Resumo
A universalização do saneamento favoreceu avanços positivos para a elevação da presença de Redes Coletoras de Esgoto (RCE) em muitas regiões do Brasil. Estas melhorias também foram experimentadas em diversas localidades do Estado do Paraná, onde a Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR realizou numerosos investimentos para a implantação e ampliação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES), entre elas, a cidade de Rolândia, no norte do Estado do Paraná, distante cerca de 390 quilômetros de Curitiba, também recebeu estes investimentos. Este sistema conta atualmente com 22,3 mil ligações de água, sua malha urbana possui 60% de RCE e nos próximos 4 anos, alcançará 80% de abrangência da RCE. Os avanços dos índices de esgotamento sanitário tornam necessárias rotinas operacionais preventivas para evitar extravasamentos da RCE, por vários motivos: obstruções diversas, ligações clandestinas de águas pluviais, acúmulo de resíduos, etc. Este artigo visa demonstrar a efetividade do trabalho operacional de vistorias periódicas nas RCEs realizado pelas equipes operacionais da SANEPAR em três modalidades de vistoria: Vistoria Técnica Ambiental (VTA), Vistoria Técnica Operacional (VTO) e Verificação Diária de Pontos Críticos de Esgoto (VDE), propiciando assim, a preservação da qualidade da água dos mananciais de abastecimento de água que possuem origem em nascentes localizadas, por este exemplo, no território urbano da cidade de Rolândia, Estado do Paraná.
Introdução
Os carregamentos de nutrientes transportados pelas redes coletoras de esgoto sanitário são potenciais fontes de
cargas poluidoras que podem promover a degradação de rios urbanos, especialmente naqueles que são
utilizados como mananciais de abastecimento público, os quais oferecem riscos para a qualidade da água
captada. O meio aquático fluvial quando apresenta certos níveis de concentrações dos nutrientes nitrogênio e
fósforo, em suas diversas formas, presentes nos efluentes sanitários, causam a eutrofização dos corpos hídricos
por derrames acidentais ou provocados nas redes coletoras de esgoto, e consequentemente causam a elevação
da dificuldade operacional e aumento de custos do tratamento da água (MOTA e VON SPERLING, 2009).
O trabalho preventivo contra a ocorrência da poluição pontual por esgoto sanitário em corpos hídricos pode ser
alcançado através de rotinas operacionais de monitoramento recorrentes nos locais e em poços de visita que
apresentam maior vulnerabilidade para episódios de extravasamentos, seguidas de ações corretivas caso forem
detectadas anomalias na RCE. A eficiência deste trabalho pode ser diretamente avaliada pela conservação da
concentração de oxigênio dissolvida (OD) diretamente medida em pontos pré-determinados do corpo fluvial da
bacia hidrográfica do manancial urbano.
Este artigo demonstra o trabalho operacional da Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, em
rotinas preventivas contra extravasamentos da Rede Coletora de Esgotos (RCE) realizados na cidade de
Rolândia, localizada no norte do Estado do Paraná, distante cerca de 390 quilômetros de Curitiba. Esta cidade
situa-se no alto de um divisor de águas, o qual reparte várias bacias hidrográficas e diversas nascentes
localizam-se em seu território, entre elas, a bacia do Ribeirão Cafezal, que abastece a cidade de Londrina,
também operada pela SANEPAR, distante 25 quilômetros de Rolândia. O Ribeirão Cafezal contribui com
31,5% da produção de água do sistema responsável pelo abastecimento total de cerca de 630 mil habitantes da
cidade de Londrina.
Autores: Júlio Kazuhiro Tino; Andrei Garcez Barros; Antônio Gil Fernandes Gameiro; Ester Amélia Assis Mendes e Jefferson Skroch.
