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Cemig vive “montanha-russa” na Bolsa, mas é melhor o investidor se preparar para o pior

SÃO PAULO – Há anos o setor elétrico passa por dificuldades, desde intervenção do governo até a falta de chuvas e se as companhias ainda não têm um futuro certo, quem dirá suas ações. É o caso da Cemig (CMIG4), que nas últimas semanas parece viver em uma montanha-russa, e que está longe de chegar ao seu final. Após cair 31% em um mês e atingir sua mínima desde dezembro de 2011, os papéis da companhia elétrica já subiram 6% nos últimos 5 dias. Mas talvez o mercado ainda não esteja preparado para o que aguarda a empresa.

Tudo começou no dia 24 de junho, quando a 1° Seção do STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o pedido da companhia para renovar automaticamente a concessão da hidrelétrica de Jaguara por mais 20 anos. A discussão do tema já durava mais de 2 anos. Apenas naquele dia os papéis CMIG4 desabaram 8%, seguindo em derrocada por pelo menos um mês.

A decisão não chegou a ser novidade, segundo analistas ouvidos pela Reuters, mas seria natural que os papéis da companhia mineira sofreriam com a notícia. Mas segundo um gestor que não quis se identificar, este é apenas o começo do problema da Cemig, que pode ver sua situação piorar em consequência desta decisão. Ao InfoMoney, ele afirmou que o mercado ainda não percebeu a real dimensão do problema.

A grande questão é que durante os 2 anos que o processo ficou em transição no STJ, a companhia atuou com a hidrelétrica de Jaguara por meio de uma liminar. Segundo este gestor, neste período a Cemig ganhou em torno de R$ 4,3 bilhões e com a derrota na justiça, a empresa pode ter de devolver este valor, o que complicaria a situação financeira dela.

Até recentemente, o presidente da companhia, Mauro Borges Lemos, afirmava que a Cemig não teria de devolver este dinheiro, mas recentemente em uma entrevista ele comentou pela primeira vez a possibilidade de retornar estes R$ 4,3 bilhões. “Com isso, a alavancagem da companhia, que já é alta, ficaria ainda maior”, destaca o gestor.

Segundo ele, caso a Cemig conseguisse manter a hidrelétrica, o preço-justo da ação ficaria em torno dos R$ 22 – o que representaria uma alta de 129% em relação aos atuais R$ 9,60 -, enquanto sem a Jaguara o preço cai pela metade, para R$ 11, o que abriria espaço para uma alta de 14,5% dos papéis em relação ao preço atual. Porém, se a companhia precisar devolver os R$ 4,3 bilhões, o valor justo do papel despenca para R$ 7,7, ou seja, um potencial de perda de 19,8%.

Mas por que as ações estão subindo?
Apesar de toda a pressão referente ao processo com Jaguara, as ações da Cemig estão subindo forte nos últimos dias, seguindo o desempenho de outras companhais elétricas. Isso ocorre porque este debate saiu de radar para dar lugar às expectativas sobre reembolsos às geradoras pelo chamado risco hidrológico (GSF).

As expectativas do mercado crescem diante de notícias de que o governo estuda mudar de forma significativa sua proposta em relação ao risco hidrológico. A questão do déficit de geração das hidrelétricas se tornou relevante porque há meses as usinas estão sendo obrigadas a gerarem menos eletricidade para pouparem água de seus reservatórios. Isso tem feito as empresas a terem que comprar energia mais cara no mercado de curto prazo para honrarem contratos de fornecimento.

O que aparece no noticiário agora é que o governo e as geradoras devem chegar a um acordo que as geradoras abaixariam as tarifas mas teriam uma compensação com perdas com GSF. Caso isso seja confirmado, os analistas do banco veem um cenário positivo, principalmente para Cesp e Cemig, apesar de reforçarem que ainda há potenciais riscos de desvalorização desses papéis. Eles não negam, no entanto, que a notícia pode gerar um bom momento para investidores zerarem uma eventual posição “short” (vendida) nos papéis.

O resultado poderia ter saído na segunda-feira, mas a reunião após reunião com agentes do setor elétrico no Ministério de Minas e Energia, o diretor da Aneel, Tiago Correa, disse que o encontro foi positivo, mas não conclusivo. De acordo com ele, os representantes das geradoras ainda irão fazer cálculos e simulações que dependem de parâmetros que faltam ser definidos.

“Falta fechar parâmetros para calcular os valores dos riscos e viabilizar a contabilidade de ativos. Precisamos ainda fazer essa escolha metodológica”, disse o diretor após a reunião. Segundo ele, a Aneel estará aberta para receber as empresas durante esta semana e a expectativa é de que já na terça-feira da próxima semana (11) o órgão regulador possa aprovar a nova metodologia em sua reunião semanal.

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