Saneamento, mobilização social e educação ambiental: relato de experiência na comunidade rural de mocambo (Seabra-BA)

Resumo

Diante do atual cenário cujo déficit dos serviços essenciais atinge principalmente a zona rural, como também a zona urbana periférica, faz-se necessária a constante busca pela universalização do saneamento, de forma equitativa, com o uso de tecnologias apropriadas para comunidades rurais e tradicionais. As atividades foram realizadas para a comunidade de Mocambo (Seabra-Ba). Foi preciso identificar o problema do local no âmbito do saneamento ambiental, inclusive do ponto de vista dos moradores, para que todas as intervenções ocorressem em consonância com os interesses de quem vive na comunidade. Para tal fim, a equipe buscou métodos convidativos para conduzir a comunicação com a comunidade, tais como conversas em grupo, entrevistas com as famílias para preenchimento de questionários pré-estruturados, dinâmicas de grupo, oficinas, dentre outras atividades. É notório o resultado das atividades realizadas na comunidade de Mocambo, pois os moradores já participam em maior número das atividades realizadas pela equipe, o que resultou numa maior adesão dos mesmos na associação comunitária existente, mostrando a elevação da auto-estima da comunidade e o engajamento na coletividade, em busca do desenvolvimento local.

Introdução

A carência na cobertura e qualidade dos serviços públicos de saneamento básico é evidente em quase todo o Brasil, principalmente na zona rural. Tais serviços são fundamentais na qualidade de vida da população, tendo influência no ambiente, saúde e educação. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, “Saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social” (OMS, 2016). E em conformidade com a FUNASA (2006), saneamento é “o conjunto de medidas que visam à modificação das condições do meio ambiente com a finalidade de promover a saúde e prevenir as doenças”.

Tais serviços encontram-se preconizados na Lei Nacional de Saneamento Básico no. 11.445/2007, em seu Artigo 3º, que traz saneamento básico como “o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem e manejo das águas pluviais urbanas” (BRASIL, 2007, p.02). Diante do atual cenário cujo déficit desses serviços essenciais atinge principalmente a zona rural, como também a zona urbana periférica, faz-se necessária a constante busca pela universalização do saneamento, de forma equitativa, com o uso de tecnologias apropriadas para comunidades rurais e tradicionais.

De acordo com Brasil (1999) em seu artigo1º, entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Assim sendo, para a eficiência de qualquer processo de educação ambiental faz-se necessária uma comunicação adequada com o indivíduo ou o coletivo com o qual se trabalha.

Dessa forma, o projeto de extensão, caracteriza uma importante ferramenta de transformação social, possibilitando uma construção de espaço de interação e produção de conhecimentos, representando um salto expressivo nas atividades extramuros.

Outrossim, Scisleski e Tittoni (2006) destacam que a escuta é um importante instrumento no trabalho com a comunidade, mostra-se como um instrumento que dá visibilidade ao outro, respeitando a legitimidade de suas peculiaridades, permitindo que as diferenças presentes nos modos de existir sejam reconhecidas, legitimadas e problematizadas, sendo importante para recriar processos de singularização.

O projeto da ACCS (Ação Curricular em Comunidade e Sociedade) intitulado “Saneamento, Mobilização Social e Educação Ambiental em Comunidades Rurais” atua com ações junto à comunidade rural de Mocambo, município de Seabra na Bahia, visando promover interação dos estudantes com os moradores da comunidade no sentido de aprimorar as condições de saneamento local, através de ações educativas ligadas à educação ambiental e sanitária; buscar melhorias na saúde da população e por consequência na qualidade de vida; fomentar a participação social fortalecendo o modelo Central de Associações Comunitárias na gestão dos serviços de saneamento; bem como fortalecer a atuação no saneamento rural.

Autores: Gislene Esquivel de Siqueira; Ravine Trindade Galliza e Renavan Andrade Sobrinho.

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