Resumo
O propósito primário para a exigência de qualidade da água é a proteção da saúde pública, na qual a água de forma geral é um bem de consumo vital e ao mesmo tempo, dependendo de seu estado físico-químico e da presença de agentes microbianos que pode representar risco à vida. Dessa forma, critérios devem ser adotados com o propósito de assegurar a qualidade da água à população, visando a eliminação e/ou redução da concentração de substâncias nocivas e agentes patogênicos veiculados através da água, o que se constitui em risco à saúde pública. Com a urbanização das cidades, os espaços começaram a ser ocupados sem nenhum planejamento, com isso os rios sofrem problemas como: poluição e eutrofização, retirada da vegetação nativa, assoreamento e perda de espécies nativas, surgindo diversos problemas socioespaciais, resultando no comprometimento da qualidade de vida. O objetivo dessa pesquisa foi analisar as condições físicas, químicas e biológicas da qualidade da água da microbacia hidrográfica do Paracuri – Icoaraci analisando suas características quanto ao potencial hidrogeniônico (pH), turbidez, oxigênio dissolvido, presença de coliforme termotolerante e totais. Os procedimentos utilizados foram o trabalho de campo para identificação da área de coleta, mapeamento cartográfico preliminar, a fim de identificar as principais alterações do crescimento urbano nas margens da microbacia do Paracuri, e análises laboratoriais para avaliação de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos da água. O estudo revelou que os parâmetros avaliados das amostras 1 e 2 de coliformes termotolerantes e totais apresentaram valores acima de 1.000 NMP/100 ml, estando fora dos padrões da Resolução do CONAMA 375/2005. Percebe-se então a necessidade de medidas mitigadoras e preventivas de gestão da microbacia do Paracuri, a fim de, incentivar e pressionar os órgãos competentes para o cumprimento das leis e legislação ambiental, para trazer alternativas e resolver os problemas ambientais e principalmente os riscos que a população dos bairros quem tem acesso ao rio sofre.
Introdução
A região Metropolitana de Belém (RMB) é contornada pelo estuário guajarino que dá à cidade de Belém uma característica geográfica peculiar: o fato de ser uma cidade influenciada por rios, igarapés, baías e bacias hidrográficas de dimensões continentais, o crescimento da cidade não foi acompanhado de planejamento urbano adequado, principalmente levando em consideração a vasta rede hidrográfica que cidade possui (PAIVA, 2016).
Segundo Paiva (2016), os problemas de poluição das águas são geralmente caracterizados pelos crescimentos urbano e industrial desordenados, comprometendo a saúde humana. Sendo assim, a determinação de parâmetros de avaliação e o acompanhamento da qualidade dessas águas, servem para fornecer elementos de comparação e monitoramento das melhorias que devem ser implantadas para a recuperação da bacia que está sendo avaliada.
Para Paiva (2016), as bacias constituem ecossistemas adequados para avaliação dos impactos causados pela atividade antrópica que envolve o uso e ocupação de áreas marginais, os quais acarretam riscos ao equilíbrio e a manutenção da quantidade e qualidade da água. Nesse contexto é de grande relevância manter o binômio qualidade e quantidade da água, por meio de gestão pública eficiente e ações sociais que visem preservar e conservar esse recurso natural, para não pôr em risco a saúde pública, a qualidade de vida, o desenvolvimento socioeconômico além de prevenir doenças que são veiculadas pela água contaminada.
O Brasil ainda está em condições privilegiadas em relação ao resto do mundo, principalmente quanto à disponibilidade de recursos hídricos dentro dos padrões qualitativos e quantitativos aceitáveis (MARENGO, 2006).
A cidade de Belém sofreu um adensamento demográfico que culminou com o surgimento de áreas periféricas, rumo ao seu interior e ocupação dos distritos oriundos, principalmente, de ocupação de terras particulares ou à margem de vegetações ciliares, onde a qualidade de vida demonstra indicies muito aquém dos preconizados, devido a quase total ausência de serviços de saneamento básico e onde as condições do ambiente naturais sofrem fortes impactos negativos (MARENGO, 2006).