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Erros estratégicos deixam contas mais caras

O forno elétrico foi substituído por um a gás e os equipamentos de ar-condicionado entraram em revezamento. Mas essas medidas não foram suficientes para impedir que a conta de energia da cafeteria de João Bosco, no Centro de Ribeirão, saltasse de R$ 1 mil, no ano passado, para R$ 1,5 mil, neste ano.
Em sua casa, a conta se manteve estável. “Mas apenas porque meu filho casou e começou a morar fora. Nosso consumo diminuiu bastante, mas o preço se manteve”, diz.

Segundo o especialista em infraestrutura e professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP de Ribeirão Preto, Francisco Anuatti, o aumento nas contas é resultado de erros estratégicos e de uma “pedalada energética” do Governo Federal.

No início de 2013, após extinguir e diminuir tarifas e renegociar contratos de transmissão e geração de energia elétrica, o governo conseguiu um reajuste médio de 20% na conta de luz dos brasileiros.

Em 2014, entretanto, a crise hídrica prejudicou as hidrelétricas, e o governo teve que recorrer às termoelétricas – com custo até nove vezes maior. Esse aumento de gastos, entretanto, demorou para ser repassado aos usuários. “O custo das concessionárias na geração de energia aumentou muito, mas o governo segurou o aumento. Quando ele veio, havia toda uma barriga acumulada”, explica Anuatti.

Gastos – Agora, o consumidor sente de uma só vez três reajustes: o anual (que sempre ocorre para compensar perdas inflacionárias), os custos financeiros da tarifa defasada para as empresas em relação aos custos de produção de energia e a bandeira tarifária.

As bandeiras foram instituídas este ano e têm valor mais alto caso o custo de energia seja maior – principalmente se as termoelétricas estiverem funcionando. Atualmente, é praticada a bandeira vermelha – a mais cara –, que custa R$ 5,5 para cada 100 Kw/h consumidos pelo usuário.

Além disso, a tarifa residencial que o ribeirão-pretano paga atualmente à CPFL aumentou 32,4% em relação ao início do ano.

“A situação atual ocorre por erros do governo. Agora, acredito que os preços se manterão estáveis até o início do próximo ano”, diz Anuatti.

Água – Se a crise hídrica foi uma das responsáveis pelo aumento da tarifa de energia elétrica, o custo da eletricidade foi o maior vilão do aumento da conta de água em Ribeirão Preto – no dia 30 deste mês, a tarifa ficará 20,5% mais cara.

Cerca de 35% dos custos operacionais do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) são por energia elétrica – devido ao alto consumo dos poços artesianos. Em 2014, a autarquia desembolsou R$ 42,1 milhões para a CPFL.

Segundo o Daerp, o impacto do aumento da conta de luz foi de 52%. Por mês, isso representa um gasto adicional de R$ 1,75 milhão.
Fonte: Jornal A Cidade

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