CPI questiona Sabesp sobre método de cálculo de perdas de água

A CPI da Sabesp da Câmara Municipal de São Paulo vai questionar a companhia de abastecimento de água de São Paulo sobre o método de cálculo das perdas de água. Documento de fevereiro de 2014 obtido pela CPI aponta que as perdas de água no sistema de abastecimento da Sabesp oscilaram em torno de 32% e que não houve alteração significativa nesse percentual nos últimos quatro anos.

O documento é uma nota técnica da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp).  Ele informa que o índice de perdas utilizado pela Arsesp para estabelecer as metas de redução que a Sabesp deve cumprir é o volume total de água perdido, expresso como percentual do volume total produzido nas plantas de tratamento da Sabesp.  De acordo com esse conceito, a Sabesp perdeu 32,8% do volume produzido em 2009, 32,2% em 2010, 30,7% em 2011 e 32,1% em 2012.

Ainda segundo o documento da Arsesp, a Sabesp utiliza outro conceito de perdas na divulgação de seus relatórios: o conceito de perdas de faturamento. Como a Sabesp realiza a cobrança compulsória de um mínimo mensal de 10 m³ mesmo quando o cliente consome menos, ela fatura um volume superior ao que efetivamente forneceu. Por causa disso, a perda de faturamento obtida neste cálculo fica inferior às perdas efetivas.

O relator da CPI da Sabesp, vereador Nelo Rodolfo (PMDB), diz que vai questionar a presidente da Sabesp, Dilma Pena, sobre o assunto.

“O relatório da Arsesp mostra que os números da Sabesp estão errados. O desperdício de água é muito maior do que diz a empresa. Pelo que levantamos no Ministério Público, a Sabesp considera as contas recebidas no cálculo do desperdício. Mas esse é uma forma equivocada de apurar desperdício. Muitos pagam a taxa mínima e consomem menos água do que a Sabesp cobra. A verdade, segundo o Ministério Público, é que, de cada três litros captados na represa, a Sabesp desperdiça um. Acho que a Sabesp deve cuidar melhor da rede, investindo mais na troca de tubulação. Esta é a fonte do desperdício”, afirmou

Consultada pelo G1, a  Sabesp informou que as perdas físicas (vazamentos) da Sabesp estão hoje em 19,8% e que a meta é chegar a 16% ao final da década. Outros 11% de perdas são provenientes de ‘gatos’.

A Sabesp diz que desde janeiro identificou mais de 10 mil casos de fraudes na Região Metropolitana de São Paulo, que totalizaram 1,3 bilhão de litros de água. Também informou que está investindo R$ 6 bilhões em ações para reduzir os vazamentos.

 

Sabesp perde 36% da água e trata 52% do esgoto em SP, diz instituto

Dados reunidos pelo Trata Brasil são referentes ao ano de 2012.
Companhia diz que já evoluiu e teve ‘perda física’ de 19,8% em junho.

A cidade de São Paulo perdeu 36,3% da água tratada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) em 2012, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Trata Brasil com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

A cada 10 litros tratados, mais de três não são consumidos ou usados de maneira regular. As perdas ocorrem por causa de vazamentos na distribuição, ligações clandestinas, roubos e falta de medição. A pesquisa ainda aponta que a capital paulista só trata 52,15% do esgoto da água consumida.

Os dados são os mais recentes disponíveis no SNIS e colocam a capital paulista em 25º lugar no “Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores Cidades do País”, divulgado pelo Trata Brasil. A metodologia foi desenvolvida pela empresa de consultoria GO Associados.

A Sabesp rebateu os dados afirmando que, se considerado apenas os vazamentos, a empresa tem índices melhores que o de países desenvolvidos. “Esse indicador era de 20,3% no início de 2014 e já caiu para 19,8% em junho/2014. Nos melhores sistemas do mundo, como Japão e Alemanha, as perdas físicas estão em torno de 8%. No Reino Unido são de 16%, na Filadélfia (EUA) são 25,6%, na França, 26%, e na Itália, 29%”, informou a companhia em nota.

Entretanto, a empresa não detalhou os dados, apontando se eles refletem a situação na cidade ou no estado. A companhia informou ainda que prevê aplicar R$ 6 bilhões, entre 2009 e 2020, para atingir índices de perdas de 16,7%. A empresa diz já ter aplicado R$ 1,45 bilhão e que conta com financiamento do Japão.

