A Sanasa recebeu nesta quinta-feira, 15/12, o Professor Dr. Ivanildo Hespanhol, do Centro Internacional de Referência do Reúso da Água – CIRRA – da USP, que apresentou um relatório preliminar sobre o estudo para água de reúso. A apresentação ocorreu durante o seminário sobre o Plano de Segurança da Água.
O amplo estudo sobre a utilização da água de reúso como futura alternativa para os municípios que compõem as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí está sendo desenvolvido em uma estação piloto montada dentro da Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR-Capivari II). O contrato, no valor de R$ 758 mil para o projeto coordenado pelo Professor Ivanildo, foi assinado em setembro do ano passado pela Sanasa, Agência das Bacias PCJ e Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (Fundespa).
Patrocinado pela Agência PCJ, o estudo teve início em abril deste ano. A estação piloto é equipada com sistemas como osmose reversa, peróxido de hidrogênio, ozônio, raio ultravioleta, carvão ativado e carvão biologicamente ativado. A partir da associação de todos esses sistemas, a pesquisa avalia qual a melhor performance técnica e econômica para se atingir a qualidade segura da água resultante.
O primeiro relatório aponta que a qualidade da água de reúso produzida pela EPAR atende, em linhas gerais, aos parâmetros estabelecidos pela Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, que se aplica à água destinada ao consumo humano. O estudo realizado até agora avaliou a presença ou não de N-NDMA (composto solúvel que ataca o fígado) e de toxidade aguda ou crônica. O cronograma incluiu ainda um teste de AMES, substância que pode causar mudanças genéticas no organismo.
A próxima etapa, adiantou o Professor Ivanildo, consistirá em análises para detectar possíveis fármacos ou hormônios em amostras coletadas. “Eu vejo a continuidade deste estudo como de grande importância para termos mais argumentos para convencer os órgãos reguladores a licenciarem a potabilidade da água de reúso”, destacou o coordenador do projeto. “Temos qualidade para tratar e certificar, vamos distribuir uma água segura”, afirmou.
O pesquisador da USP apontou ainda para a necessidade de conscientizar a população, que hoje apresenta resistência ao fato de tomar uma água que já foi esgoto. “A água não deve ser avaliada pela sua história, mas sim pela qualidade”, esclareceu.
Durante a abertura do seminário, o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, explicou a importância deste projeto. “Culminará com um novo protocolo de utilização da água de reúso. Nossa empresa é pioneira em avançar nesta questão, o ciclo da água precisa ser respeitado e colocado em prática, e ninguém melhor que o Professor Ivanildo para validar esse processo, que vai servir de exemplo para todo o País”.
Antes da apresentação do relatório, a gerente de Integração e Desenvolvimento Tecnológico, Adriana Isenburg, fez uma apresentação sobre a implementação do Plano de Segurança da Água em Campinas. Em seguida, o coordenador do setor de Análise de Desempenho de Sistemas e Cadastro Técnico, Ivan de Carlos, apresentou as ações de controle de perdas. O seminário também contou com a participação do gerente de Operação de Esgoto, Renato Rossetto, que falou sobre o sistema de esgotamento sanitário de Campinas.
Fonte: SANASA – Campinas