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MG: Estamos em busca da melhor solução para Sabará

A Copasa anunciou investimentos de R$ 100 milhões em Sabará. Mas, de acordo com o prefeito: “não foram construídos nem 100 metros de novas redes; e a Copasa dispensou funcionários antigos, que conheciam a estrutura de esgotamento sanitário, alegando que nada seria aproveitado”.

Não é verdade. Pelo contrato, temos de licitar as obras e viabilizar os investimentos de R$ 110 milhões previstos para a cidade. Essa licitação, que o prefeito alega estar sendo descumprida, já está aprovada pela Diretoria da Copasa e, os recursos, assegurados pela Caixa Econômica Federal. Desde que assumimos os serviços em Sabará, construímos aproximadamente um quilômetro de redes coletoras, de 150 e 200 milímetros de diâmetro. São redes destinadas a levar os esgotos até os interceptores. Fizemos ainda 8.295 serviços, desde reparos de vazamentos, ligações e manutenções até o desentupimento de redes, incluindo solicitações de moradores e ocorrências de rotina.

Quando a Copasa assume uma concessão, ela absorve funcionários dos serviços pré-existentes respeitando dois critérios: o primeiro é que eles sejam concursados da prefeitura; segundo, as contratações são feitas conforme a necessidade. Na maioria das vezes, as prefeituras operam com equipes superestimadas para a demanda real. No caso de Sabará, como já operávamos os serviços de água, os de esgoto foram absorvidos pela nossa equipe existente. Hoje, temos 30 pessoas, além de terceirizados, só para cuidar de esgoto na cidade.

 

“A Copasa é a maior poluidora de Sabará. Mesmo tendo assumido a responsabilidade pelo serviço de esgotamento sanitário, a empresa está lançando esgoto cru nos rios e córregos locais. Em Ravena, a água que chega às torneiras é turva, sem qualidade.”

Isso também não é verdade. O abastecimento de Ravena é feito por um sistema local. Significa que a água tratada para abastecimento é captada em um córrego local – onde não há lançamento de esgotos – que fica em uma área ambientalmente protegida. Além disso, a nossa água tem de atender padrões de qualidade determinados pelo Ministério da Saúde.

Para atestar o cumprimento dos parâmetros legais exigidos, são feitas análises de hora em hora, em todas as nossas estações de tratamento de água, inclusive na de Ravena. Nossas equipes também circulam por todas as cidades atendidas – e não apenas por Sabará – fazendo coletas em pontos aleatórios, para avaliar e assegurar a qualidade da água que chega aos consumidores. Esse é, inclusive, um indicador que conta pontos na cesta de remuneração variável recebida pelos nossos empregados. Não sei onde a água mostrada pelo prefeito foi coletada. Mas, com certeza, a nossa água tratada não tem turbidez.

Nascimento: “Querem deturpar os fatos, lançar dúvida sobre uma prática que é correta”

“A Copasa recebe a tarifa paga por 100% dos moradores de BH, mas trata somente 65% do esgoto que coleta. O restante ela lança a céu aberto, diretamente nos ribeirões Arrudas e Onça, poluindo o Rio das Velhas e, consequentemente, o Rio São Francisco.”

Essa afirmação é descabida. Belo Horizonte está entre as capitais mais privilegiadas do Brasil. A Copasa coleta 96% do esgoto produzido na capital e trata aproximadamente 85% desse volume. O que sobra é uma quantidade mínima de esgotos, sobre a qual estamos cansados de dar explicação. São esgotos lançados na rede pluvial, de forma clandestina, por pessoas que ainda não fizeram a ligação às redes existentes.

Exatamente por isso, criamos o Programa Caça-Esgoto, em 1997. O objetivo é identificar e eliminar os lançamentos indevidos em redes pluviais e córregos e encaminhá-los adequadamente para as redes coletoras e, consequentemente, até às ETEs. É um programa permanente e que recebeu apenas em 2013 investimentos de R$ 30 milhões. No caso dos ribeirões Onça e Arrudas, as duas ETEs têm capacidade técnica e operacional para tratar 100% do esgoto de BH e de Contagem, com total tranquilidade.

“Amostras colhidas antes e depois das ETEs Arrudas e Onça, mostram que essas duas unidades não melhoram em nada a qualidade das águas que passam em suas adjacências. São estações para inglês ver.”

A resposta a essa afirmação é muito simples: basta ir pescar no Rio das Velhas ou consultar o pessoal do Projeto Manuelzão. Não são dados nossos, da Copasa, mas de estudos feitos por especialistas. Eles comprovam a volta dos peixes, que já estão chegando a cidades como Nova Lima, Rio Acima e Itabirito, a despeito de as mesmas, assim como Sabará, sempre terem usado o Velhas e seus afluentes para lançar esgotos.

Nossas ETEs atendem a todos os parâmetros legais exigidos. Enviamos relatórios mensais da qualidade do efluente tratado à Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram Central) e somos fiscalizados 24 horas pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Está tudo em conformidade, com valores até mesmo acima dos exigidos pelos órgãos de controle ambiental. Isso, claro, não poderia ser diferente, considerando estruturas e investimentos de tamanha envergadura.

