Skip to content
quarta-feira, junho 29, 2022
Últimas Notícias:
  • Copasa inicia etapa final das obras de implantação dos sistemas de abastecimento de água em distritos de Montes Claros
  • Lixo urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro pode virar energia elétrica para 1,5 milhão de residências
  • Sabesp inicia obras em Guarulhos/SP
  • Gestão de resíduos perigosos em refinarias de petróleo
  • STF nega andamento de recurso da Cagepa contra concessão de água em Santa Rita
Portal Saneamento Básico

Portal Saneamento Básico

O maior portal de Saneamento Básico da internet!

  • Notícias
    • Abastecimento de Água
    • Drenagem
    • Esgoto
    • Resíduos Sólidos
    • Opinião
    • Outros
  • Acervo Técnico
    • Abastecimento de Água
    • Drenagem
    • Esgoto
    • Resíduos Sólidos
    • Outros
  • Guia de Compras
  • Licitações
  • Vagas
  • Eventos e Cursos
  • Vídeos
  • Mídia Kit
  • Login

Densidade urbana e infraestrutura: quando construir alto é melhor do que construir longe

  • Opinião
  • fevereiro 23, 2022

Um argumento comum contra permitir construções mais altas em cidades é que elas exigem demais da infraestrutura local. Neste texto, queremos trazer uma perspectiva diferente: quanto mais densa a cidade, mais viável a oferta de infraestrutura de qualidade.

Lotes mais densos são mais capazes de pagar pelos serviços de infraestrutura, já que a mesma área concentra mais usuários geradores de receita para concessionários de serviços públicos. E podem também ser mais econômicos aos usuários, pois os custos de implantação de redes e de trajetos são bem menores, na média, por usuário atendido.

Isso significa que, tanto do ponto de vista (a) de geração de receitas para financiar a infraestrutura em cada lote quanto (b) dos custos de implantação por usuário e da eficiência dessa infraestrutura, é claramente vantajoso que a cidade seja o mais densa possível.

A título de ilustração, a tabela a seguir oferece uma comparação sobre a receita que um lote quadrado de 20 metros de lado pode gerar em níveis de densidade diferentes. Note-se que essa é uma comparação simplificada, como pode-se observar na nota explicativa ao fim deste texto; o objetivo é ilustrar o nível de magnitude de receitas que podem ser obtidas no mesmo lote, e não dar uma informação precisa sobre consumo médio:

 

Fontes e premissas: vide nota explicativa ao fim do texto1

 

Um cálculo similar pode ser feito para as receitas do governo, que é responsável por arcar com os custos de infraestrutura não fornecidos por concessionárias. Supondo um IPTU constante de 1%2 sobre o valor venal do imóvel, quanto maior o valor das unidades construídas no lote, maior a receita pública. Uma casa de R$ 500.000,00 pode gerar receita de R$ 5.000,00 por ano; já um prédio de 80 apartamentos de R$ 350.000,00 viabiliza mais de R$ 280.000,00 de receita anual. E toda essa receita adicional pode3 ser usada para prover a infraestrutura de um único lote de 400 m².

Receitas são uma parte da equação. A outra parte envolve custos. Prover infraestrutura para um prédio de 20 andares é com certeza mais caro e complexo do que para uma casa, mas os custos variam em proporção menor que as receitas geradas. A questão, então, é a seguinte: qual é a diferença de custos, e ela é compensada pela receita adicional?

A figura abaixo ilustra essa dinâmica usando um dos serviços básicos que são disponibilizados às residências: água encanada. O eixo vertical indica a densidade urbana, medida pela extensão média, em metros, da rede de água por domicílio na cidade, ou seja, quanto de rede é necessário para chegar a cada habitação no município. O eixo horizontal indica o dispêndio médio com água por habitante na cidade.

 

 

O que se pode observar no gráfico é uma relação negativa entre a densidade do município e o quanto os cidadãos gastam, na média, com a conta de água em seus domicílios. Ou seja: quanto mais densa a cidade, menor é o custo dos habitantes com água.

