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Tratamento Água Serviços de Saúde

Pesquisa trata água de materiais descartados dos serviços de saúde

Tratamento Água Serviços de Saúde

Em 1987, aconteceu, em Goiânia, um caso historicamente conhecido envolvendo material radioativo: o césio-137. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, descartado por uma clínica médica, deixou pouco mais de 800 vítimas, entre mortos, amputados e pessoas no grupo de risco.

No Brasil, são produzidas cerca de 80 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo parte delas oriunda de resíduos hospitalares e o descarte desse material é feito a partir da queima em fornos ou usinas industriais, processo chamado de incineração.

No entanto, gases emitidos durante o procedimento acabam interferindo no aquecimento do planeta.

Foi pensando nisso que a egressa do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), Mariana Aguiar, realizou uma pesquisa, no campus de Itapetinga, sobre o tratamento da água descartada da queima desses materiais que vêm do serviço de saúde. “O objetivo principal foi analisar e melhorar o tratamento das substâncias geradas provenientes da queima de resíduos perigosos, utilizando o processo de eletrocoagulação [passagem de eletricidade pela água]”, explicou.

Para a pesquisa, foram utilizados os resíduos originados do processo denominado lavagem de gases, uma tecnologia utilizada para tratar as liberações de substâncias na atmosfera, de uma empresa que trabalha com o tratamento de resíduos de serviço de saúde, em Vitória da Conquista. “Não havia estudos sobre. Além de serem muito ácidos, eram peculiares devido à variação de diversos poluentes conforme o tipo de resíduo queimado no forno incinerador”.

Tratamento Água Serviços de Saúde

Mariana conta que o objetivo do método de eletrocoagulação se mostrou eficaz pela capacidade de neutralizar o nível de acidez da substância, além da remoção eficiente de diversos poluentes. Com o estudo, foi possível concluir que a técnica atingiu o objetivo proposto, contribuindo no tratamento de gases prejudiciais ao meio ambiente. Ainda, segundo a pesquisadora, foi possível demonstrar a propriedade dessa técnica de se adaptar no tratamento dos “efluentes industriais mais desafiadores”.

A ideia de buscar novas alternativas para a solução de um problema recorrente partiu do seu ambiente de trabalho. Estar inserida na área de gestão ambiental e debater, frequentemente, o desafio que é tratar esses efluentes gerados pelas indústrias, foi algumas das motivações para a realização da pesquisa. “Percebi a necessidade de me aprofundar no tema da eletrofloculação, uma tecnologia promissora que combina coagulação/floculação, flotação e eletroquímica, prometendo eficiência com menor tempo, custo e área construída comparada aos métodos convencionais”.

Artigos

Mariana, inclusive, revela que os resultados obtidos no trabalho foram divididos em artigos. Um deles já foi publicado na Revista Ambiente & Água – An Interdisciplinary Journal of Applied Science, em 2022.

“Além disso, tento aplicar o conhecimento adquirido durante a pesquisa no dia a dia da gestão de efluentes na indústria, e não descarto a possibilidade de aprofundamento da temática em um possível doutorado”.

É de grande destaque o papel que a Uesb teve na realização do trabalho. Na Universidade, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais envolve uma rede de interações com grupos de pesquisa de diferentes instituições, sejam elas brasileiras ou internacionais. Além disso, as suas atividades de ensino também atuam com pesquisa e extensão com organizações não governamentais.

“A oportunidade de pesquisar esse tema no Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, em uma universidade que oferece aprimoramento gratuito e de qualidade, foi decisiva para minha escolha”, concluiu.

Fonte: UESB.

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