Moradores e comerciantes da Zona Norte de SP sofrem com falta d’água

No bairro do Limão, torneiras ficam secas durante as madrugadas. Sabesp diz que reduz pressão no bairro para evitar vazamentos.

Apesar do anúncio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que a crise hídrica foi resolvida, moradores e comerciantes do bairro do Limão, na Zona Norte de São Paulo, dizem que ainda estão sem água.

Depois da declaração do governador, a Sabesp ressaltou que os reservatórios estavam cheios, mas que os consumidores ainda precisam economizar. A companhia afirmou que a redução da pressão nas tubulações será como antes da crise hídrica.

Há um mês, a dona de casa Katarine Lira, de 26 anos, enfrenta dificuldade para cuidar de quatro filhos.“É complicado para quem tem quatro filhos colocar a casa em ordem, lavar a roupa, cuidar das crianças, colocar no banho , escovar dente”, afirmou.

Segundo ela, as torneiras ficam secas durante a noite. “A água vai embora de vez quando é dez da noite já tá zerada, as torneiras já estão secas e quando é por volta das seis da manhã, eu levanto e ela está vindo com toda a pressão”.

Para driblar o racionamento, a solução foi mudar alguns hábitos como guardar água em baldes e juntar toda roupa para lavar de uma única vez.

Se a situação não melhorar, Katerine vai comprar alguns galões de água. “Com essa coisa da água, tudo foi mexendo com o nosso orçamento. Uma mudança aqui, uma mudança ali, uma torneira com redutor, um chuveiro com redutor, Tudo mexeu com o nosso orçamento e a gente tem que tentar se encaixar nesse meio”, declarou.

Já a dona de casa Marli Santos Flores não pôde esperar e teve que colocar a mão no bolso. “Alguns dias atrás estava faltando [água], eu vinha fazer mamadeira a noite e não tinha. Nós compramos água para tomar porque aqui não tinha”, disse.

O comerciante Roribergue Cabral de Souza também vem sofrendo com a falta de água. “A água chega na volta de sete, 8h e ai quando da 19h acaba”, afirmou.

Como o bar é 24 horas e o racionamento ocorre no período da noite, ele foi obrigado a instalar caixas d’água para garantir a clientela.“Eu já cheguei a comprar água mineral para poder cozinhar, lavar copo, essas coisas”, disse.

Na página da Sabesp na internet, a companhia informa que reduz a pressão no bairro do Limão entre 22h e 5h e explica que faz isso para evitar perdas com vazamentos.
A Sabesp orienta que os moradores tenham uma caixa d’água com capacidade para garantir um dia de consumo.

Cantareira
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (7) que a “questão da água está resolvida”, referindo-se ao término da crise hídrica no estado de São Paulo. “A questão da água está resolvida, porque nós já chegamos a quase 60% do Cantareira e 40% do Alto Tietê. Isso é água para quatro ou cinco anos de seca”, afirmou o governador.

O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril, mas o sistema opera sem a reserva desde o fim de dezembro de 2015. A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial.

Fonte: G1
Foto: G1/Reportagem

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