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6 bilhões deixam de ser investidos em Cuiabá

Um total de R$ 6 bilhões que deixaram de ser investidos em programas habitacionais, mais de 7 mil unidades não construídas, outras 4 mil já executadas, mas que não podem ser entregues, além da redução de quase 50% no número de empreendimentos verticais lançados no último ano, quando comparados a 2013.

Estes são alguns dos reflexos da má atuação da CAB Cuiabá – concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto na Capital –, conforme balanço divulgado pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), nesta segunda-feira (18).

“A CAB está inviabilizando investimentos no setor da construção. Cuiabá está estagnada e a cidade vai parar. Não podemos permitir que uma concessionária fique ditando o ritmo de crescimento da Capital”, afirmou o presidente do Sinduscon, Cezário Siqueira.

Segundo ele, os investimentos deixam de ser executados por conta da falta de viabilidade ou disponibilidade nos serviços de água e esgoto na cidade.

O sindicalista apontou, ainda, que o setor mais prejudicado é justamente o de moradias de interesse social – como as do programa “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal.

“Em 2013, a Caixa Econômica Federal não contratou moradias do programa em Cuiabá. Em 2014, também não. E, neste ano, a instituição já deixou claro que não vai contratar. Diferentemente de cidades como Várzea Grande, Rondonópolis, Tangará da Serra, Sinop, por exemplo, onde as contratações continuam a existir normalmente”, afirmou ele.

Isso ocorre, segundo o presidente do Sinduscon, justamente por conta do não cumprimento do serviços básicos por parte da CAB.

Impacto habitacional

Segundo Cezário Siqueira, existem, ao todo, 7.632 empreendimentos já aprovados pela Prefeitura de Cuiabá e não contratados pelo Minha Casa Minha Vida, pois se tornaram inviáveis, em razão da falta de disponibilidade de água e esgoto.

Ao todo, conforme o sindicato, são cinco residenciais, localizados nos bairros Tijucal, Parque Cuiabá, Pascoal Ramos, Distrito Industrial e Osmar Cabral, e que são classificados como moradias de interesse social.

“Somente aqueles empreendimentos com maiores volumes de vendas serão disponibilizados. Está claro que as construtoras vão repassar os custos para os empreendimentos. Aqueles que forem viáveis vão ser executados, aqueles que foram inviáveis ficarão sem execução”, disse o presidente do Sinduscon.
“Ao contrário dos apartamentos de maiores valores, as unidades do Minha Casa Minha Vida possuem limitadores de preços finais. As famílias com rendas limitadas e em início de vida familiar estão enfrentando a redução de crédito”, completou ele,

Além disso, outras 4,138 unidades estão com grande parte das obras concluída sem, contudo, qualquer previsão de entrega pelo mesmo motivo: indisponibilidade dos serviços de água e esgoto.

Ocupação desordenada

A redução da oferta de moradia para a população de baixa renda, de acordo com o Sinduscon, pode acarretar no aumento de crescimento desordenado no Município.

De acordo com Cezário Siqueira, esse déficit na oferta de residências traz situações como a invasões, o surgimento de favelas e a baixa qualidade de vida do cidadão.

“Vamos ter uma pressão social muito grande, ocupações desordenadas e irregulares. A Capital vai voltar no tempo”, disse.

“A incapacidade financeira dos municípios e do Estado de Mato Grosso em viabilizar um programa habitacional com recursos próprios não permite a esses gestores ficarem aguardando a concessionária ditar o ritmo de crescimento da Capital, com a nítida ausência de investimento na ampliação de sua capacidade de atender satisfatoriamente a cidade no saneamento básico”, completou o dirigente.

 

 

 

Fonte: Cenário MT

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