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Projeto de pesquisa irá baratear a tecnologia de detecção de vazamentos

É a primeira vez que as características do solo e da tubulação estão sendo investigadas de maneira integrada no Brasil.

O projeto de pesquisa elaborado dentro do Acordo de Cooperação firmado entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP e a SABESP com a Universidade Estadual Paulista – UNESP e liderado pelo pesquisador Inglês Michael Brennan tem se mostrado promissor na redução de custos e no aprimoramento de uma tecnologia já existente para detecção de vazamentos. Trata-se do desenvolvimento de um “correlacionador” de ruídos nacional.

Este equipamento é utilizado para determinar a localização exata de vazamentos de água não visíveis e dificilmente detectados por métodos acústicos, mas que são sensíveis o suficiente para serem identificados a partir de vibrações produzidas nas tubulações de água. Em muitos casos os correlacionadores são mais eficientes do que manômetros (utilizados para medir a pressão), hastes de escuta e geofones, instrumentos também utilizados na pesquisa por vazamentos que não afloram a superfície.

Embora os correlacionadores já existam no mercado, seu custo é elevado, visto que são importados e, justamente por isso, adaptados às circunstâncias encontradas nos países que os produzem, tais como topografia, tipo de solo e tipo de material utilizado na tubulação. A aquisição desse aparelho não sai por menos de R$ 100 mil, fora as taxas de importação e impostos. A intenção é que muito em breve o modelo desenvolvido possa ser patenteado e licenciado a empresas que possam produzi-lo aqui no Brasil.

Testes

Desde o dia 13/3, uma equipe de pesquisa liderada pelo professor Michael Brennan, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual Paulista – UNESP de Ilha Solteira encontra-se nas instalações do CEQ (Centro de Exames e Qualificações) localizado no Complexo Costa Carvalho da Sabesp, na capital paulista. No local, têm sido realizados testes com diferentes tipos de sensores e em condições semelhantes às encontradas nas ruas. Após esta etapa que é de validação e que acontece em campo controlado, haverá um trabalho de acompanhamento das equipes de detecção de vazamentos da Sabesp, a fim de testar o protótipo desenvolvido em condições cotidianas.

“Um dos papéis da coordenação dos projetos de pesquisa é fazer a ponte entre a Academia e a Operação, ou ainda, o “chão de fábrica”. Podemos assim entender de forma um pouco mais profunda a tecnologia envolvida nos produtos dos quais somos consumidores. Esta compreensão da física dos fenômenos abre as portas para novas abordagens conceituais de resolução de problemas para os pesquisadores, sendo um potencial projeto de Inovação Tecnológica. Por outro lado, a Operação tem um enorme conhecimento tácito de processos devido ao enfrentamento de inúmeros problemas práticos e em diferentes condições de contorno. Esta troca de experiências destes dois mundos torna o projeto de pesquisa com mais chances de ser bem sucedido, o que entendemos que é o que está ocorrendo com este projeto para a nossa satisfação”, explica o engenheiro Marcelo Kenji Miki, gerente do Departamento de Execução de Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – TXE da Sabesp.

“A importância deste projeto é que pela primeira vez no Brasil e na América Latina está se estudando o correlacionador de ruídos tanto do ponto de vista de hardware como de software. É, também, a primeira vez que as características de solo e da tubulação estão sendo investigadas. Ou seja, não é somente o processamento de sinal em si, mas sim a toda característica que envolve o problema de detecção de vazamentos, como por exemplo, o tipo de solo utilizado no assentamento, o tipo de material do tubo, etc.”, aponta o professor Michael John Brennan, Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UNESP do Câmpus de Ilha Solteira, Mestre e Doutor pela “University of Southampton”, Inglaterra.

“Esse projeto é importante na questão de desenvolvimento tecnológico da Sabesp. A pesquisa vai proporcionar uma melhoria nos nossos serviços e aumentar a eficiência da detecção de vazamentos. Além disso, estamos elevando o nível técnico de nossos profissionais, à medida que você está expondo ao mundo acadêmico a realidade de uma empresa, isso está permitindo grandes avanços e saltos tecnológicos nesse tema de pesquisa. Nossa expectativa é que tenhamos um trabalho que seja mais assertivo com um custo menor. Especificamente no equipamento teremos uma grande redução do custo com o aumento da eficiência de nossa assertividade”, afirma o engenheiro Cícero Mirabô Rocha Filho, Departamento de Planejamento Integrado – MPI.

“Alguns resultados já foram obtidos, como por exemplo, o efeito do solo na transmissão dos sinais vazamentos é exatamente a velocidade da onda na tubulação. Na simulação dos vazamentos num campo de prova, há a inserção de outras variáveis que não ocorrem na prática. O que estamos fazendo agora é verificar o quão fidedigno é o campo de testes na reprodução de uma situação real de vazamento”, conta Fabrício C.L. Almeida, professor assistente Faculdade de Ciências e Engenharia (FCE) UNESP de Tupã, Doutor pela “University of Southampton”.

“É um projeto piloto esse que estamos fazendo aqui na Sabesp. Eu estou envolvido na parte prática e é gratificante porque nossa realidade é diferente daquela para a qual o equipamento importado foi desenvolvido. Então vai além de adaptar um equipamento a nossa realidade, trata-se de um desenvolvimento muito importante para o Brasil”, ressalta Marcelo Aparecido dos Santos Carvalho, especialista em detecção de vazamentos, Departamento de Engenharia de Operação Norte – MNE.

Foto: Nascentes do Xingu
Fonte: Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo

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