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Estimativa do potencial de geração de biogás a partir de resíduos da suinocultura: estudo de caso

Resumo

A suinocultura tem papel de grande importância no cenário econômico brasileiro. Com a crescente produção de suínos, tem-se a elevação da quantidade de resíduos gerados e seu potencial poluidor, os quais necessitam de tratamento e disposição adequados. Os principais resíduos gerados são: o dejeto, e as carcaças de animais mortos/resíduos de parto. A digestão anaeróbia é uma alternativa interessante de tratamento, considerando a diminuição da carga orgânica e a produção de biogás. O objetivo do trabalho foi estimar o potencial de geração de biogás da monodigestão do dejeto suíno e sua codigestão com carcaças/resíduos de parto, em uma granja comercial de suínos. O levantamento do volume de dejeto e quantidade de resíduos gerados foi feito com base em relatórios disponibilizados pela própria granja, de janeiro de 2016 a setembro de 2018. Os ensaios de Potencial Bioquimico de Biogás (PBB) foram conduzidos em reatores em escala de bancada, em batelada e triplicata, sob condições mesofílicas (37ºC). Para estimativa do (PBB) foram analisadas duas amostras de carcaça animal (matriz de 270 kg; e suíno de crechário de 25 kg). Os resultados obtidos mostram que são gerados em média aproximadamente 1600 kg d -1 de carcaças de animais mortos e resíduos parto, e uma geração média de 380 m³ d -1 de dejeto, representando uma relação máxima de 5 kgcarcaça m3 dejeto. O potencial de produção de biogás da monodigestão de dejeto apresentou em média 2800 m³biogás d -1 , e a codigestão com carcaça animal/resíduos de parto aproximadamente 3400 m³biogás d -1 , representando um aumento próximo a 20%.

Introdução

A suinocultura tem papel de grande importância no cenário econômico brasileiro. A produção de carne suína no Brasil foi de 375 mil toneladas no ano de 2017, as exportações no mesmo ano alcançaram 697 mil toneladas, representando 10% do volume exportado de carne suína do mundo, tornando o Brasil o 4º maior produtor e exportador de carne suína mundial. Berço de algumas das mais tradicionais agroindústrias da cadeia de suínos do Brasil, o estado de Santa Catarina continua a ter na suinocultura sua principal atividade econômica do agronegócio, se destacando neste cenário com 28,38% da produção e 40,28% das exportações nacionais (ABPA, 2018; ABCS SEBRAE, 2016).

Embora as atividades suinícolas proporcionem o desenvolvimento econômico e social, os resíduos gerados da agropecuária possuem alto potencial poluidor e necessitam de tratamento e disposição adequados (RESENDE et al, 2012). A produção de animais sofreu mudanças nas últimas décadas, deixando de ser sistema de criação extensivo e tornando-se sistemas de produção com confinamento intensivo. O sistema de produção de animais confinados (SPAC’s) além de aumentar a eficiência do processo, também reduz os custos de produção (KUNZ, OLIVEIRA, 2006).

Nos sistemas produtivos a geração de principalmente dois resíduos: dejeto suíno e carcaças de animais mortos/resíduos de parto. O tratamento do dejeto suíno tem sido amplamente estudado, e a digestão anaeróbia é uma tecnologia eficiente, sendo uma alternativa importante em termos de custo para o setor (AMARAL et al, 2016). A recuperação do biogás tem papel considerável na gestão de resíduos, contribuindo para mitigar o aquecimento global (BHARATHIRAJA et al., 2018).

Autores: João Fernando Ferri da Silva; Ricardo Luís Radis Steinmetz; Deisi Cristina Tápparo; Daniela Candido; Paulo Belli e Airton Kunz.

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