saneamento basico
Sanasa Campinas Saneamento Básico

Campinas tem saneamento superior à média nacional

Sanasa Campinas Saneamento Básico

Por: Paulo Medina

Dados do “Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo”, publicados na sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a elevação dos indicadores de moradores com acesso ao saneamento básico em Campinas.

Os números superam os dados nacionais em quesitos como conexão à rede de esgoto, abastecimento de água, acesso a banheiros exclusivos e coleta de lixo. Na conexão à rede de esgoto, por exemplo, Campinas está quase 31 pontos percentuais à frente da média nacional.

O levantamento mostra que a cidade possui 93,39% dos moradores conectados à rede de esgoto. Tal índice supera a média nacional, que atualmente está em 62,51%. O índice nacional de domicílios ligados à rede é de 64,69%. Campinas tem 94,2% das moradias conectadas à rede.

O município ainda está entre as primeiras cidades do Brasil nos índices de abastecimento de água e de coleta de esgoto. Campinas é a terceira cidade, na comparação com capitais que têm população acima de 1 milhão de habitantes, em índice de moradores com abastecimento adequado de água. São 99,64% da população nesta condição. Curitiba e Goiânia lideram o quesito, com 99,83%.

No índice de moradores com coleta de esgoto, Campinas, com 95,59%, é a sexta melhor do Brasil. Também na comparação com as capitais com mais de 1 milhão de habitantes. A líder neste recorte é Curitiba, com 98,65%, seguida por Belo Horizonte (97,18%), Salvador (95,95%), Rio de Janeiro (95,72%) e São Paulo (95,62%).

A condição de ter um banheiro para uso exclusivo é outro indicador que mede qualidade de vida. Em Campinas, 99,97% da população possuem esse benefício, enquanto a média nacional está em 97,75%. Em termos de domicílio, são 98,11% no país. Campinas, são 99,96% das residências.

Sanasa Campinas Saneamento Básico

Na coleta de lixo, Campinas destaca-se com 99,75% da população tendo acesso a esse serviço essencial. Enquanto isso, o índice nacional atinge 90,9%. Nas residências brasileiras, a coleta alcança 91,71% deles. Nos domicílios campineiros, a coleta chega a 99,77% dos imóveis. Ainda conforme os dados, 99,64% dos moradores da cidade têm água canalizada.

“Entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que as demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, explica Bruno Perez, analista de pesquisa do IBGE.

De acordo com especialistas da área, o saneamento está ligado ao aumento de qualidade de vida, preservação ambiental, desenvolvimento econômico e na prevenção de doenças, impactando na saúde pública.

Professora da Unicamp, a especialista em saneamento ambiental, Emilia Rutkowski, destacou a continuidade da gestão da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa) nas mãos do município (já que em meados de 1999 se falava em privatização no governo Chico Amaral) e classificou como “ótimos” os resultados locais de saneamento.

“Campinas tem dados ótimos, não apenas em relação à retirada do esgoto, que aí é mais semelhante à maioria das grandes cidades brasileiras, mas também em relação ao tratamento do esgoto. Temos Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em praticamente toda a cidade, com uma cobertura bem razoável. E claro que isso faz toda a diferença para a qualidade de vida das pessoas, mas sempre há outras doenças de veiculação hídrica que não necessariamente estão ligadas ao tratamento de esgoto, como no caso da dengue.”

Emilia também explicou que um saneamento eficaz diminui a incidência de algumas doenças, entre elas diarreia, amebíase e disenteria). A especialista pontuou que quanto melhor for o tratamento de esgoto, melhor é a qualidade da água captada.

“Esgoto não tratado circulando a céu aberto pelos rios e córregos atrai uma série de animais que são péssimos para a nossa saúde pública, como ratos, ratazanas, escorpiões e coisas assemelhadas”, conclui.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o saneamento contribui para a redução dos indicadores de mortalidade infantil e ajuda a prevenir doenças como cólera, leptospirose, esquistossomose e febre tifoide. Além disso, resulta em valorização imobiliária de cidades com maior infraestrutura de saneamento, melhores indicadores de educação, expansão do turismo, preservação ambiental, redução dos custos com saúde e maior geração de renda, segundo o Instituto Trata Brasil. Uma projeção do instituto aponta que a universalização do saneamento básico pode gerar mais de R$ 1,4 trilhão em benefícios socioeconômicos para o país em menos de 20 anos.

