saneamento basico
Limpeza Urbana em Salto

Inovações tecnológicas transformam Salto/SP em referência nacional em limpeza urbana

Limpeza Urbana em Salto

No nono ano de um contrato de 30 anos de Parceria Público-Privada com a Prefeitura de Salto, a CSO Ambiental já conseguiu colocar o município como referência nacional em limpeza urbana, ao usar inovações tecnológicas desenvolvidas para o trabalho local.

Com usinas de aproveitamento de resíduos orgânicos e sólidos, empresa parceira da Prefeitura colocou a cidade no radar de outros municípios que buscam desafogar a quantidade do lixo gerado

“Antigamente, todo o resíduo coletado ou ia para o aterro sanitário ou para o aterro de inertes. Já hoje temos uma usina própria para os resíduos da construção civil e a usina de valorização (aproveitamento) de resíduos sólidos urbanos, que tem potencial para chegar em uma produtividade em que apenas 10% dos materiais voltariam ao aterro”, explicou o gestor operacional da CSO, Guilherme Cândido

Ao lado da coordenadora ambiental da empresa, Heloísa Driely Victor, o gestor fala das inovações implementadas, dos desafios para o futuro e do trabalho educacional desenvolvido para que o descarte irregular seja cada vez menor, afinal minimizar o impacto do lixo no meio ambiente é um dos desafios que mais mobilizam cidades atualmente com a discussão mais intensa a respeito da preservação da qualidade de vida.

Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, dão conta de que o Brasil produziu em 2022 mais de 80 milhões de toneladas de resíduos nas áreas urbanas, o que representa 224 mil toneladas diárias ou, em média, 381 quilos por ano para cada cidadão brasileiro.

LEIA TAMBÉM: AGEMS avança na regulação de resíduos sólidos e limpeza urbana

O descarte correto é o primeiro passo para que esse lixo não tome conta do entorno. Em seguida, é preciso todo um trabalho das empresas responsáveis em cada município para que o lixo não fique empilhado aguardando decomposição natural.

Veja abaixo os detalhes da entrevista:

Quais evoluções aconteceram nos últimos anos que têm ajudado a minimizar o impacto ambiental do lixo?

Guilherme Cândido: Nesses nove anos que temos de contrato com a Prefeitura de Salto até o momento, a destinação dos resíduos mudou muito. Antigamente, todo o resíduo coletado ou ia para o aterro sanitário ou para o aterro de inertes, que recebe os resíduos da construção civil. Já hoje temos uma usina própria para os resíduos da construção civil, na qual todo o material é descartado, passa por uma triagem e por uma valorização. Somente o que sobra vai para o aterro de inertes, reduzindo em torno de 80% a 90% do que era descartado. Esse material agregado é devolvido ao município através de brita para recapeamento de áreas rurais, por exemplo. Era um resíduo que antes ia todo para o aterro e hoje conseguimos dar uma nova destinação. Temos também a usina de valorização de resíduos sólidos urbanos, que completará neste ano, três anos de operação e que tem potencial para chegar em uma produtividade em que apenas 10% dos materiais voltariam ao aterro. Não atingimos esse potencial ainda, pois estamos em um processo de aprendizado.

E qual o destino dos resíduos produzidos por essa usina de valorização de resíduos sólidos?

Guilherme Cândido: Todos os resíduos coletados no município, que vão para os contêineres verdes, são descarregados nessa usina. É feita a triagem para retirar alguns materiais que possam vir a ser recicláveis e então gerar o Combustível Derivado de Resíduos, que tem a potencialidade de ser vendido, queimado e assim gerar energia. Dessa forma, cria-se um ciclo sustentável. Essa usina veio com uma tecnologia que se tornou referência no Estado de São Paulo e até mesmo no país. Recebemos visitas constantes para mostrar como esse modelo funciona e pode ser aplicado.

Quais outras inovações tecnológicas a CSO implementou nesse período e quais podem vir a serem implementadas ainda?

