A Light, distribuidora de energia que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro, concluiu a licitação para a aquisição de 1 milhão de medidores eletrônicos e da rede de comunicação inteligente – a chamada “smart grid” – que irá implantar ao longo dos próximos cinco anos.
Segundo o Valor, o contrato, de R$ 750 milhões, será assinado com a fabricante de origem suíça e adquirida pela japonesa Toshiba em 2011.
O contrato é peça chave para a estratégia da Light de reduzir as perdas comerciais – que acontece por furto e fraude de energia. O investimento para projetos de redução de perdas nos próximos cinco anos totaliza R$ 2 bilhões.
Desse montante, R$ 1,25 bilhão será aportado pelos acionistas e R$ 750 milhões obtidos via tarifa de energia, cujo repasse foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no ano passado.
O smart grid muda a estrutura tradicional de fornecimento de energia elétrica, na qual o consumidor é um agente passivo, para um sistema em que infraestrutura, TI, Telecom e automação andam juntas para fazer dele um ativo, que interage com tecnologias de controle de seu consumo e alimenta a inteligência das concessionárias com dados.
Para implantar o sistema de smart grid, a companhia montou um escritório específico sobre programa, que reporta diretamente à presidência da empresa e conta com 250 pessoas em tempo integral. Além disso, a equipe tem o suporte de mil homens em campo.
A meta da empresa é disponibilizar a rede inteligente para 1,6 milhão de consumidores, o equivalente a cerca de 40% do total de clientes da distribuidora, até 2018.
Até o fim deste ano, a companhia espera alcançar a marca de 600 mil medidores eletrônicos instalados em residências de sua área de concessão.
O programa terá prioridade na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio de Janeiro, as regiões mais críticas em termos de perdas comerciais.
Em novembro de 2013 as secretarias de Inovação e de Desenvolvimento de Produção do Ministério do Desenvolvimento anunciaram o planejamento uma estratégia para construir uma política pública para as redes inteligentes de energia elétrica, o smart grid.
A ideia é financiar a troca de equipamentos via BNDES com juros acessíveis instituindo, em contrapartida, que as empresas não alterarem as tarifas de eletricidade.
De acordo com cálculos do governo, seriam necessários US$ 32 bilhões, ou seja, R$ 70 bilhões, para proporcionar a substituição de todos os equipamentos, que vão desde os switches aos medidores de energia residenciais, comerciais e industriais em todo o território brasileiro.
A Light divulgou hoje os resultados da empresa no primeiro trimestre desse ano. A companhia totalizou lucro líquido de R$ 180,5 milhões, um aumento de 129,5% em relação ao mesmo período em 2013.
O consumo total de energia da distribuidora entre janeiro e março de 2014 foi 7,8% maior que o do mesmo trimestre do ano passado, somando 7.374 GWh.
O resultado foi influenciado, principalmente, pelo aumento de 13,6% no consumo do segmento residencial – recorde dos últimos 10 anos – e de 8,3% do segmento comercial.