Já faz mais de um mês que está assim. A gente economiza e vê essa água toda indo embora”
Rosimara da Cunha,
funcionária de salão na Santa Cecília

Vazamento em Santa Cecília
Os problemas apresentados pelo estudo são vivenciados diariamente por moradores da capital. Os funcionários de um salão de beleza na esquina da Alameda Eduardo Prado com a Rua Brigadeiro Galvão, em Santa Cecília, no Centro, dizem que convivem com um vazamento há meses. Nesse período, uma obra chegou a ser feita, mas não solucionou o problema. “Já faz mais de um mês que está assim. A gente economiza e vê essa água toda indo embora”, afirmou a funcionária Rosimara da Cunha.

Maria do Livramento, proprietária de outro salão na região, teve que conviver com água acumulada na porta. “Vem folha, vem lama. Já chegou gente a cair aqui na minha frente. É a maior dificuldade até para entrar aqui no salão. Fica complicado para pessoas de idade para atravessarem”, disse. “Eu não lavo o meu salão há quatro meses para não desperdiçar e vejo essa água limpinha aí na porta, desanima a gente.”

Pedestres precisam desviar de enorme vazamento de agua na esquina das Ruas Eduardo Prado e Brigadeiro Galvao no bairro Santa Cecilia em Sao Paulo. Comerciantes reclamam ha meses do vazamento. (Foto: Victor Moriyama/G1)Pedestres precisam desviar de água acumulada em esquina na Santa Cecilia (Foto: Victor Moriyama/G1)

Procurada pelo G1, a Sabesp negou que ocorra vazamento no local e discordou que o problema seja causado pela rede da empresa. A companhia defendeu, em nota, que trata-se de água empoçada na guia e calçada e que a causa pode ser de chuva ou descarte por algum imóvel da região. Neste ano, após o agravamento da crise de abastecimento, a Sabesp informou que diminuiu o tempo de reparos a vazamentos de 48 horas para um período entre 26 a 30 horas.

No começo do ano, mais de 700 pontos de vazamentos na rede de abastecimento na Grande São Paulo foram apontados por leitores ao longo de poucos mais de dois meses. Os dados compilados em um mapa do G1 serviram para apoiar concessionárias a economizar água no momento em que o Sistema Cantareira começava a entrar em crise.

Sem evolução
O relatório do SNIS mostra que, apesar de 99,1% da população paulistana ser atendida pela rede de abastecimento, mais de um terço da água não é contabilizado como “entregue oficialmente” aos clientes da Sabesp. As perdas totais de água – na distribuição e faturamento – não tiveram melhoria expressiva nos últimos anos no âmbito nacional. A Sabesp rebate afirmando que, desde 2004, as perdas físicas caíram de 26,7% para 20,3%.

A perda na distribuição ocorre quanto a água sai da concessionária, mas não é entregue por falhas físicas na rede. Já a perda no faturamento ocorre quando a água é consumida, mas não é paga. Isso ocorre, principalmente, por causa de ligações clandestinas e furtos na rede. A situação é recorrente em áreas de ocupação que não foram regularizadas pelas prefeituras, segundo a assessoria de imprensa da Sabesp.

Das 100 maiores cidades do país, 90% não tiveram evolução na redução das perdas ou somente melhoraram seus índices em 10% entre 2011 e 2012. A média das cidades brasileiras na perda de água (faturamento e distribuição) foi de 36,9% em 2012.

A situação é a mesma na cidade de São Paulo, com 11.376.685 habitantes no ano da medição. O menor índice de perdas totais registrado pelo SNIS na capital paulista desde 2003 foi 35% em 2005. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento não recebeu os dados referente às perdas em 2003 e 2004.

Os vazamentos são alvo de constante reclamação dos moradores. Em alguns casos, o problema chega a ser solucionado, mas volta a acontecer pouco tempo depois, como na Rua Doutor Almeida Lima, na Mooca, Zona Leste. Segundo o autônomo Rodrigo Ribeiro dos Santos, o mesmo vazamento já foi reparado diversas vezes, mas continua causando transtornos. “É inacreditável. Já tem uns seis meses que está assim. A Sabesp também foi lá várias vezes, mas eles não cobriram o cano, que já voltou a vazar”, disse o autônomo.

Sabe, nós não lavamos o carro, tomamos banhos rápidos, escovamos os dentes de torneira fechada e vê esse vazamento… É coisa de chocar”
Rodrigo dos Santos, autônomo

Para ele, a água economizada com medidas caseiras acaba sendo desperdiçada na rua. “Sabe, nós não lavamos o carro, tomamos banhos rápidos, escovamos os dentes de torneira fechada e vê esse vazamento… É coisa de chocar.”, disse. A Sabesp informou nesta quarta-feira, em nota, que já executou reparo no vazamento na rede de água da Rua Doutor Almeida Lima.

