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Oceano Ártico cheio de resíduos vindo de longe

O oceano Ártico concentra grandes quantidades de plástico, resíduo produzido em locais distantes e transportado por uma corrente oceânica

A investigação divulgada esta quarta-feira pela American Association for the Advancement of Science, que publica a revista científica Science, confirmou que o plástico é abundante no mar da Gronelândia e norte da Escandinávia, apesar de as populações principais responsáveis por este tipo de lixo, estarem longe.

Os investigadores, que fizeram uma recolha de plástico à superfície estimam em centenas de toneladas a quantidade de plástico a flutuar no Ártico e consideram que a quantidade de lixo concentrada no fundo será ainda maior.

Sensores

O “caminho” do plástico no Atlântico norte até ao oceano Ártico foi seguido através de uma rede de 17 mil boias com sensores que transmitem dados via satélite e permitiram confirmar que a poluição segue para norte levada pela chamada “circulação termossalina”, uma vasta corrente conhecida como o “tapete rolante oceânico” por ser responsável pela circulação de grandes massas de água temperada para norte, regulando o clima global e contribuindo para a oxigenação e distribuição de nutrientes nos oceanos.

Investigação

Os investigadores referiram que historicamente os mares quase fechados, como o Mediterrâneo, registam um excesso de resíduos de plástico, mas não era expectável que estas acumulações fossem encontradas nas latitudes polares.

A proporção de plástico nas amostras recolhidas vem, assim, confirmar que os detritos daquele material “viajaram de fontes distantes, incluindo das costas noroeste da Europa, do Reino Unido e da costa leste dos EUA”, algumas relacionadas com a atividade marítima.

Segundo a informação divulgada, os autores do trabalho apontaram que os efeitos potenciais desta poluição flutuante nos ecossistemas únicos do Ártico “são especialmente preocupantes”.

Fonte: Jornal de Notícias

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