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Enfil apresenta tecnologia para tratamento de água

Sistema implementado em Brasília tecnologia para tratamento de água que usa membranas com porosidade até 6 mil vezes menor que um fio de cabelo para remover vírus, bactérias, algas e patógenos com redução do consumo de produtos químicos.

Os impactos globais decorrentes das mudanças climáticas são evidentes. No Brasil, uma das áreas mais afetadas é a do Distrito Federal. Os longos períodos de estiagem registrados nos últimos anos vêm comprometendo o abastecimento de água potável para seus mais de 3 milhões de habitantes.

Os dados são alarmantes. No último dia 20 de setembro, o reservatório de Santa Maria atingiu 31,7% de sua capacidade, nível mais baixo de sua história, enquanto que o do Descoberto registrou volume acumulado de apenas 20,9% (o mais baixo foi de 18,85%, verificado em 13 de janeiro deste ano).

Para atenuar o problema, a CAESB (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) passou a buscar novas fontes de fornecimento, entre elas o enorme Lago Paranoá, com seus 48 km² de área. Além do sistema de captação, uma enorme estrutura para tratar a água deveria ser implantada a fim de torná-la apta ao consumo humano. E tudo deveria ser feito com o máximo de celeridade, já que situação crítica dos reservatórios fez com que o prazo de conclusão dos trabalhos fosse preponderante para a efetividade do plano.

Após licitação pública, o projeto vencedor foi o da Enfil S/A Controle Ambiental, inaugurado no último 02 de outubro.

Desafios da tecnologia para tratamento de água

A empresa planejou todo um sistema composto por unidades de captação e tratamentos modulares pré-fabricadas, capazes de entrar em funcionamento em curtíssimo prazo. O grande diferencial foi a utilização do processo de ultrafiltração em regime Turn-Key, que já havia sido utilizado em São Paulo durante o auge da crise hídrica no estado, em 2015, com excelentes resultados.

A tecnologia utiliza membranas ultrafiltrantes, com porosidade até 6 mil vezes menor que um fio de cabelo (de 0,1 a -0,001 micrômetro), para remover vírus, bactérias, algas e patógenos com redução de aplicação de produtos químicos, que atende as mais rigorosas normas de controle ambiental, em especial a portaria 2914/2011, do Ministério da Saúde, sobre qualidade da água potável.

O sistema aplicado apresenta várias vantagens frente ao sistema convencional comumente implantado no Brasil.

tecnologia para tratamento de água

Por ser totalmente automatizado, exige a presença de não mais que um ou dois operadores para realizar todo o trabalho. Estes são responsáveis mais pela manutenção do que pela operação em si, muito diferente do que ocorre nos sistemas convencionais, em que os funcionários se veem obrigados a acompanhar as operações de descarte de lodo, a contra lavagem de filtros, entre outras ações.

Outro benefício é a economia de água. “A recuperação de água obtida no sistema da Enfil chega a valores acima dos 90%, algo muito superior ao obtido no convencional, em que as perdas de água na contra lavagem dos filtros de areia são enormes”, diz Fernanda Ferrari Gualberto, Engenheira de Processos da empresa.

Escopo

O projeto é substancioso. É composto por três subsistemas que atuam de forma conjunta e que são controlados pelo sistema de automação da unidade, formado por equipamentos de captação e Elevatória de Água Bruta (EAB), de tratamento de água pelo processo de Ultrafiltração (ETA) e da Elevatória de Água Tratada (EAT).

A captação de água bruta é feita a partir de unidades montadas em flutuantes, na margem do Lago Paranoá e posicionadas de forma a configurar uma espécie de píer. No local, cinco conjuntos de bombas de eixo vertical, sendo um de reserva, se responsabilizam pelo bombeamento de 700 a 850 litros por segundo.

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A Enfil também se encarregou por toda a instalação elétrica, instrumentação e automação, o que inclui painel CCM (centro de controle de motores), sistema de automação integrado à ETA de Ultrafiltração, em protocolo industrial, além de todos os projetos e materiais de instalação para iluminação, aterramento, SPDA, força/controle e instrumentação e vários outros componentes.

Atendendo às exigências do projeto, o sistema garantirá uma vazão de água potável estimada em 700 litros por segundo. Com isso, aumenta de maneira significativa a capacidade de abastecimento da capital federal.

Destaca-se também o fato de que um projeto dessa magnitude tenha sido entregue em tão pouco tempo: apenas 120 dias para finalização da montagem e instalação dos equipamentos, 30 dias de testes e pré-operação do sistema e mais 90 dias de operação assistida – totalizando 240 dias. “Empregamos o que temos de melhor para atender as exigências da CAESB em um projeto tão vital para o bem-estar da população do Distrito Federal”, ressalta Fernanda, da Enfil.

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