O mesmo problema em relação a perdas de água ocorre na Rua Maria Silvina Tavares, no Morro do Índio, na Zona Sul de São Paulo, segundo relato de moradores. A dona de casa Adeilza Martins, de 33 anos, relatou diversos vazamentos por lá. “Tem uns dois ou três e acaba saindo um monte de água. Já faz pelo menos uns quatro meses. Eles [funcionários da Sabesp] vêm aqui, olham, escrevem para outra equipe vir, quebram a rua, dizem que não é o vazamento certo e vão embora”, afirmou.

A moradora tem reaproveitando a água para reduzir o consumo, mas se diz desestimulada ao se deparar com o desperdício na rua. “Eu estou lavando roupa com as sobras de água de outra roupa. Eu estou economizando. A gente vê a situação e fica triste. A gente tem filho pequeno e tem hora que não tem água na torneira. E a água fica aí vazando, não é justo.”

Moradores lavam as mãos em vazamento de água na Rua Correia Dias na altura do numero 100, no bairro do Paraíso. (Foto: Victor Moriyama/G1)Morador lava as mãos em poça d’água na R. Correia Dias, no Paraíso; em nota, Sabesp negou que água ocorra por vazamento e apontou como causa o descarte por um edifício no local (Foto: Victor Moriyama/G1)

Retorno baixo do esperado
O tratamento de esgoto é outro serviço com evolução lenta na capital paulista, segundo especialistas ouvidos pelo G1. “Temos dois anos de defasagem nos dados, mas ainda há um volume muito grande de esgoto a ser tratado”, afirmou o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. A cidade de São Paulo, segundo ele, é a que mais investe na rede de água como um todo, mas o retorno ainda está abaixo do esperado.

“É um indicador [o de tratamento de esgoto] que tem avançado pouco e preocupa, ainda mais em uma crise hídrica como a que estamos passando. Seria um sonho poder usar a água dos rios para o abastecimento da população, mas essa água não é limpa. E isso não é só em São Paulo, mas em várias cidades que lançam o esgoto direto nos rios”,  completou.

SAO PAULO, BRASIL, 26 AGOSTO 2014 - Moradores do bairro Jardim Nakamura, zona sul de Sao Paulo reclamam do vazamento de agua na Rua Maria Silvina Tavarez, que durante a noite enche de agua a rua. (Foto: Victor Moriyama/G1)
Moradores do Jd. Nakamura, zona sul de SP, se
queixam de vazamento (Foto: Victor Moriyama/G1)

A Sabesp diz que, desde 1995, desenvolve projeto de saneamento que considera o “maior” em andamento no país. “A Sabesp elevou o índice de coleta de esgoto nas cidades atendidas da Grande SP de 62% para 84%”, informou. Entretanto, a empresa não detalhou a situação na cidade de São Paulo. “Em todas as 364 cidades atendidas pela companhia, a coleta está em 84% e o tratamento, em 78%”, disse a empresa.

Arrecadação x investimentos
O Instituto Trata Brasil defende que, para que os serviços de saneamento sejam expandidos e modernizados, é importante que uma parte relevante da arrecadação das companhias seja reinvestida no sistema. Entre 2008 e 2012, a cidade de São Paulo investiu R$ 5,4 bilhões e arrecadou R$ 17,8 bilhões, segundo o SNIS.

O contrato entre a prefeitura e a Sabesp define que a companhia deve investir 13% da receita bruta, com exceção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS-Pasep).

A fiscalização da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) é feita após análise pelo Comitê Gestor (formado por integrantes da prefeitura e do governo do estado) de relatório de investimentos enviado pela Sabesp. O documento é enviado para a agência verificar se há descumprimento e informar a companhia e ao Comitê para que os acertos sejam feitos.

Região dos Jardins é a que menos economiza água em SP, diz Sabesp

Dados são referentes ao consumo no primeiro semestre de 2014.
Bairros do Jaçanã, na Zona Norte, foram os que tiveram a maior redução.

Bairros considerados de alto padrão têm a pior média de economia de água na cidade de São Paulo, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A região dos Jardins, na Zona Oeste da capital, foi a que menos economizou água na cidade no primeiro semestre de 2014.

A Sabesp aponta que imóveis residenciais e comerciais dos Jardins Paulista, Europa, América, além da Lapa, Alto de Pinheiros, Boaçava, Sumaré e Perdizes tiveram redução de 7,36% entre janeiro e junho.

Desde fevereiro, a Sabesp oferece bônus para os consumidores abastecidos pelo Sistema Cantareira que atingirem a meta de 20% de redução ou mais. Para esses consumidores, há desconto de 30% na conta.

