O concurso bienal de arte realizada pela Land Art Generator Initiative (LAGI) pediu aos designers para criar soluções artísticas para purificar a água, energia sustentável, ou ambos.
Santa Monica, uma cidade litorânea a oeste de Los Angeles, é o cenário para a competição desse ano. O tema é água limpa, em reconhecimento ao quinto ano da grave seca da Califórnia. Os vencedores serão anunciados no dia 6 de Outubro.
Os prêmios em dinheiro são de US$ 15.000 para o primeiro lugar e US$ 4.000 para o segundo lugar. No entanto, ganhar não garante que o conceito do projeto será aplicado. A LAGI trabalha com os governos municipais e empresas locais para tentar transformar os projetos que são mais viáveis em realidade.
A proposta do Clear Orb é de uma cúpula de vidro de dessalinização de 40 metros de diâmetro, revestida com células fotovoltaicas para gerar energia para bombear a água do mar. Dentro da esfera, o calor do sol deve destilar a água salgada através da evaporação e condensação. O projeto poderia gerar 3.820 MW/h de eletricidade e 2,2 milhões de litros de água potável por ano. A parte de baixo da esfera está coberta de barbatanas que podem transformar a ação das ondas em eletricidade. Artistas: Jaesik Lim, Ahyoung Lee, Jaeyeol Kim, Taegu Lim de Seul, Coreia do Sul.
A proposta do The Pipe é de um spa marítimo com filtragem de água. No interior, os visitantes poderiam desfrutar de banhos termais quentes e frios com água salgada. Acima dele, os painéis solares produziriam energia para bombear água do mar através do sistema de filtragem eletromagnética abaixo do deck da piscina para criar água potável. O sistema é concebido para produzir 4,5 bilhões de litros de água potável anualmente. Artistas: Abdolaziz Khalili, Puya Kalili, Laleh Javaheri, Iman Khalili, Kathy Kiany (Khalili Engineers) de Vancouver, Canada.
A proposta do The Cetacea é de uma série de estruturas arqueadas entre 13-30 metros que poderiam capturar energia eólica, solar e das ondas para produzir 4.300 MW/h de eletricidade. Os arcos incluiriam um sistema de filtragem para processar águas pluviais e transformar em água potável. “Repetição e uma variação sútil dos arcos criam formas etéreas em constante interação com o mar, luz e nuvens no horizonte”, escreveram os designers. Artistas: Keegan Oneal, Sean Link, Caitlin Vanhauer, Colin Poranski de Eugene, Oregon.
Cnidaria Halitus se assemelha a uma fileira de água-viva gigante, raspando a superfície do oceano com seus tentáculos. Um sistema de tubo alimentado por energia das marés traria a água do mar a um boiler dentro de cada estrutura da água-viva, onde uma lente concentra a luz solar para aquecer a água. Este processo criaria vapor de água potável que condensa ao longo das paredes de coleta. O projeto poderia produzir 600 000 litros de água potável todos os dias. Artistas: John Eric Chung, Pablo La Roche, Danxi Zou, Jingyan Zhang, Tianyi Deng de Los Angeles, California.
2000 Lighthouses Over the Sea iria aproveitar a ação das ondas para gerar 4000 MW/h de eletricidade por ano. O projeto iria instalar 2000 colunas ao longo de um cais para produzir energia através das mares. A ponta de cada coluna iria mudar de cor dependendo da intensidade das ondas, fazendo todo o projeto parecer uma “floresta de luz”. Artistas: Louis Joanne, Anaelle Toquet Etesse, Elba Adriana Bravo, Maria Rojas Alcazar, Ronan Audebert de Guadalajara, Mexico.
Esses são os Paper Boats, uma série de barcos com geradores fotovoltaicos que produziriam 2400 MW/h de eletricidade por ano. O invólucro exterior de cada barco seria feito de lentes poderosas para concentrar e direcionar a luz solar para uma segunda camada de células fotovoltaicas para gerar eletricidade. Uma parte da eletricidade seria utilizada para estimular o crescimento do coral abaixo, num processo denominado de acreção. Artistas: Christopher Makrinos, Stephen Makrinos, Alexander Bishop de Pittsburgh, Pennsylvania.
A proposta do Big Beach Balloon é de amarrar um balão de gás hélio gigante em um cais, permitindo que cerca de 30 passageiros vejam Santa Monica a 150 metros de altura. Revestido com células fotovoltaicas ultrafinas, o balão seria capaz de gerar eletricidade e enviar energia à rede através de um cabo conectado à sua plataforma de desembarque. O balão teria 23 metros de diâmetro e capacidade de produzir 300 MW/h de eletricidade por ano. Artistas: Matt Kuser de Carmel, USA.
A proposta do RegattaH2O é de uma escultura que imita a aparência de um barco a vela. A malha das velas seria forrada com calhas para coletar a umidade do nevoeiro e entregar o vapor para os mastros, de onde a água dessalinizada seria canalizada para a costa. Quando os níveis de umidade do ar caem, as velas se retrairiam para revelar a linha do horizonte. Faixas em movimentos suspensos entre eletroímãs seriam ligadas aos mastros para pegar o vento, gerando 70 MW/h de eletricidade por ano. Artistas: Christopher Sjoberg, Ryo Saito de Tokyo, Japan.
A proposta do Flowerpops é de criar um “jardim artificial” ao lado de um cais que utiliza cinco tecnologias diferentes para produzir 13000 MW de eletricidade por ano. Boias que se assemelham a lírios de água flutuariam ao longo da superfície do mar com invólucro capaz de captar energia das ondas e com painel fotovoltaico construídos na forma de girassóis. À noite, a energia armazenada poderia alimentar 2000 luzes LED, “refletindo o efeito de céu estrelado no oceano”. Artistas: Augusto Audissoni, Silvia Cama, Elisabetta Lo Grasso, Elisa Tozzi, Nicolò Mossink de Genoa, Italy.
A proposta do Ring Garden é de uma estrutura circular rotativa ao lado do cais que iria usar água salgada, dióxido de carbono e luz solar para produzir alimentos, rações animais e água potável. O anel conteria uma horta e uma planta de dessalinização para filtrar a água para o plantio. O rejeito salino seria usado para alimentar Spirulina, uma alga. As algas, quando secas, iriam ser usadas para produzir ração animal. Artistas: Alexandru Predonu de Bucharest, Romania.
A proposta do Horizon Lines se materializa em uma série de painéis fotovoltaicos gigantes com revestimentos que os tornam transparentes. Eles seriam ancorados no oceano imitando a crista e quebra de uma onda. Cada painel viria com uma luz LED que brilha em diferentes intensidades para refletir a quantidade de energia produzida. O design é uma homenagem a um emissário que é usado para descartar esgoto abaixo do cais, esvaziando os resíduos no oceano. Ele iria produzir 625 MW/h de eletricidade por ano. Artists: Rebecca Borowiecki de Boulder, Colorado.
Fonte: The Guardian
Tradução: Cleyton Cardoso – [email protected]
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