Municípios menos densos quase invariavelmente apresentam valores de conta de água mais altos. É importante notar que essa tendência é observada apesar de tais municípios frequentemente subsidiarem contas de água. Isso significa que, caso o custo real arcado pela sociedade fosse considerado, os custos da menor densidade seriam ainda maiores.

Um problema adicional é que municípios de menor densidade frequentemente deixam de realizar investimentos, manter instalações ou até mesmo observar níveis mínimos de qualidade dos serviços. Isso leva a tarifas artificialmente baixas quando a densidade também é baixa, já que não estão pagando pelos custos de investimento e operação necessários. Se fosse possível corrigir esse viés, certamente a relação entre densidade e despesa se mostraria mais acentuada.

Essa ideia de menor custo será mais ou menos aplicável de acordo com as condições específicas do lote. Dependendo das condições do terreno, das dificuldades de ajuste de infraestrutura, do projeto de infraestrutura urbana, entre diversas outras variáveis, pode ser substancialmente mais caro construir em maior densidade. Por outro lado, especialmente em cidades espraiadas e constrangidas por engarrafamentos, os ganhos de produtividade decorrentes de maior densidade podem justificar gastos excepcionais.

Em conclusão, tem-se que maior densidade urbana (1) gera mais receitas para financiar infraestrutura e (2) pode reduzir o custo de provisão de infraestrutura e serviços públicos para a população. Isso se deve à otimização da aplicação de recursos em urbanização, pois quanto maior a densidade habitacional, menor o gasto com a infraestrutura e manutenção dos serviços urbanos por habitante.

Aumentar densidade é, assim, uma ferramenta relevante para a melhoria da produtividade da economia brasileira, pois reduz o volume de recursos necessários para que a população tenha acesso universal ao transporte coletivo, ao saneamento básico e às redes de telecomunicações. Cidades mais densas também viabilizam eficiência em transportes, diminuindo o consumo de energia e o uso de combustíveis. Em outras palavras, o aumento da densidade nos espaços urbanos melhora a infraestrutura nacional e a sua eficiência.

Com base neste raciocínio, o infra2038 decidiu realizar debate público sobre as vantagens de maior densidade urbana. Ao longo dos próximos meses, serão debatidas normas de uso e ocupação de solo, métodos de aproveitamento de bens públicos, promoção de habitação popular no centro de cidades e técnicas para provisão de mobilidade urbana de qualidade. Em 24 de fevereiro, o Projeto infra2038 conduzirá seu primeiro encontro com especialistas para discutir as ideias deste artigo. Acompanhe o encontro em tempo real ou assista a nossa discussão no YouTube. Novos debates e eventos serão divulgados em nossa coluna na Agência iNFRA.

1 A tabela foi elaborada a partir de um cálculo linear que considerou a receita esperada de uma unidade de consumo típica e multiplicou esta receita pelo número de famílias. É um método simplificado que reconhecidamente não reflete nem as variações de consumo típicas em prédios de tamanhos diversos nem a grande diversidade de consumo ao longo de uma cidade. O objetivo é oferecer uma visão da magnitude da variação de receitas, e não um consumo médio confiável. Citam-se a seguir os métodos e fontes usados para cada número indicado:

* eletricidade: receita por unidade em R$, obtida por meio do consumo médio de 162 KWh por mês (https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-153/topico-510/Resenha%20Mensal%20-%20Janeiro%202020_v4.pdf, último acesso em 02/02/22) multiplicado pela tarifa média de R$ 0,623 por KWh (https://www.aneel.gov.br/relatorio-ranking-tarifas, último acesso em 02/02/22);

* internet: usado o preço mais baixo encontrado para assinatura de banda larga, de R$ 79,99 (https://www.claro.com.br/internet/banda-larga, último acesso em 02/02/22);

* água: usado o consumo médio diário por pessoa de 152 litros (http://www.snis.gov.br/painel-informacoes-saneamento-brasil/web/painel-abastecimento-agua, último acesso em 02/02/22) multiplicado por três pessoas, 30 dias e pela tarifa média de R$ 0,00431 por litro (http://www.snis.gov.br/downloads/diagnosticos/ae/2019/Diagnostico-SNIS-AE-2019-Capitulo-12.pdf, último acesso em 02/02/22);

* ônibus: tarifa média de R$ 4,30 https://www.sptrans.com.br/media/3195/aviso-ao-publico-006-19_10-embarques_v2.pdf, último acesso em 02/02/22), multiplicada por 30 dias por 2 viagens por família.

