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Os dois principais rios de São Luís sofrem com poluição

Os rios de São Luís, Bacanga e Anil compõem a hidrografia e, juntos, são os dois principais rios que atravessam a capital. No entanto, o estado de conservação em que ambos se encontram é preocupante e de alerta para a necessidade de medidas que garantam a sobrevivência desses componentes fundamentais ao ecossistema da Grande Ilha.

Rios de São Luís

De acordo com a geógrafa Renata Castro, a maioria dos rios de São Luís está degradada e poluída. “Há esgoto sendo lançado in natura nesses rios e o uso e ocupação é intenso. Há solo impermeabilizado, principalmente em áreas de recarga de aquíferos, o que torna a nossa situação em relação a recursos hídricos na Ilha muito complicada”, afirmou.

A pesquisadora diz que, no caso do Rio Bacanga, a ineficiência no tratamento de esgotos da cidade prejudica significativamente esse rio. “Em São Luís, não possuímos tratamento de esgoto eficiente, então, um dos agravantes à poluição é o lançamento de esgoto in natura e o descarte de resíduos sólidos”, pontuou.

Para Renata Castro, o primeiro passo a ser dado, visando a conservação da hidrografia ludovicense, é o investimento em tratamento de esgoto. Somado a isso, a realização de zoneamento das áreas de APP e o reflorestamento nessas áreas seriam medidas eficazes. “A implantação de medidas socioeducativas para a população, mostrando a importância de não haver desmatamento, não descartar lixo nos rios, não impermeabilizar o solo (por exemplo: não cimentar seus quintais por completo, porque isso facilita a infiltração de água e a recarga de aquíferos) também é fundamental”, concluiu.

rios de são luís

Hidrografia de São Luís

A hidrografia de São Luís é composta por nove rios: Anil, Bacanga, Tibiri, Paciência, Maracanã, Calhau, Pimenta, Coqueiro e Cachorros. Dentre esses, os principais são o Bacanga (com 233,84km de extensão) e o Anil (com 12.63km de extensão).
Considerado como a maior bacia hidrográfica da cidade, o Rio Bacanga deságua na Baía de São Marcos e tem o percurso de 16,8 km; já a Bacia do Bacanga – que é a área onde a água da chuva escorre para um trio principal e seus afluentes – inclui áreas de abrangência populacional, são elas os bairros Vila Embratel, Sá Viana, Pindorama, João Paulo, Filipinho, Coroadinho, Praia Grande e Sacavém. Essa proximidade com regiões onde diversas residências estão instaladas acaba favorecendo a poluição dos rios. O segundo maior rio que corta a capital é o Anil, que é o responsável por fazer a divisão entre o Centro Histórico e a ala industrializada de São Luís.

Despejo de esgoto nos rios de São Luís

Como em todos os casos que envolvem a conservação ambiental, o cerne da questão é bipolarizado: de um lado, estão as políticas públicas voltados à preservação e, do outro lado, está a conscientização da população. O despejo de esgoto clandestino e a ocupação irregular de áreas de preservação permanente (APP) em margens de rios e mangues são as principais causas de poluição dos rios que cortam São Luís.

Órgãos como a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e a Sema são responsáveis pela efetivação de medidas visando ao combate do despejo irregular de esgoto nos principais rios da capital maranhense. As APPs são de responsabilidade municipal, portanto, a fiscalização da ocupação dessas áreas e a concessão de licenças ambientais no âmbito local cabem à gestão municipal.

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Atualmente, está em andamento a elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos, que promoverá novas práticas de utilização das águas com vistas à promoção de políticas públicas que respeitem as especificidades sociais, econômicas e ambientais de cada bacia hidrográfica do Maranhão.

Programa Maranhão Verde

Instituído pela Lei Estadual nº 10.595, de 24 de maio de 2017, e regulamentado pelo Decreto nº 32.969, de 5 de junho de 2017, o Programa Maranhão Verde é destinado a fomentar e desenvolver projetos voltados para o apoio à conservação e recuperação ambiental. O Parque Estadual do Mirador foi alvo da primeira etapa do programa com o projeto “Berço do Rio Itapecuru”, destinado a conservar e recuperar as nascentes e cursos dos rios Itapecuru e Alpercatas, localizados no interior do Parque. Segundo o governo do estado, o Programa Maranhão Verde deve abranger todo o território do estado.

Já na região metropolitana de São Luís, a Sema, em parceria com a Agência Nacional das Águas (ANA) e a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), está elaborando o Estudo Hidrogeológico da Região Metropolitana de São Luís, que tem como objetivo a geração de conhecimento hidrogeológico sobre os sistemas aquíferos da Ilha, das relações entre eles e destes corpos d’água superficiais e a avaliação de locais com restrições de uso da água, tanto em termos de quantidade, quanto de qualidade, orientando a definição de estratégias de gestão das águas subterrâneas, com o intuito de dar subsídios para o uso sustentável dos recursos hídricos da capital.

Atitude Consciente

O projeto Atitude Consciente é realizado pela Sema e tem como objetivo conscientizar a população maranhense em relação aos cuidados com o meio ambiente. De forma pedagógica, maranhenses são ensinados a valorizar e preservar o ecossistema local. Essa medida é aliada ao monitoramento e às fiscalizações que são feitas semanalmente em empreendimentos comerciais e residenciais, no sentido de evitar o lançamento irregular de esgotos que permanecem sendo jogados diretamente nos rios e praias.

Fonte: O Imparcial

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