Guilherme Cândido: Trouxemos, nos últimos anos, uma gama muito grande de tecnologia. Salto tem a primeira coleta feita com caminhões cem por cento elétricos. Temos a usina de valorização, que, quando surgiu, foi uma inovação no mercado. A usina de resíduos sólidos urbanos é uma tecnologia muito acima da média. E na parte de rua, temos alguns maquinários diferentes, como, por exemplo, a coleta especial a partir de triciclos, iniciadas em abril, substituindo a coleta que era feita a pé. Trouxemos a varrição mecanizada também, entre outros. Além disso começamos com a capinação a vapor, deixando de usar produtos agrotóxicos. Conforme a demanda de mercado vem surgindo, vamos nos preparando e buscando novas tecnologias. Algo que estamos tentando trazer através dos agregados da usina de materiais da construção civil são os pisos intertravados, que são os bloquetes de pavimentação. Já estamos começando a buscar o maquinário para produzir. A ideia é que, através da Parceria Público-Privada que temos, ao fazer uma praça, por exemplo, possamos usar esses materiais valorizados na usina. Isto irá criar uma identidade de calçamentos e permitirá uma aplicação prática.

Qual é o volume de lixo e materiais recicláveis coletados pela CSO atualmente em toda a cidade?

Guilherme Cândido: Coletamos hoje em Salto cerca de 3 mil toneladas de lixo por mês, podendo ser maior em períodos de pico, como datas comemorativas. Já de recicláveis, cerca de 250 toneladas são coletadas por mês.

Em relação ao material reciclável, quanto desse volume pode ou vem sendo reaproveitado?

Guilherme Cândido: Todo o material reciclável nós encaminhamos à Cooperativa de Reciclagem Boa Esperança de Salto, que consegue valorizar em torno de 90%. Apenas uns 10% ficam como rejeitos. Então, de umas 250 toneladas, apenas umas 30 toneladas não são reaproveitadas. E a opção dos contêineres subterrâneos, evita a mistura e a contaminação também é reduzida.

Como é trabalhar em uma cidade que tem por objetivo atrair turistas e precisa ter a limpeza pública nas melhores condições?

Guilherme Cândido: É um desafio, sobretudo devido às distintas épocas do ano. Temos a época chuvosa e, como Salto tem uma área verde muito grande, é preciso ter uma equipe de planejamento estratégico para atingir os objetivos ao longo do ano. Depois, temos a época seca, com o complicador das queimadas, que gera uma poeira. Porém, é muito gratificante trabalhar na limpeza urbana e trazer novas tecnologias. Consideramos o trabalho dos garis e dos coletores um dos mais importantes da cidade. Imagina só ficar uma semana sem limpeza pública. E o turista, quando vier, sempre terá a referência da limpeza das áreas públicas. Se as pinturas estão em dia, se as podas das árvores foram feitas e se os gramados estão roçados, tudo vai ser visto.

Quanto Salto está avançada em limpeza pública em relação às outras cidades da região e do Estado?

Guilherme Cândido: A criação da coleta cem por cento mecanizada, através dos contêineres, já mostra um avanço muito grande. Em algumas cidades, permanece o que chamamos de coleta porta a porta, com o lixo sendo coletado individualmente de cada lixeira residencial. A coleta mecanizada deixa a cidade mais limpa, sem contar que o cidadão tem a facilidade de poder descartar o lixo em qualquer horário, sem precisar esperar o caminhão de lixo passar. Junto disso trouxemos ainda a coleta seletiva, que já atinge todo o município. Além disso, a Parceria Público-Privada e suas tecnologias possibilitam a coleta de todo o lixo, enquanto ainda há cidades, cujos contratos têm um limite de capacidade de coleta. Tudo isso nos permite cumprir cem por cento do plano de resíduos sólidos e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, propostos pela Organização das Nações Unidas, a ONU.

O aterro sanitário de Salto está próximo de sua capacidade máxima ou ainda tem muito mais vida útil?