SANASA

O diretor-presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), Manuelito Pereira Magalhães Junior, afirmou que o foco da gestão é a expansão das estações de tratamento de esgoto, mesmo com a cidade tendo chegado a um “patamar de universalização”.

“Nossa meta é conectar mais residências às estações, visando a alcançar a capacidade total de tratamento de 100%. Reconhecemos a importância de investir tanto em água quanto em esgoto.”

Atualmente, a Sanasa reforma e amplia a Estação Anhumas, a maior estação de tratamento da cidade, bem como a Capivari, Piçarrão, Nova América e San Martin. A empresa realiza 100 obras simultaneamente em Campinas, trabalha no planejamento de segurança hídrica, na redução de perdas e na construção de 20 novos reservatórios, ampliando a capacidade de armazenamento de 12 para 20 horas.

A Prefeitura de Campinas e a própria Sanasa planejam investir, conjuntamente, R$ 2 bilhões em obras de saneamento básico, distribuição e fornecimento de água na cidade, o que será o maior aporte em infraestrutura em 50 anos, estabelecendo um recorde. Em 2023, a Sanasa concretizou o maior investimento de sua história, ultrapassando a marca de R$ 300 milhões no ano.

Prestes a completar 50 anos, a empresa planeja entregar 20 reservatórios, 450 km de troca de redes, 39 km de adutora e a antecipação do Plano Campinas 2030. As entregas dos reservatórios estão previstas para começar já em março, com a última entregue em agosto ou setembro.

Em entrevista recente ao Correio Popular, o diretor-presidente da Sanasa revelou ainda a perspectiva de transformar as consultorias da empresa campineira em um novo empreendimento. Tal iniciativa busca estender os serviços de saneamento a outras cidades por meio de uma subsidiária, embora ele tenha destacado que essa possibilidade ainda se encontra em estágio embrionário.

COLETA DE ESGOTO

O Censo revelou que 3.505 municípios brasileiros tinham menos da metade da população morando em domicílios com coleta de esgoto, enquanto em 2.386 cidades menos da metade dos habitantes morava em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.

“A presença da rede de esgoto está relacionada ao contingente populacional de cada município. Há uma tendência de municípios com mais de 500.000 habitantes terem rede de esgoto mais robusta. Isso ocorre, em parte, devido à dificuldade de implementação do serviço em locais com menor densidade populacional, sendo necessária uma rede mais extensa para chegar ao mesmo número de pessoas de um município maior”, afirma o pesquisador.

LIXO

O destino do lixo foi outra característica dos domicílios pesquisada pelo Censo 2022. O tipo de descarte mais frequente foi o “coletado no domicílio por serviço de limpeza”, com 82,5% da população residindo em residências nas quais esse era o destino do lixo. Em segundo lugar vem o “depositado em caçamba de serviço de limpeza”, feito por 8,4% da população. Essas duas categorias, juntas, correspondem aos domicílios com coleta de lixo. Em 2022, 90,9% da população residia em domicílios com coleta direta ou indireta de lixo. Os 9,1% restantes recorriam a soluções locais ou individuais para a destinação do lixo.

O lixo domiciliar de 7,9% das pessoas era “queimado na propriedade”, enquanto para 0,3% delas ele era “enterrado na propriedade”. De acordo com 0,6% da população, o lixo era apenas “jogado em terreno baldio, encosta ou área pública”. O Censo 2022 registrou ainda ocorrência de “outro destino” do lixo domiciliar, abrangendo 0,3% da população. A maior proporção de coleta direta ou indireta de lixo foi registrada em São Paulo (99,0%), e a menor no Maranhão (69,8%).

“A grande cobertura nacional do serviço de coleta de lixo pode ser explicada, em parte, pelo fato de ele precisar de uma infraestrutura relativamente simples para ser feita. Ainda existe, no entanto, uma desigualdade regional significativa”, diz o analista de pesquisas do IBGE, Bruno Perez.

Fonte: Correio Popular

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