Os bairros da região do Jaçanã, na Zona Norte, foram os que mais conseguiram reduzir a conta de água, com economia de 20,43% no primeiro semestre.

Consumo em junho
Se considerado somente o mês de junho, o bairro com menor consumo médio por domicílio na cidade foi o Grajaú, na Zona Sul, com 9,71 metros cúbicos (m³). Já nos Jardins, o consumo médio foi o dobro (18,11 m³). Um metro cúbico equivale a 1 mil litros.

REGIÕES DE
SÃO PAULO
REDUÇÃO DO CONSUMO NO 1º SEMESTRE/2014 MÉDIA DE CONSUMO POR DOMICÍLIO EM JUNHO
Jaçanã                                                   20,43% 11,42 m³
Perus 20,06% 11,02 m³
Pirituba 19,82% 11,76 m³
São Mateus 18,9% 10,99 m³
Arhur Alvim 18,84% 10,99 m³
Vila Maria 18,72% 11,83 m³
Itaim Paulista 18,55% 10,63 m³
Vila Nova  Cachoeirinha 18,48% 11,67 m³
Grajaú                                                    18,13% 9,93 m³
Freguesia do Ó 18,11% 11,86 m³
Santana                                    18,09% 12,7 m³
Americanópolis 17,76% 10,6 m³
Penha 17,75% 11,6 m³
Capela do Socorro 17,55% 10,63 m³
Socorro 17,52% 11,21 m³
São Miguel 17,29% 11,43 m³
Cidade Tiradentes 16,67% 11,15 m³
Guaianazes 16,62% 10,87 m³
Pirajussara 15,87% 11,07 m³
Ipiranga 15,74% 12,76 m³
Campo Limpo 15,2% 10,54 m³
Mooca 13,35% 12,66 m³
Butantã 13,04% 14,85 m³
Santo Amaro 11,72% 14,99 m³
11,4% 14,99 m³
Vila Mariana 11,18% 14,29 m³
Jardins 7,36% 18,11 m³
São Paulo (média da cidade) 16,23% 13,01 m³
Fonte: Sabesp

A explicação da Sabesp é que a região dos Jardins concentra pessoas com alto poder aquisitivo, onde a economia na conta não faz diferença no orçamento. A bancária Camila Silva denuncia o desperdício. “Eu vejo menos consumo [na cidade], mas aqui é uma região que gasta bastante. Lavam calçada, tem muita piscina.”

A região também possui muitos comércios, restaurantes, salões de beleza e escritórios, com movimento dia e noite e que atraem pessoas de toda capital, segundo o presidente da Associação dos Moradores dos Jardins, Fernando José da Costa. “Nós temos uma região estritamente comercial que utiliza muito água, por exemplo hospital, restaurante, hotel. Os hóspedes que permanecem mais de um dia já tem a consciência de não pedir pra lavar a toalha”, afirmou.

Uma padaria 24 horas tem consumo acima da média da região, mas conseguiu fazer mudanças simples que já reduziram o valor da conta de água. “Conscientizando os nossos funcionários pra não abrir a torneira, fechar logo em seguida. No banho ser rápido, porque nós temos o vestiário”, afirmou o gerente geral do comércio, Renato Rinaldi.

Evolução da economia
Em janeiro, o consumo médio por pessoa na capital paulista foi de 165,2 litros por dia. Em junho, o volume caiu para 140,29, redução de 16,23%. A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que cada pessoa use 110 litros de água/dia. A região do Jaçanã, que engloba seis bairros da Zona Norte, foi a que mais diminuiu o consumo na capital no primeiro semestre deste ano. A economia foi de 20,43%, de acordo com a Sabesp.

Em um salão de cabelereiro no Tucuruvi, a proprietária conseguiu diminuir o consumo sem perder a clientela. A solução foi não desperdiçar a água fria dos lavatórios. Antes as funcionárias deixavam a torneira aberta até a água esquentar. Agora, elas abrem a mangueira e já começam a molhar as pontas do cabelo. Quando a lavagem chega na raiz, água já está aquecida.

Em um posto de combustíveis do bairro, a medida foi mais radical, mas resultou em economia de 1 mil litros de água por dia. A primeira mudança foi diminuir o número de torneiras de quatro para uma. “Na ducha, nós também suspendemos alguns dias na semana e reduzimos o horário”, revelou o proprietário Marcos Gomes.

Região do Jaçanã, na Zona Norte de SP, foi a que mais conseguiu economizar água em São Paulo (Foto: Reprodução TV Globo)
Região do Jaçanã, na Z. Norte, foi a que mais conseguiu economizar água (Foto: Reprodução TV Globo) 
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