Brasil Desastres Naturais
Por: Giovana Cardoso
Nos últimos 20 anos, 4.255 pessoas morreram em razão de desastres ambientais no Brasil, e outras 8 milhões ficaram desabrigadas, segundo levantamento da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Os dados englobam casos de chuvas intensas, estiagens, inundações e ondas de calor.
Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Distrito Federal se destacam entre as unidades da federação com mais pessoas afetadas.
Há dois anos, o Brasil registrou o maior número de mortes causadas por desastres naturais desde 2011, quando 957 óbitos foram registrados. Apenas em 2022, o país teve um prejuízo de mais de 68 bilhões. Nesses 20 anos, o prejuízo chega a quase R$ 500 bilhões.
Os índices, que englobam o período de 2003 a 2022, foram fornecidos por um programa criado pelo Banco Mundial e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A pesquisa não mostra os prejuízos e óbitos registrados em 2023, mas segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), no ano passado 248 mortes foram notificadas por tragédias naturais no Brasil.
Brasil Desastres Naturais
Quase metade dos óbitos causados por desastres relacionados a chuvas no ano passado são do Rio Grande do Sul, de acordo com a CNM. No ano passado, o estado enfrentou situações climáticas extremas, como ciclones e chuvas intensas, influenciados principalmente pelo fenômeno El Niño.
Mas as tempestades no Rio Grande do Sul causaram um prejuízo estimado em R$ 3 bilhões e cerca de 67 mortes foram registradas durante todo o ano. Em setembro, a passagem do ciclone extratropical afetou mais de 90 cidades gaúchas.
No início de janeiro, as chuvas que ocorrem no Distrito Federal vem causando estragos em diferentes regiões administrativas. Nessa sexta-feira (12), a governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), decretou estado de emergência devido ao tempo.
Condições climáticas
Ademais dados da CNM apontam que nos últimos 10 anos 93% dos municípios brasileiros foram atingidos por desastres naturais como tempestades, enxurradas, inundações e alagamentos. Os estudos, referentes aos anos de 2013 a 2022, indicam que mais de 2 milhões de moradias foram danificadas — 107 mil foram completamente destruídas.
Contudo um relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em julho de 2023 indica uma tendência de aquecimento de longo prazo e um aumento do nível do mar em países da América Latina e Caribe. O documento destaca ainda o aumento das temperaturas, o que favoreceu períodos de incêndios florestais e a emissão dos altos níveis de dióxido de carbono.
Conforme a OMM, a região contabilizou 943 desastres naturais entre 1970 e 2021, sendo 61% dos casos relacionados a inundações. No total, mais de 58 mil pessoas foram mortas, e as perdas econômicas ultrapassam US$ 115,2 bilhões.
Em suma recentemente, o Brasil vivenciou períodos de calor extremo, e pelo menos 15 estados entraram em alerta vermelho do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No Rio de Janeiro, por exemplo, os termômetros marcaram mais de 42°C em novembro, com sensação térmica de 58°C.
Fonte: R7.