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Distrito Federal vive pior crise hídrica em 30 anos e vai adotar racionamento

A escassez de chuvas e a má gestão no Distrito Federal podem deixar parte dos 2,85 milhões de habitantes sem água nos próximos dias na pior crise hídrica da região nos últimos 30 anos.

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) autorizou a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) a estabelecer um plano de racionamento, apesar de não haver data para os cortes no abastecimento ainda.

Isso porque o nível da Bacia do Descoberto, responsável por levar água a cerca de 60% da população do DF, caiu a menos de 20%. De acordo com a Adasa, o nível da bacia nesta segunda-feira (14) estava em 19,73%.

A agência registra 72 mm de chuva na região do Descoberto desde o início de novembro. O número representa menos da metade dos 226,9 mm esperados para o mês.

A região abastece principalmente Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires, Águas Claras, Samambaia, Riacho Fundo, Recanto das Emas, Gama, Santa Maria, Núcleo Bandeirante, Park Way, Guará e Candangolândia.

O outro grande reservatório do DF, Santa Maria registrou nível de 40,78% nesta segunda-feira, de acordo com a Adasa.

Em 21 de setembro, o DF declarou restrição de uso de água nas áreas que não são atendidas pelos dois reservatórios, como Brazlândia, Sobradinho e Planaltina, que fazem a captação diretamente nos córregos. Essas cidades ficaram sem água por cerca de duas semanas.

Segundo a agência, a região vive um período de seca prolongada, o que faz que o solo demore a encharcar e comece a contribuição efetiva das águas subterrâneas.

A previsão para o Centro-Oeste é de pancadas de chuva durante toda a semana, com a temperatura mínima de 13°C e máxima de 37°C.

A médio prazo, a situação deve ser resolvida com obras nos sistemas do Bananal, Corumbá e Paranoá, incluindo a captação de água do Lago Paranoá para uso dos consumidores. As mudanças custam R$ 460 milhões segundo o Governo do Distrito Federal (GDF) e aguardam liberação de recursos federais.

Racionamento
A Caesb terá que apresentar um plano para a Adasa com as devidas providências técnicas para reduzir a pressão na rede de distribuição e promover o rodízio de fornecimento de água entre as localidades,

Será levado em conta o ritmo de queda dos reservatórios, as previsões de chuva para o Distrito Federal e o nível de consumo de água pela população.

Ao G1, o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, afirmou que a situação se estabilizou e há uma leve tendência de melhora que está sendo considerada antes de definir cortes de abastecimento. “Estamos notando uma redução no consumo na ordem de 9% quando se compara o período de agosto e outubro deste ano com o ano passado”, afirmou.

O plano deverá ser informado pela Caesb a cada semana com 24 horas de antecedência. O racionamento deverá ser aplicado por, no máximo, 24 horas seguidas em cada região.

Está prevista a redução na pressão da rede de distribuição e rodízio no fornecimento em dias alternados. Nesta segunda-feira, o diretor-presidente da agência, Paulo Salles, recomendoU à população para estocar água em baldes ou tanques improvisados.

A Adasa diz garantir que todos serão afetados igualmente, sem preferência para regiões ou faixas de consumo. Hospitais, hemocentros, centros de diálise e estabelecimentos de internação coletiva não serão afetados.

Fonte: HuffPost Brasil

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