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Economia circular Gestão Resíduos

Economia circular: práticas que vão além da gestão dos resíduos

Economia circular Gestão Resíduos

Por: Thatiany Lucena

Primeiramente o rápido desenvolvimento global e as consequências da produção linear, que envolve a retirada de recursos naturais para a criação de produtos que ao final serão descartados, têm gerado resultados alarmantes ao longo dos anos no mundo. Diante disso, a economia circular alerta para a importância de práticas nas quais os resíduos seguem um ciclo de vida muito maior.

A presidente do Instituto Brasileiro de Economia Circular (IBEC), Beatriz Luz, ressalta a importância do incentivo aos debates sobre o tema, inclusive como forma de adequação à demanda global de negócios.

“A economia circular está sendo posta como uma solução para três grandes crises planetárias: mudanças climáticas, perda de biodiversidade, poluição e resíduos. Além disso, o papel do Brasil nessa circularidade global. As oportunidades que nós temos de desenvolver novos produtos, que podem inclusive ser vendidos para o mercado internacional e a garantia de sobrevivência das nossas indústrias”, explica Beatriz.

Ainda de acordo com Beatriz, em um mundo cada vez mais internacional e globalizado, se os mercados europeus exigirem um padrão dos fornecedores brasileiros, será necessário que eles estejam alinhados com esses princípios para conseguir exportar.

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Gestão de resíduos

Contudo um estudo elaborado pela consultoria internacional S2F Partners e divulgado recentemente, projeta que, se o Brasil continuar gerindo os resíduos no modelo atual, após 2040, os custos totais diretos e indiretos ficarão em torno de R$ 137 bilhões a cada ano. Destes, R$ 105 bilhões corresponderão à externalidades (custos indiretos) e o restante faz parte dos custos diretos dos serviços de gestão de resíduos no Brasil. Continuando com essas práticas até 2050, os custos poderão ser superiores a R$ 168 bilhões.

Portanto ainda de acordo com a pesquisa, até 2020, a gestão de resíduos no país custou R$ 120 bilhões, sendo que R$ 30 bilhões são referentes aos serviços de gestão direta de resíduos e R$ 90 bilhões de forma indireta. Os custos externos ocorrem pela forma atual de gestão, reflexo da baixa reciclagem, falta de coleta integral e destinação inadequada de 30 milhões de toneladas de resíduos aos aterros e lixões atualmente. A prática gera a contaminação do solo, a poluição do ar e da água, trazendo impactos à biodiversidade e à saúde humana, e contribui para o aquecimento global.

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Estudos

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, lançado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), aproximadamente 33,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos tiveram descarte inadequado no país em 2022.

José Fernando Jucá, coordenador do Grupo de Resíduos Sólidos da UFPE, aponta que as prefeituras municipais do país gastam em torno de R$ 30 bilhões por ano para tratar os resíduos. “Isso é muito pouco em termos de tratamento de resíduos e por isso nós tratamos mal os resíduos. Então, nas regiões mais desenvolvidas se gasta muito mais e se trata melhor. O que ocorre no Sul e Sudeste é um tratamento melhor do resíduo, os percentuais de reciclagem são muito melhores, praticamente não existem lixões, não existe contaminação das pessoas pelos lixões, não existem as chamadas externalidades” explica.

Em suma por ano, o Brasil produz 80 milhões de toneladas de lixo, mas o destino desse material é feito de forma diferente em cada região. Mas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste o percentual de reciclagem ainda está abaixo de 2%. Já no Sul/Sudeste a reciclagem dos resíduos pode chegar entre 10% a 20% nas grandes cidades.

Fonte: DP.

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