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Não se brinca com coisa séria!

Por: Romildo Gonçalves, biólogo, mestre e doutorando em Agricultura Tropical
Tarde demais? Ou será que não? Existe hoje uma realidade semelhante à ocorrida em 2001, no que se refere à retração de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras, em especial nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. Essa é uma realidade nua e crua que não pode e não deve ser ignorada pelos governantes e gestores públicos, especialmente aqueles que atuam no setor elétrico.

A natureza é cíclica, as condições climáticas, aliadas as variações de intempéries, seja local, sejam regionais são fortes indicadores, de problema futuros para esse seguimento, com baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, a clareza dos fatos precisa ser vista e melhor observada pelas autoridades gestoras.

Hoje, 23-04-2014, relatórios da ANEEL e da ONS, apontam que as hidrelétricas das regiões em tela estavam com 37% de sua capacidade de geração de energia preservada. Novos dados do Programa de Mensal de Operação, divulgados em 25-05-2014, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, mostram que o nível dos reservatórios das principais usinas hidrelétricas do país deverá permanecer praticamente na mesma média de abril. Olha ai!

Com isso, os níveis dos reservatórios das hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração de energia elétrica do país, não chegarão ao patamar mínimo de 43%, terão em maio capacidade de apenas 38,5% de seu potencial, para garantir o abastecimento de energia em 2014. Nesse front, parece que as autoridades ignoram o eminente risco de apagões país afora, que por sua vez poderia prejudicaria milhões de brasileiros.

Nesse vis-à-vis, não adotar medidas mitigatórias, é postergar um problema sério para um futuro não muito distante. Em outras palavras é querer jogar com a sorte frente à natureza, ai, é uma seara de inferências perigosa. Se nada for feito este ano para recuperar o sistema, o racionamento de energia elétrica de origem hídrica em 2015 será inevitável.

Historicamente os registros de monitoramento oficiais demonstram que Abril é o último mês do período chuvoso capaz de dar sustentabilidade aos reservatórios das hidrelétricas para produção de energia durante o restante do ano. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS confirma tal assertiva. Se já começa a preocupar, porque não agir antes que a coisa se complica ainda mais?

Para os especialistas o ideal, seria entrar no período da estiagem que começa a partir de maio, com o nível dos reservatórios com pelos menos 43% de sua capacidade potencializada, para garantir o fornecimento de energia elétrica necessário para todo o país.

Para o Diretor Geral da Agência Nacional de Energia Elétrica=ANEEL, Romeu Rufino, “o clima úmido não acabou-está chovendo, temos mais alguns dias pela frente, e é preciso aguardar o fechamento de abril para ver o volume de água nos rios.”

Acreditar em Deus, ter fé e seguir em frente é fundamental, é um ponto positivo para a continuidade da vida. Porém, ficar esperando que Deus mande chuva para resolver o problema energético brasileiro é querer demais, não? Como disse em artigos anteriores, falta planejamento a curto, médio em longo prazo. Tai mais um sério problema a ser enfrentados por todos.

Para gestar esse gigante adormecido chamado Brasil, é preciso mais que uma macro visão, é preciso uma visão holística de suas potencialidades, e saber como manejá-las racionalmente. Embora detentor de gigantesco potencial para produção de energia sustentavelmente limpa, com inúmeras opções de escolhas: Hídrica, eólica, solar, biomassa…

As autoridades brasileiras optaram pelas termoelétricas, ou seja, a produção da energia mais suja, mais cara e mais poluidoras do mundo, aquelas que para gerar energia utilizam gás, diesel ou carvão. Paradoxal não? É né, pois é!

Fonte: Mídia News
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