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Cinco anos depois do anúncio das obras do reservatório apelidado de “Nosso Cantareira”, Campinas (SP) apresentou, na tarde desta terça-feira (7), um plano de segurança hídrica que propõe alternativas de captação em outros mananciais, deixando de lado o projeto que chegou a ter o edital lançado em 2020. Segundo a prefeitura, as medidas são necessárias por conta do crescimento do município e o consequente aumento no consumo de água.
Cinco anos depois de anunciar obras do reservatório, prefeitura diz que buscar água no rio Jaguari ou na represa de Pedreira são alternativas mais fáceis e baratas. Viabilidade ainda depende do governo de SP.
O prefeito Dário Saadi (Republicanos) defendeu que a mudança nos planos ocorre por conta das barragens em construção nas cidades de Pedreira (SP) e Amparo (SP), que tornariam viável, em menor tempo e com menor custo, a captação de água, por exemplo, do Rio Jaguari.
“As duas represas permitem uma mudança de prioridade, por um projeto que é mais rápido e mais barato”, afirmou Manuelito Magalhães Júnior, presidente da Sanasa.
As alternativas para reduzir a dependência do Rio Atibaia incluem tanto a possibilidade de captação no manancial (Jaguari) quanto na barragem de Pedreira, que deve entrar em operação em 2023.
Para isso, seria preciso construir um sistema de tubulação para levar a água até a estação de tratamento – as distâncias, dependendo dos projetos, variam de 7 a 16 quilômetros.
Opção mais viável
A explicação considerada mais viável e de maior possibilidade de aprovação e facilidade de implantação é a interligação com o Rio Jaguari, em Jaguariúna. Segundo a prefeitura, retirar água do manancial seria possível já que as represas de Amparo e Pedreira irão garantir a vazão do rio.
A expectativa, segundo o corpo técnico da Sanasa, seria pela busca de 1 m³ a 2,5 m³ cúbicos por segundo nessa futura ligação – atualmente a cidade retira do rio Atibaia entre 3,5m³ e 4m³/s para o abastecimento.
Sem prazo
Segundo o presidente da Sanasa, as alternativas já foram discutidas inicialmente com o governo do estado, e devem entrar em uma licitação de estudo de viabilidade. Não há previsão sobre aprovação ou implantação dessas obras.
A expectativa da empresa responsável pela captação e tratamento de água é de que o custo das obras chegue até R$ 250 milhões, abaixo dos R$ 379 milhões previstos no edital do Nosso Cantareira.
“Estamos em conversas com o governo, no momento de discussão dos estudos, e a possibilidade de parceria está colocada na mesa, mas não tenho a menor dúvida de que irá ocorrer”, disse Júnior.
Reservatórios e rede
O plano apresentado pela prefeitura, chamado de “Campinas 2030”, prevê ainda a construção de mais 25 reservatórios elevados de água.
Atualmente são 46 em funcionamento, com capacidade para 120 milhões de metros cúbicos, o que representa uma autonomia de 12 horas de abastecimento – a expectativa com os novos equipamentos é elevar esse período para 20 horas.
Além disso, a Sanasa projeta a troca de 426 km de rede, todas de cimento-amianto, com cerca de 60 anos em funcionamento, com alto índice de rompimento, como forma de minimizar a perda de água tratada. Atualmente, Campinas registra 21,5% de perda no sistema, e a meta é chegar a 19,5%.
Fonte: G1.