Resumo

O reator anaeróbio híbrido de fluxo ascendente combina os conceitos de reatores anaeróbios de manta de lodo
(UASB) com filtros anaeróbios (AF). A combinação dos grânulos bacterianos no leito de lodo e da biomassa
fixa no meio suporte leva a maior estabilidade no tratamento da matéria orgânica solúvel ou parcialmente
solúvel presentes nos esgotos sanitários. Operando em um tempo de detenção hidráulico de 12 horas, as
eficiências de matéria orgânica, em termos de DQO bruta, obtiveram média de 78%, 83% e 86% nos pontos de
coleta: UASB, filtro anaeróbio e efluente, respectivamente. Análises espectrofotométricas de UV-Visível e
Fluorescência auxiliaram na caracterização da matéria orgânica ao longo dos pontos de coleta. Assim o
objetivo desta pesquisa foi avaliar a estabilidade e a performance de um reator UAHB em escala piloto na
remoção de esgoto sanitário diluído.

Introdução

O tratamento de esgotos sanitários é um assunto que vem sendo cada vez mais estudado devido ao impacto
ambiental gerado quando esgotos não tratados são descartados indevidamente em corpos receptores. Com o
aumento da escassez de água potável é necessário um manejo apropriado dos recursos aquáticos. (AIYUK et
al., 2006).

Dentre os vários processos biológicos utilizados, a digestão anaeróbia é amplamente utilizada na estabilização
de lodos concentrados e também no tratamento de efluentes sanitários, industriais e agroindustriais. A digestão
anaeróbia é um processo que ocorre na ausência de oxigênio, em potenciais redox menores que 200 mV, e
depende da atividade de uma complexa comunidade bacteriana que degrada a matéria orgânica em produtos
mais simples, principalmente dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). (PASSIG, 2005; APPELS et al.,
2008).

O reator anaeróbio híbrido de fluxo ascendente (UAHB) combina os conceitos de reatores anaeróbios de manta
de lodo (UASB) com filtros anaeróbios (AF). A combinação da biomassa fixa no meio suporte e os grânulos bacterianos no leito de lodo leva a maior estabilidade no tratamento da matéria orgânica solúvel ou parcialmente solúvel presentes nos esgotos sanitários. (BANU et al., 2007).

Autores: Thiago Castanho Pereira; Izadora Consalter Pereira; Thayse Nathalie Ferro; Karina Querne de Carvalho e Fernando Hermes Passig.