saneamento basico

Reuso de lodo de estação de tratamento de água (E.T.A.) na fabricação de tijolos cerâmicos

Resumo

As estações de tratamento de água (E.T.A.) vêm buscando soluções de reciclagem para os resíduos gerados no
processo de tratamento de água os denominados de lodo de E.T.A.. Sendo assim, o presente trabalho tem
como objetivo avaliar tecnicamente a viabilidade da incorporação do lodo para a fabricação de tijolos
cerâmicos. Para tanto, incorporou-se proporções de 10%, 20% e 30% (em peso) de lodo proveniente da E.T.A.
Cabuçu/SAEE – Guarulhos na argila para a fabricação de tijolos cerâmicos. Corpos de prova com dimensões
de (230 x 110 x 55) mm foram avaliados através de ensaios de resistência mecânica à compressão, absorção de
água e retração linear. Os resultados demostram que a retração linear da massa cerâmica diminui com o
incremento de lodo. No entanto, adições superiores a 10% em peso de lodo de E.T.A., aumentam ligeiramente
a absorção de água e diminuem a resistência mecânica. Os dados indicam a possibilidade de incorporação do
lodo no processo de fabricação de tijolos cerâmicos com doses de até 10%.

Introdução

O crescimento econômico e populacional é acompanhado pela geração de resíduos sendo muitos destes
lançados inadequadamente em corpos hídricos comprometendo a qualidade da água para abastecimento
público. Processos convencionais de tratamento de água são executados com a adição de produtos químicos
capazes de promoverem o equilíbrio do pH, geração de flocos via coagulantes promotores de agregação de
partículas, soluções inativadoras de micro-organismos e oxidação de matéria orgânica, tendo como principal
consequência a geração de um resíduo conhecido como lodo de estação de tratamento de água, cuja natureza
depende da qualidade da água bruta a ser tratada (RICHTER, 2001).

Diversos grupos de pesquisa têm desenvolvido trabalhos visando o aproveitamento do lodo através do seu
reúso apresentando alternativas para destinação final. Hoppen et al. (2005) avaliaram a dosagem de lodo de
E.T.A. em matriz de concreto como alternativa para disposição final. Bittencourt et al. (2006) demonstraram a
capacidade de incorporação de lodo de estação de tratamento de água juntamente com o lodo de estação de
tratamento de esgoto na produção de milheto. Achon, Barroso e Cordeiro (2008) desenvolveram leito de
drenagem para redução do volume de lodo gerado permitindo economia no processo de adensamento. Outros
trabalhos destacam a utilização do lodo de E.T.A. como matéria prima em processos industriais (FERRARI,
2007), fabricação de cimento e concreto (HOPPEN et al., 2006), cerâmica (ANDRADE, 2005) e aplicação no
solo como corretor de pH (ZANCAN; TONIOLLO; MIOTTO, 2013).

Neste cenário, este trabalho tem como objetivo avaliar a viabilidade técnica da incorporação do lodo da E.T.A.
na fabricação de tijolo de cerâmica vermelha como uma alternativa para a destinação final do resíduo.

Autores: Edvan Silva Castão; Amanda Lima de Castro; Arnoldo Mesquita Filho; Gercivania Avelina da Rocha e Samuel Ricardo dos Santos.

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