Guilherme Cândido: O aterro está em um local em que a cidade foi crescendo ao seu entorno, então não há uma área tão grande de expansão. A construção da usina de resíduos sólidos urbanos surgiu com estratégia para resolver isto, ou seja, de reduzir o volume descartado no aterro. Entretanto, ainda há espaço para ampliação do aterro atual. Ele não está nada saturado. E com esse mecanismo, ainda temos alguns anos para que ele possa operar. A informação que temos levado sobre o descarte de recicláveis ajuda bastante. Por ser um material volumoso e de difícil compactação, quando o retiramos do aterro, ajudamos a aumentar a vida útil do local cada vez mais. É claro que, se algum dia, ele chegar a ficar saturado, há outros meios que possam ser utilizados.

Falta conhecimento da população em relação ao trabalho da CSO?

Heloísa Driely Victor: Temos a linha da limpeza, os canais abertos de comunicação via site, inclusive aos finais de semana. Os agentes estão na rua disseminando a informação. Muitas pessoas sequer sabem as estruturas em relação à coleta que temos. Durante a Semana do Meio Ambiente, conseguimos demonstrar para a população que temos várias ferramentas que podem ser utilizadas, o que para muitos, é apenas mais um mobiliário urbano. Se olharmos para o nosso entorno, Salto hoje é referência em questão de limpeza urbana para todo o país. Recebemos visitas de várias prefeituras que buscam entender o nosso funcionamento.

Há conscientização da população em relação ao descarte de materiais para o lixo ou ainda estamos distantes disto?

Guilherme Cândido: Acredito que não temos a conscientização. Percebemos isso nas ruas, com o que chamamos de volumosos no entorno dos contêineres. Vê-se sofás, armários ou até mesmo um colchão descartado em um local não adequado, sendo que, na maioria das vezes, a pessoa poderia levar nos ecopontos. Salto, porém, tem um trabalho muito grande de educação ambiental. Um dos diferenciais é oferecermos meios para a população fazer o descarte. Primeiramente, nós pensamos também na base. Então vamos às escolas, com atividades interativas e de entretenimento para as crianças, e damos o meio para que ela leve os resíduos para a escola, multiplicando essa rede. Temos também os agentes ambientais que passam pelas ruas identificando descartes irregulares e informando cidadãos para que usem os ecopontos.

É difícil fazer esse trabalho de educação ambiental?

Heloísa Driely Victor: É difícil, mas conseguimos, desde os pequenos, criar cidadãos com uma consciência diferente. Os alunos que já participaram das ações do passado comentam as atividades e até cobram das escolas para que haja o descarte correto, além de passar as informações aos pais. Temos exemplos de eventos em que as crianças chamam os pais para mostrar a eles o que já tinham aprendido. Já passamos em 25 unidades dos Cemus e agora iniciamos um trabalho na rede estadual.

Como é o trabalho desenvolvido pela CSO Ambiental?

Guilherme Cândido: Fazemos todos os serviços de gerenciamento de resíduos e de limpeza urbana, tais como roçadas, capinações, plantio de árvores, gerenciamento do resíduo completo através das redes de ecopontos, coleta de resíduos urbanos, coleta de recicláveis, coleta de feiras, além de um trabalho de educação ambiental, com orientações aos cidadãos para o descarte correto. Estamos no nono ano de contrato (com duração de 30 anos, através de uma Parceria Público-Privada) e, nesse período, temos um cronograma a ser cumprido, mas que nos permite trazer inovações e novas tecnologias.

Fonte: Primeira Feira.

Últimas Notícias:
Engeper Convenção Exclusiva

Engeper: Convenção Exclusiva 2024

A Convenção Exclusiva Engeper 2024, realizada em 21 de março em nossa fábrica de Eletrodiálise Reversa em Garça-SP, foi um evento memorável que reuniu especialistas, líderes e profissionais do setor de gestão hídrica para um dia de imersão em soluções inovadoras e networking de alto nível.

Leia mais »