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Indústria se mobiliza para uso racional de recursos hídricos

c O setor industrial é diretamente responsável pelo aumento da demanda de água e pela poluição dos rios que passam principalmente pelas regiões mais urbanizadas. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o setor industrial é responsável pelo consumo de 17% de toda água no Brasil. O setor industrial ocupa o terceiro lugar no ranking dos setores usuários, precedido pelo setor de irrigação (54%) e de abastecimento urbano (22%).

Considerando a disponibilidade hídrica e as condições de infraestrutura dos sistemas de produção e distribuição, em 2015, 55% dos municípios brasileiros poderão ter déficit no abastecimento de água, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), se não forem executadas obras e medidas recomendadas. Entre as grandes cidades afetadas estão São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal. O percentual representa 71% da população urbana do país, 125 milhões de pessoas, já considerado o aumento demográfico.

Nesse contexto, as indústrias também vêm sendo obrigadas a atuar de forma a racionar o uso da água e algumas já vêm atingindo níveis de excelência, segundo dados do Instituto Bioatlântica (IBio), que desempenha funções de Agência de Água na Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Para o diretor-executivo do instituto, Eduardo Figueiredo, as principais ações que devem ser desenvolvidas são a readequação do saneamento, o reuso da água e, principalmente, o investimento em infraestrutura natural, como a recuperação dos solos, que pode sair mais em conta do que a engenharia física.

“A dificuldade agregada ao racionamento de água faz com que a procura de soluções para a disponibilidade hídrica saia de dentro das indústrias, indo, obrigatoriamente, em direção à manutenção direta de bacias e dos recursos naturais”, ressalta o diretor de Novos Negócios da WayCarbon, Henrique Pereira. Ele lembra que o setor industrial acompanhou de perto a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), aprovado em 2006 pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), documento que estabelece um pacto nacional de elaboração de políticas públicas voltadas para essa questão ambiental.

O consultor da WayCarbon e doutor em recursos naturais Vitor Vasconcelos  destaca ainda a preocupação com as fontes de energia. Em Minas Gerais, por exemplo, que tem topografia adequada para implantação de reservatórios hidrelétricos, sempre que aumenta o uso de água de bacias, menos água vai para as usinas de geração de energia. “Se não há volume de água suficiente, o Governo tem que acionar as termoelétricas, responsáveis por uma energia mais cara e mais poluente. Além de contribuir para o aumento do efeito estufa, essa alternativa também se reflete no aumento da conta de energia elétrica das casas e da própria indústria”, alerta.

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