Célula combustível microbial: Uma revisão narrativa sobre a geração de energia e produção de biopolímeros
Autores: Ricardo Pereira Branco; Taiana Denardi de Souza e Christiane Saraiva Ogrodowski.
Resumo
Os altos níveis de poluição e escassez de combustíveis fósseis têm acelerado a demanda pela consolidação de tecnologias de energia limpa. Especificamente, os Sistemas Bioeletroquímicos (BES) têm se mostrado uma alternativa como biorrefinaria para produção de energia. A existência de mais de um mecanismo de ação microbiológica permite a ocorrência de múltiplas linhas de pesquisa inerentes à BES, dentre essas diferentes possibilidades, as células a combustível microbiológicas (MFC) serão o mecanismo adotado nesta revisão narrativa por serem as BES mais estudadas. O funcionamento do MFC é baseado na degradação da matéria orgânica no compartimento anódico por um biofilme fixado ao eletrodo. O biofilme, além de se apresentar como vital para a transferência eletrônica entre o microrganismo e o eletrodo, ainda é responsável pela produção de biopolímeros. Os fatores limitantes dessa tecnologia são a baixa produção de energia por unidade de área do ânodo e os custos do material, mas uma vez superada, tem potencial para ser aplicada como uma solução amigável para tratamento de efluentes, usina de energia sustentável e biorrefinaria de biopolímeros. A matéria orgânica residual gera simultaneamente energia e um bioproduto com possível valor agregado de mercado, tanto financeiro quanto ambiental, pelos benefícios trazidos pela substituição do polímero petroquímico pelo biopolímero. Isso torna o MFC um destaque global em pesquisas para habilitar, otimizar e esclarecer os caminhos para uma nova era de energia mais sustentável.