Reservatório da UHE de Furnas entra em faixa de atenção
O reservatório da UHE (Usina Hidrelétrica) de Furnas (MG), no rio Grande, passou a operar em faixa de atenção na quarta-feira (1º), após registrar volume útil de 41,46% no fim de setembro.
O reservatório da UHE (Usina Hidrelétrica) de Furnas (MG), no rio Grande, passou a operar em faixa de atenção na quarta-feira (1º), após registrar volume útil de 41,46% no fim de setembro.
O nível dos reservatórios das hidrelétricas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do País, está em 37,44%, segundo dados disponibilizados nesta sexta-feira, 30, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), referentes ao dia de ontem (29).
As chuvas registradas em março superaram as de janeiro e fevereiro, individualmente, e ficaram mais próximas dos volumes normais do que nos dois meses anteriores. A conclusão é do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que reuniu-se na tarde de hoje (2) para avaliar as condições do suprimento de energia do país.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que não está “alarmado” pelo fato de o país enfrentar uma das piores situações hidrológicas dos últimos 80 anos. Segundo ele, os investimentos feitos nos últimos anos proporcionaram ao país uma situação estrutural que permite ao sistema elétrico superar a baixa registrada nos reservatórios. Ele destacou que a situação é distinta da de 2001, ano em que o país teve de fazer racionamento energético para evitar desabastecimento.
O consumo de energia está crescendo por uma orientação do governo de ampliar o acesso da população a eletrodomésticos e a outros bens. Mas os investimentos para elevar a oferta de energia não têm acompanhado essa expansão.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quinta-feira que o Sistema Elétrico Brasileiro tem entre 6 mil e 8 mil megawatts de capacidade nova para entrar em operação em 2014.
Pelas normas de segurança, o sistema elétrico brasileiro precisa trabalhar com sobra de energia equivalente a 5% da eletricidade consumida no País. Para alguns especialistas, um piso de 3% ainda é aceitável. O fato é: sempre deve haver uma porção extra à disposição do sistema. Sem ela, um pico repentino de consumo pode criar uma sobrecarga e simplesmente desligar todo o País. Neste momento, porém, essa porção extra estratégica está bem abaixo do recomendável. Na terça-feira, 4, dia do apagão, equivalia a aproximadamente 2% do consumo.
A política energética tem graves problemas, como os subsídios aos consumidores de derivados de petróleo (que há anos afetam a Petrobrás) e o rebaixamento artificial dos preços da eletricidade, decidido no final do ano passado, que elevou o risco das empresas de energia (especialmente geradoras e distribuidoras).