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Mendes se preocupa com crise em empresa dona da CAB

O prefeito Mauro Mendes (PSB) afirmou que vê com “preocupação” o fato de o Grupo Galvão, do qual a CAB Cuiabá é subsidiária, ter apresentado pedido de recuperação judicial.

Segundo ele, o pedido gera incerteza quanto ao cumprimento do contrato de concessão dos serviços de água e esgoto da Capital e que, há três anos, estão sob a responsabilidade da empresa

“É um assunto muito grave e delicado. A Galvão Engenharia está dentro de uma operação vultosa a nível nacional e entrou em recuperação judicial. Tudo isso cria um cenário de muita incerteza para essa concessão”, disse o prefeito.

“Infelizmente, já estamos com esse problema de desempenho da empresa. E, agora, um problema novo, que é a condição do grupo controlador, envolvido num processo daquela natureza e que gera uma incerteza financeira se existirá condições de aportarem recursos aqui na Capital”, completou ele.

Além de ter apresentado pedido de recuperação judicial, na última semana, o proprietário da Galvão, o empresário Dário Queiroz Galvão Filho, foi preso, em desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga crimes de desvio de dinheiro na Petrobras.

Mendes disse que o município está “tomando as providências para enfrentar esses problemas” que podem acarretar em eventuais prejuízos ao processo de concessão.

“Estamos com várias frentes de trabalho, tanto no campo jurídico, como no campo institucional. Vamos, no momento certo, começar a trazer informações do que estamos observando e qual será o desdobramento disso”, afirmou.

O prefeito preferiu, no entanto, não mencionar quais seriam essas medidas.

Rescisão contratual

O que é certo, até o momento, é que o prefeito Mauro Mendes evita falar em uma eventual quebra de contrato com a concessionária.

Isto porque, segundo ele, a medida traria impactos extremamente negativos ao município, como por exemplo, a obrigação de devolver à CAB R$ 140 milhões.

“Esse é um assunto extremamente grave e que tem que ser tratado com muita responsabilidade e maturidade. Podemos até falar em fazer uma rescisão contratual. Mas, teremos os R$ 140 milhões para devolver para a CAB?”, questionou o prefeito.

Ainda segundo ele, a prefeitura não têm condições de assumir os serviços de água e esgoto na Capital.

“A Prefeitura nunca teve condição de fazer esse enfrentamento do saneamento, do provimento de água com qualidade. Não temos o valor para devolver à CAB. Não temos condições para investir dinheiro para fazer esgoto. Não existe programa federal para trazer recursos pra cá, ou seja, é um problema gravíssimo”, disse ele.

“A quebra de contrato está fora de cogitação? Não, não está fora de cogitação. Mas, estou fazendo abordagem clara do problema. Temos que enxergar o problema sob todas as dimensões. Não é problema simples e isso todos têm que entender”, completou.

Prefeito “fodão”

“As pessoas, às vezes, falam assim: vamos rescindir o contrato. Isso parece bacana, parece bonito, vou rescindir, vou ser o ‘fodão’, o ‘machão’. O poder público pode tudo. Mas e aí o que fazer no dia seguinte? Cadê o dinheiro para fazer os investimentos? Não é assim tão simples”, emendou o prefeito.

“Não hesitaremos em tomar medidas duras, se for necessário. Mas, você não pode partir dizendo Ah! Vou fazer, vou fazer. É preciso compreender que qualquer alternativa é ruim. Vamos tentar escolher a que for melhor para Cuiabá”, finalizou.

 
Fonte: Mídia News

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