 

2 Como previsto no art. 7º da Lei 6.989, de 29 de dezembro de 1966, do município de São Paulo.

3 Aqui argumentamos apenas que os recursos podem ser arrecadados e então utilizados; não há vinculação necessária entre essa receita adicional e a infraestrutura daquele lote específico.

Por:

Breno Zaban
Doutor em Direito (UnB) e Mestre em Administração Pública (Harvard) e de Negócios (Insead);
Sócio fundador do Zaban e Miranda Advogados.

Frederico Turolla
Doutor em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas
Sócio da Pezco Economics.

Fonte: Agência Infra

AnteriorAnteriorAnálise da logística reversa do óleo vegetal residual na cidade de Teresina/PI
PróximoAegea Saneamento registra receita líquida de R$ 2,9 bilhões em 2021Próximo

Deixe um comentário Cancelar resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

Ultrafiltração

Capacitação e Treinamento

Capacitação e Treinamento

Acervo Técnico

Gestão de resíduos perigosos em refinarias de petróleo

1 min de leitura

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a gestão dos resíduos sólidos perigosos gerados na atividade de refinarias de petróleo no Brasil, descrevendo processos, caracterizando a geração dos mesmos em cada etapa do refino e avaliando técnicas de tratamento e de destinação final.

Água e vidas contaminadas: a relação entre saneamento e infância

12 min de leitura

Como a água consumida e o esgoto não tratado comprometem a cidadania de crianças brasileiras e trazem prejuízos à sua saúde.

Vídeos

bf-dias

B&F Dias presente no Fórum de Saneamento e Recuperação Energética

0 min de leitura

Os executivos da empresa, Felipe Medeiros e Pedro Amaral, estiveram presentes no Fórum de Saneamento e Recuperação Energética que aconteceu em abril de 2022 na cidade de São Paulo.

Desidratação de Lodo Pieralisi

Conheça as soluções para secagem e desidratação de lodo de ETA, ETE e ETDI da empresa Pieralisi

1 min de leitura
tequaly

Você já conhece a estrutura da Tequaly?

0 min de leitura
bf-dias

B&F Dias diversifica sua linha de produtos e também é solução para tratamento de água

0 min de leitura

Eventos e Cursos

XIII BENCHMARKING INTERNACIONAL RESÍDUOS SÓLIDOS

O BENCHMARKING acontece em Portugal, com inicio no sábado, 02 de julho, na cidade do Porto e término em Lisboa no sábado, 09 de julho.

Mais informações »

Plano de Negócio – Concessões de Saneamento

Data: 07/07 e 14/07

Este curso visa capacitar interessados em ingressar ou evoluir profissionalmente neste mercado!

Mais informações »

Tratamento de Águas de Abastecimento – Sistemas Convencionais e Técnicas Avançadas

Dias 21, 26 e 28 de julho. Das 08:30 às 18:00

O objetivo do curso é apresentar e discutir os principais processos unitários envolvidos no tratamento de águas de abastecimento, seja utilizando sistemas convencionais.

Mais informações »

Parceiros

logo-netzsch
paques-logo-home.jpg
logo-bioproj
Penetron
bf-dias
Superbac
Conaut
DENORA
clean environment brasil
aquamec
suez

Sobre Nós

Como mostrar o que acontece e o que acontecerá para os profissionais que trabalham direta ou indiretamente com águas de abastecimento público, esgotos domésticos, resíduos sólidos urbanos, micro e macro drenagem? Quais serão as próximas leis, investimentos e ações que vão impactar sua cidade ou seu negócio?

Continuar lendo…

Anuncie Conosco

Clique Aqui!

Endereço

Alameda dos Jurupis, 1005 – Salas 111 e 112, São Paulo/SP – CEP: 04088-003

Telefone

(11) 3473-1207

Newsletter

 ©2022 Portal Saneamento Básico. Todos os Direitos Reservados.