Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar as soluções existentes na gestão de resíduos sólidos na cadeia de produção e consumo de computadores para a adequação as leis existentes na esfera municipal, estadual e federal do Brasil que dispõe sobre a correta destinação dos produtos em seu pós-consumo. Entre as soluções analisadas neste estudo estão o descarte, reutilização, reciclagem com ênfase maior para os canais de logística reversa. A pesquisa analisa as principais tendências relacionadas à gestão dos resíduos sólidos provenientes de descartes de computadores no Brasil.

Introdução

No início da década de 80, quando começou o processo de produção e uso dos computadores pessoais em todo omundo, não havia preocupações com a destinação dos resíduos pós-consumo. Desde então, milhões deequipamentos se tornaram obsoletos causando problemas ao meio ambiente em decorrência de sua destinação incorreta. Até 2015, em todo o mundo, foram descartados mais de 500 milhões de microcomputadores. Neste período, o Brasil contribuiu com o descarte de nove milhões de equipamentos.

Tal fato contribui para o aumento dos problemas ambientais, porque os microcomputadores obsoletos ocupam grandes espaços e muitos de seus componentes internos possuem metais pesados como mercúrio, níquel, cádmio, arsênico e chumbo, que possuem efeitos tóxicos para a saúde.

Segundo o relatório Global E-Waste Monitor 2017, cada brasileiro gerou em média 7,4kg de resíduo eletrônico em 2016. O Brasil, portanto, lidera uma lista de onze países emergentes – entre Índia, China, Colômbia e México, como maiores produtores per capita do chamado e-lixo. Os cálculos estão baseados no descarte de computadores, tanto de mesa quanto laptops, monitores, impressoras, celulares, televisões e refrigeradores. Somente no ano de 2016, aparelhos televisores, monitores e telas em geral corresponderam a 6,6 milhões de toneladas, enquanto geladeiras, freezers e afins somados compreendiam 7,6 milhões de toneladas. Computadores desktop e periféricos, separados em uma categoria a parte, somaram 3,9 milhões de toneladas.

A vida útil de um computador tem em média de dois anos, o mesmo ocorre com o celular, aparelhos de TV e de jogos eletrônicos. Segundo o Global E-Waste Monitor, o curto ciclo de vida dos equipamentos eletrônicos faz com que, a cada ano, mundialmente, 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico sejam descartadas. Esse número é esperado que cresça até 52,2 milhões de toneladas em 2021. O lixo eletrônico, em muitos países, já chega a 5% de todo o resíduo sólido urbano rejeitado. Na Europa, este tipo de descarte cresce três vezes mais rápido do que qualquer outro.

Autores: Ezequiel Ferreira dos Santos e Diogo Tasquim Reducino.