Laudo mostra que água do rio Doce está imprópria para consumo
Segundo a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, a expedição constatou que a condição ambiental do rio Doce é péssima em 650 quilômetros de rios.
Segundo a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, a expedição constatou que a condição ambiental do rio Doce é péssima em 650 quilômetros de rios.
De acordo com os dados, 29 amostras de lama e água foram coletados para análise. “A condição do Rio Doce é de qualidade de água péssima, imprópria pra uso desde Bento Rodrigues [em Minas Gerais] até Regência [no Espírito Santo]”, afirmou à Agência Brasil a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro.
"Para arrumar a casa ou lavar a roupa, tudo bem. Mas, para beber, eu não confio nessa água, não". A declaração da microempresária Monique Silva, 27, serve como síntese do receio dos moradores de Governador Valadares (MG) com relação à captação de água do rio Roce, que começou a ser retomada gradualmente no último domingo (15), após uma semana de interrupção. O cheiro acentuado de cloro e a cor amarelada do líquido, em alguns locais, são apontados como os principais fatores para a repulsa à água recém-tratada.
“Diante do desastre ambiental ocorrido, a Samarco adquiriu uma grande quantidade de floculantes para fazer esse uso e tentar, ao máximo, que ocorra essa decantação da lama ainda no reservatório de Aimorés, a fim de minimizar o impacto ambiental na foz do Rio Doce”, explicou a presidente do Ibama, Marilene Ramos.
De acordo com Walter Leite, gerente geral do consórcio que administra a Usina, os trabalhos foram suspensos porque não havia informações sobre as substâncias presentes na lama, e nem se o os rejeitos eram abrasivos, o que poderia danificar a estrutura de Baguari. Os trabalhos serão retomados depois que for confirmado que a água com os rejeitos não oferece riscos para a operação da Usina, mas não há um prazo estipulado.