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Despoluição Rio Pinheiros SP

Rio Pinheiros: entenda os desafios para a despoluição de um dos símbolos de São Paulo

Despoluição Rio Pinheiros SP

Entra governo, sai governo, e o desafio de despoluir o Rio Pinheiros, na capital paulista, continua, apesar dos avanços dos últimos anos – como o cheiro, que melhorou. Só que, para conseguir qualquer impacto, é preciso que o trabalho seja feito a alguns quilômetros de distância.

O Rio Pinheiros é alimentado por vários rios menores ao longo dos cerca de 25 quilômetros de extensão. 

O Rio Pinheiros é alimentado por vários rios menores ao longo dos cerca de 25 quilômetros de extensão.

Ou seja, ele depende da qualidade da água que chega de cada um desses pequenos afluentes.

Não adianta limpar o Pinheiros se a água não para de chegar poluída. Por isso, é fundamental atuar em cada um desses córregos.

Um deles é o Cordeiro, na Zona Sul de São Paulo, pequeno riacho ofuscado pelo crescimento caótico da cidade.

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Margens do Rio Pinheiros

Ademais as margens, há anos, estão todas ocupadas, com moradias, comércios e até prédios. Até 2021, o esgoto de cerca de 50 mil imóveis caía direto na água.

Por lá, em vez do modelo tradicional, com galerias subterrâneas que coletam a água despejada após o uso, a solução alternativa foi construir ao longo do córrego essa estrutura que está ligada à saída de esgoto de cada residência.

O resultado é o mesmo: vai tudo para uma estação de tratamento.

“Essa tubulação está devidamente estruturada e protegida por um concreto que envolve a tubulação. O resultado a gente pode falar que o diferencial foi adentrar em pontos e situações e lugares que, de uma maneira convencional, poderia demorar ou ter todo um trabalho adicional para se conseguir fazer”, disse Guilherme Paixão, superintendente de gestão de empreendimentos da Região Metropolitana de São Paulo.

Quem mora às margens percebeu a diferença.

“A água antes era bem suja. Você via que era esgoto que caía de todas as casas. Hoje você vê a água é bem assim transparente, limpinha. Dá para ver assim, às vezes, você vê uns peixinhos”, contou Luana Del Duca, biomédica.

Mas nem sempre essa alternativa é possível.

Portanto no Rio Jaguaré, a ocupação das margens ainda mais desorganizada levou a outra solução.

Mas em vez de captar o esgoto, uma unidade recuperadora foi construída para tratar o próprio córrego.

Então a água é desviada, tratada e volta ao curso do rio despoluída. Essas ações fazem parte do projeto Novo Rio Pinheiros, lançado em 2019, pela gestão estadual da época. O rio continua poluído, mas os trabalhos dão sinais de melhora.

Durante uma breve navegação, a esperança de um rio limpo está em cada ser vivo que começa a aparecer. A prática de esportes e atividades de lazer nas margens remodeladas também mostram um começo de um novo relacionamento da sociedade com o rio.

“O Rio Pinheiros hoje está bem melhor do que estava há cinco, 10 anos, quando era impossível ficar na beira do rio. O cheiro era muito forte, ardia o olho, ardia o nariz, ardia a garganta, tinha dores de cabeça. O cheiro não existe mais, mas continua aquém do que a sociedade quer como um rio limpo urbano”, disse Gustavo Veronesi, da SOS Mata Atlântica.

Gustavo é geógrafo da ONG SOS Mata Atlântica e coordena o monitoramento da qualidade da água de mais de 100 rios pelo Brasil. O Pinheiros ainda é o pior desse ranking.

“Um rio que melhora a sua qualidade traz enormes benefícios para toda a sociedade. Melhora a economia porque um monte de atividades econômicas que não aconteciam antes no rio passa a acontecer. Mas isso não é um projeto, isso é um processo. Isso tem que acontecer para sempre. Não pode parar, não pode acabar”, conclui.

Exemplos de boas práticas

No Rio Jundiaí, no interior de São Paulo, a transparência continua mesmo após passar por seis cidades. Mas não era assim. O rio era só mais um degradado no país. Por anos, a água que passava nesse trecho trazia o esgoto de casas e indústrias da região.

“Há 40 anos, o Rio Jundiaí era um rio altamente degradado. Um rio que tinha a pior classificação possível”, contou Domênico Tremaroli, biólogo e gerente da agência da Cetesb de Jundiaí.

A história começa a mudar na década de 1980, quando as cidades às margens do Rio Jundiaí decidem fazer o que manda o manual: coletar e tratar o esgoto de cada residência e empresa.

A maior ETE fica na cidade que leva o nome do rio. A cada segundo, mil litros de água despoluída jorram como cachoeira de volta à natureza. Em conclusão vieram também as unidades de captação de água.

O rio ‘fedido” como era conhecido, hoje tem sinais de vida.

Portanto Domênico está entre os responsáveis por despoluir o Rio Jundiaí e conseguir que ele seja reclassificado pelos órgãos ambientais – levou 30 anos.

“É demorado. Nós tratamos de uma bacia hidrográfica, foram vários municípios. As obras de saneamento, elas são custosas, são obras caras, mas, sobretudo, precisa organização e estabelecimento de metas intermediárias para você chegar no final. O importante é a dinâmica de implantação do projeto”, acrescentou.

Fonte: G1.

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