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Contra greve em Sp Sabesp suspende futuras demissões em negociação

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) se comprometeu a suspender futuras demissões de funcionários enquanto o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) analisa pedido do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema) de reintegração de funcionários dispensados desde o começo do ano no estado.

Na semana passada, a categoria aprovou o início de uma greve a partir da meia-noite do dia 19, mas na audiência de conciliação realizada na tarde desta segunda-feira (16) na sede do TRT, em São Paulo, o Sintaema se comprometeu a não começar uma paralisação até que saia a decisão sobre a recontratação dos funcionários.

O presidente do sindicato, Rene Vicente dos Santos, analisou como positivo o resultado da reunião. “O fato de suspenderem as futuras demissões já alivia um pouco, porque estávamos bem preocupados”, afirmou.

A Justiça do Trabalho deu prazo para que a Sabesp apresente defesa sobre as demissões. O sindicato também pode apresentar outros argumentos sobre o pedido de recontratação dos funcionários dispensados. Procurada pelo G1, a Sabesp não se manifestou sobre o resultado da reunião até esta publicação.

Demissões e greve

De acordo com a sindicato, 399 trabalhadores foram demitidos desde o começo de 2015. Eles atuavam principalmente em cargos operacionais, como na área de manobra de pressão na rede, conserto de vazamentos, estações de tratamento de água e esgoto, segundo a entidade.

O corte está relacionado à queda na arrecadação da Sabesp por causa da crise hídrica, como desconto na conta dos clientes economizassem água. Em entrevista ao G1, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, confirmou que a companhia de abastecimento passa por uma situação difícil por causa da perda de receita muito grande e disse que a empresa “está cortando na carne para poder sobreviver.”

Por causa das demissões, funcionários da Sabesp decidiram entrar em greve a partir da meia-noite do dia 19 de março. O conteúdo da audiência será apresentado aos trabalhadores na quarta-feira (18), segundo o presidente do sindicato, Rene Vicente dos Santos.

Ele explica que a greve foi a forma encontrada pela categoria para forçar o governo e a companhia a dialogarem após as recentes demissões. Ainda restam cerca de 100 demissões para serem homologadas no sindicato. A expectativa da entidade é de que pelo menos esses casos sejam suspensos definitivamente.

A categoria também cobra informações sobre o pagamento da PLR de 2014, que deve ser realizada até abril. “Já estamos pleiteando para não chegar em abril e ter que fazer uma nova movimentação. Vamos cobrar tudo que tem que ser cobrado. Estamos antecipando o debate”, explica o presidente.

A pauta ainda apresenta reivindicações menores. De acordo com Vicente, a Sabesp aplica o plano de cargos e salários desde 2010. Em 2014, os funcionários foram avaliados em dezembro, mas o plano não foi aplicado no prazo estipulado – até final de fevereiro.

Caso ocorra a greve, os funcionários trabalharão em esquema de plantão. A equipe ficará reduzida a 30% do quadro e só atenderá casos emergenciais. As agências de atendimento ao cliente estarão fechadas. Os clientes poderão acionar o serviço somente pelo telefone 195.

“Quando a gente entra em greve, mantemos um plantão mínimo nos polos de manutenção. Só saímos para a rua caso haja necessidade extrema. Residência com vazamento na porta, na calçada, na rua, a gente deixa de atender. O canal de reclamação também fica prejudicado.”

Fonte: G1

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