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Ministério Público pede esclarecimentos à Odebrecht sobre aumento do consumo mínimo da tarifa de água

O Ministério Público pediu esclarecimentos à empresa Odebrecht, que opera assumiu os serviços de água e esgoto de Sumaré, sobre o aumento do consumo mínimo da tarifa de água. Os esclarecimentos foram solicitados a partir de denúncias protocoladas pela população no Ministério.

Desde o mês passado, as contas de água dos moradores da cidade ficaram mais altas. Isso porque a tarifa mínima de consumo passou de 5 metros cúbicos para 10 metros cúbicos. Os moradores também protestaram a mudança via redes sociais e disseram terem sido pegos de surpresa.  A empresa Odebrecht informou que a mudança já estava prevista no edital de concessão, portanto é de conhecimento da Prefeitura.

“Consegui reduzir meu gasto em 8 metros cúbicos por mês, fazendo várias adaptações e agora vou pagar por 10 metros cúbicos. Economizar pra que? Vamos passar a pagar por aquilo que não consumimos”, reclamou a moradora Dagmar Bazan.

A sumareense Debora Galoro disse estar revoltada pela falta de incentivo à economia. “Então, vou parar de me matar carregando baldes e mais baldes de água da minha máquina de lavar para limpar o quintal e vou começar a fazer jus ao que estão me cobrando já que não há recompensa pela economia. Não sei porque vou ter que pagar, mas já que nunca usei o mínimo fixado pelo DAE, pois falta água direto aqui e a pressão da água da rua é menor que a da caixa. Só para encher minha lavadora de roupas, leva uma hora. Sem falar na qualidade que é péssima”, comentou.

Alguns moradores chegaram a falar que lançarão uma campanha para que todos gastem os 10 metros cúbicos por mês. “E se cada um gastasse 10 metros cúbicos por mês, as estações de tratamento de água de Sumaré teria capacidade de tratar toda essa água? Alguém fez essa conta? Infelizmente a Odebrecht Ambiental está na contramão da atual situação hídrica do Estado de São Paulo, incentivando o consumo de água. Tenho certeza que o sistema de tratamento de água de Sumaré entrará em colapso e não teremos água para enfrentar a seca dos próximos meses”, analisou Dagmar.

A concessão dos serviços de água e esgoto de Sumaré vale por um período de 30 anos. Pelo contrato, a Odebrecht Ambiental Sumaré terá de investir mais de R$ 300 milhões em obras nestas duas áreas. De acordo com a Prefeitura, o primeiro compromisso anunciado pela concessionária é o de reduzir as perdas de água tratada dos atuais 54%, em média, para a casa dos 30%, em três anos. O segundo foi o de elevar o atual índice de tratamento de esgoto da casa dos 14% para a casa dos 25% em um ano.

Para o sumareense, Cristiano Domingues, o problema não foi a concessão em si, mas a forma como ela foi conduzida. “A prefeita falou que não ia subir a tarifa da água, mas ela se esqueceu de dizer que com o aumento do consumo mínimo, automaticamente a conta sobe, pois muitos estavam gastando menos que isso. Ela não cumpriu o que foi combinado e isso é muito negativo. Além disso, tem outros fatores no processo de concessão que ficaram obscuros”, falou.

A Odebrecht informou, por meio de nota, que que ainda não foi notificada pelo Ministério Público sobre os esclarecimentos, mas que assim que receber a notificação prestará todos os esclarecimentos solicitados dentro do prazo determinado.

Fonte: http://www.paginapopular.com.br/site/ministerio-publico-pede-esclarecimentos-a-odebrecht-sobre-aumento-do-consumo-minimo-da-tarifa-de-agua/

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