 

“A própria diretoria da Copasa confessa que, quando há enchentes e ocorre uma sobrecarga no interceptor dessas estações, eles simplesmente abrem as comportas e não tratam o esgoto, alegando que houve contaminação por águas pluviais.”

Esse é um procedimento mundialmente adotado. Se você tem, por exemplo, uma ETE como a do Arrudas, com capacidade para tratar uma vazão de 3.125 litros/segundo, quando cai uma chuva torrencial, evidentemente, o excesso não entra na estrutura de tratamento. No entanto, o grau de diluição é tão grande, que não há problema algum em relação ao atendimento dos parâmetros de qualidade que citei anteriormente. Esse é, portanto, um procedimento técnico adotado no mundo inteiro, sem qualquer prejuízo para a operação ou o meio ambiente. Quem faz uma colocação dessa natureza quer deturpar os fatos, lançar dúvida sobre uma prática que é correta.

Vista aérea de uma Estração de Tratamento de Esgoto (ETE) – Foto: Fernanda Mann

“A direção da Copasa é evasiva e distante. E, infelizmente, mente. Mentiu inclusive para o ex-governador Aécio Neves, que prometeu nadar no Rio das Velhas despoluído, próximo a Sabará e Santa Luzia, mas foi obrigado a fazer isso lá em Santo Hipólito.”

O fato de o ex-governador não ter podido nadar aqui, na Região Metropolitana, se deve, em parte, ao fato de ainda termos os esgotos de Itabirito, Rio Acima e Nova Lima sendo lançados diretamente no rio. A responsabilidade é dessas prefeituras, e não da Copasa. Não temos a concessão dos serviços de coleta e tratamento de esgotos nesses municípios.

 

“Durante audiência pública ocorrida em novembro passado, na ALMG, foram feitas inúmeras denúncias contra a atuação da Copasa em municípios do interior. Segundo relatos de prefeitos, a empresa abre buracos nas ruas e não tapa; assina contratos para ofertar água e não os cumpre.”

Não participei dessa audiência, mas sei que, na ocasião, os representantes da Copasa deram as respostas adequadas. Felizmente, temos um excelente convívio com os municípios nos quais atuamos. Em relação às intervenções em vias públicas, temos de respeitar determinados horários, em função do fluxo de trânsito, para realizar os serviços. Sendo assim, é natural que haja algum incômodo ou imprevisto na conclusão de reparos. No caso da Grande BH, nossos índices de aprovação são altíssimos. Pesquisas de satisfação indicam que mais de 80% das cidades atendidas estão satisfeitas com os serviços que prestamos.

 

“A rede da Copasa não tem capilaridade, ou seja, não coleta e trata o esgoto gerado em aglomerados, que é lançado em cursos d’água de Sabará e de BH. Nossa proposta é descentralizar as ETEs, articulando o tratamento por sub-bacia hidrográfica, a exemplo da ETE operada na UPA Nações Unidas.”

Esse é o tipo de colocação feita por leigo. É óbvio que a Copasa já adota o procedimento de tratar os esgotos por bacia hidrográfica, sub-bacias e assim sucessivamente, há tempos. Essa é a lógica natural dos sistemas que operam por gravidade. A proposta de descentralizar a construção de ETEs não pode ser analisada tomando como referência o tratamento de esgotos de uma UPA. É algo ínfimo, de dimensão incipiente, se comparado a uma cidade.

Nossas ETEs são projetadas conforme a demanda e a realidade de cada local. Quando uma determinada bacia justifica a implantação de uma ETE, a Copasa constrói. Temos várias cidades atendidas por duas, três estações. Mas, no caso específico de Sabará, entendemos que isso não é necessário.

A ETE projetada para o Bairro Borba Gato é uma das alternativas que estamos estudando para cumprir a meta assumida com a Prefeitura de Sabará, de tratar 100% dos esgotos da cidade até 2016. No entanto, poderá não ser ela a melhor solução. Pode ser que optemos por tratar os esgotos aproveitando as ETEs já existentes no Arrudas e no Onça, nas quais estamos investindo para aumento da capacidade. Estamos em busca da melhor solução para Sabará. Onde a Copasa detém a concessão dos serviços ela sempre faz o que é melhor para o município. É para isso que somos contratados.


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Ranking Nacional

Ranking do Saneamento 2013, divulgado em outubro pelo Instituto Trata Brasil, traz uma avaliação dos serviços de saneamento básico prestados nas 100 maiores cidades brasileiras. Minas aparece na ponta graças à presença de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, no primeiro lugar geral. As outras oito cidades da lista são: Uberaba (13ª colocada), Montes Claros (14ª), Belo Horizonte (que só aparece na 19ª posição); Contagem (21º); Betim (29º); Juiz de Fora (37º); Governador Valadares (40º) e Ribeirão das Neves (46º).

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