi apurado nessa primeira fase vai ser passado para a imprensa através de uma nota no período da tarde”, disse o delegado da PF Guilherme Monseff Biagi.
Os presos
Considerado um dos homens fortes do governo Dárcy Vera (PSD), Luchesi Junior acumulava as chefias das secretarias da Casa Civil e de Esportes. Ele foi alvo de mandado de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para prestar depoimento – na primeira fase da Operação Sevandija, em 1º de setembro.
Desde então, assim como outros nove vereadores que também foram levados para depor no mesom dia, o secretário estava afastado das funções públicas e proibido de entrar em prédios públicos.
Cury também teve papel de destaque no governo Dárcy: foi diretor da Companhia Habitacional Regional de Ribeirão (Cohab) e superintendente da Coderp, cargo que deixou no ano passado, após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) rejeitar licitação envolvendo a empresa e a Atmosphera Construções e Empreendimentos, investigada pela Sevandija.
Engenheiro civil por formação, Amin integra o Comitê de Avaliação de Projetos da Aegea Saneamentos, que também é investigada por suspeita de fazer pagamentos às empresas ligadas a Luiz Alberto Mantilla Rodrigues Netto, preso em 1º de setembro.
Na manhã desta segunda-feira, a advogada Maria Cláudia Seixas esteve na sede da PF, mas não confirmou se está representando algum dos suspeitos. Ela já defende a prefeita Dárcy Vera e o ex-chefe da Coderp e do Departamento de Água e Esgoto (Daerp), Marco Antônio dos Santos, que também foi preso.
Defesa
O advogado Fábio Boletta, que representa Luchesi Junior, afirmou que ainda não teve acesso à denúncia, mas entrará com recurso para que o cliente seja solto. “Uma vez que não há elementos suficientes para justificar a prisão dele”, afirmou.
Operação Sevandija
Deflagrada em 1º de setembro, a Operação Sevandija prendeu 11 pessoas – entre elas Santos e o ex-secretário de Educação, Ângelo Invernizzi Lopes – por suspeita de participação em esquema de fraude em contratos de licitações de R$ 203 milhões na Prefeitura.
Outras 17 mandados de condução coercitiva e 48 de busca e apreensão foram cumpridos. Agentes da PF realizaram buscas na casa da prefeita Dárcy Vera (PSD) e informaram que as denúncias contra ela são investigadas pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo.
Dois dias depois, o empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera Construções e Empreendimentos, a namorada dele, também foram presos no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), quando voltavam de uma viagem internacional.
A empresa é suspeita de funcionar como uma espécie de “cabide de empregos” para trabalhadores indicados por vereadores, em troca de apoio político ao governo da prefeita na Câmara Municipal.
Na última sexta-feira (9), a Justiça mandou soltar quatro presos: a ex-advogada do Sindicato dos Servidores, Maria Zuely Alves Librandi, a empresária Teresa Cristina Lopes da Silva, a administradora Julia Mantilla Rodrigues Netto, e o empresário Johnson Dias Correa.
Fonte: G1
Foto: Reprodução/EPTV